Responde às demandas apuradas em pesquisa: mobilidade urbana, mecânica resistente, baixo custo de manutenção
Primeiro produto criado pós-fusão entre as marcas tuteladas por Fiat e Chrysler, o Mobi se autodefine como carro urbano e funcional. Descrição correta. Menor dentre os Fiats e atualmente o mais leve entre os nacionais com 907 kg, novo produto utiliza plataforma mista, entre Uno e Palio, e suspensão traseira do Uno. Mecânica conhecida das ásperas condições nacionais, motor Fire 1,0-litro, 75 cv.
Segundo a parte Fiat da FCA, o automóvel responde às demandas apuradas em pesquisa: mobilidade urbana; mecânica resistente; barata para manter; baixo custo de manutenção. Enquadra-se na Faixa A de consumo, de menor gasto. É menor, mas não é pobre em construção. Easy, versão de entrada, não tem aparência de carro pelado, apresentando-se com para-choques pintados na cor do carro e o charme da tampa traseira em vidro temperado. Exibe democratização da tecnologia, com uso do piscador de luzes de direção quando pressionado o freio severamente, sinalizando a emergência a motoristas a segui-lo.
É urbano pelas reduzidas dimensões, facilidade de manobra, pelas portas traseiras com ângulo de abertura superior aos outros nacionais, banco posterior bipartido. Interior cuidado, rádio Delphi e, a partir da versão Like On, possibilidade de fixar o celular para usá-lo como tela. Amplas possibilidades, sendo a mais interessante o registro, pelo celular, de seu último uso, permitindo indicar o local de estacionamento do Mobi.
Foco
Não é para cinco passageiros — exceto a usuários descompromissados na vertical ou em circunferência. Também não é um estradeiro, por seu porta-malas contido. Dependendo da versão pode-se dispor de Cargo Box, caixa com alça ajustada ao pequeno espaço de bagagem, apta a ser retirada e transportada com compras. Externamente é bem conformado, com grandes superfícies de faróis e luzes traseiras, com o talhe identificador do design Fiat.
Marca o vê como carro urbano, interfaceando com o Uno, maior. Sua presença no mercado acaba com a versão básica deste e destina o Palio básico às frotas. Intenta vender 60 mil unidades até o final do ano, média de 7.500/mês. A meu ver o automóvel surge a partir da versão Easy On, portando ar-condicionado e direção assistida. A inicial não tem estes equipamentos básicos. Garantia de três anos com seguro para extensão de 12 ou 24 meses, e a possibilidade de prévio pagamento financiado das revisões. Preços a partir de R$ 31.900.
Um sopro no coreano
Hyundai aplicou turbo ao motor tricilíndrico de 1,0 litro, elevando potência a 105 cv e torque a 15 m.kgf a 1.550 rpm, sensível ganho de 47% sobre o motor aspirado. Em desempenho na carroceria hatch, mais vendida, significa acelerar de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos e fazer velocidade final de 182 km/h. O turbo é estendido à versão sedã, de comportamento assemelhado. Peça tem pequeno diâmetro, 34 mm, e sopra cautelosos 0,9 bar acima da pressão atmosférica.
Em tais motores temperatura e lubrificação são críticos, turbo é lubrificado por via exclusiva, e o óleo lubrificante do motor agora é ACEA A5, apto a suportar temperaturas maiores; bomba de óleo tem dois estágios; pistões recebem jato refrescante inferior de óleo. Para melhor aproveitamento, caixa de marchas passa a ter seis e diferencial alongado, permitindo cruzar com rotações menores, contendo o consumo. A partir de R$ 47.445.
E o outro?
Comparativo entre Hyundai HB20 e o outro usuário de motor 1,0 turbo, o VW Up TSI, indica curiosidades: cilindrada e potência (com álcool) idênticas, mas em torque o Up vai a 16,8 m.kgf contra 15 do Hyundai. Em preço, diferencial entre aspirado e turbo na VW é da ordem de R$ 3 mil. No Hyundai, R$ 3.700.
Três dias de festa para GM lançar Cruze
Data importante o lançamento do novo Cruze, o Projeto Phoenix, sinal de maioridade da General Motors Argentina. Investimento de US$ 750 milhões para fazer carros e motores, foi para a Argentina após série de desgastes com sindicatos brasileiros, e transforma-a em fornecedora para a GM daqui. Grande passo para os argentinos, grande perda de empregos e impostos para o Brasil.
Cruze, inicialmente projeto coreano, foi indicado pela GM para ser seu produto de maiores vendas mundiais, transformando a GM Argentina na grande difusora do automóvel na América do Sul. É família de carrocerias, iniciando com sedã. Hatch ao Salão do Automóvel, novembro. Motores, família básica, no conceito downsizing — redução de tamanho. Bloco em alumínio, 1,4 litro, 16 válvulas, injeção direta, turbo. Transmissões de seis marchas, manual e automática. Concorrerá com os por nós chamados médios — Citroën C4 Lounge, Peugeot 408, Ford Focus, VW Jetta, Honda Civic e Toyota Corolla. Grande festa durará três dias, 3 a 5 de maio.
Roda a Roda
Muda – Audi iniciará vender em maio, na Europa, segundo ciclo de vida da carreira do A3. Valem para Sedan, Sporback e conversível. Grande mudança frontal, com o grupo óptico redesenhado, faróis de xenônio ou leds. Grade aumentou. Atrás, mudança nas lanternas e um novo extrator de ar. Dentro, Virtual Cockpit, tela com navegador, telefone, conexão por internet, e a mágica de usar, ou não, e em diâmetros diferentes, instrumentos virtuais. Motores 1,0 de 115 cv; 1,4 de 150 cv; 2,0 de 190 cv.
Mercado – Neste ano de tropelias governamentais marcando a história do país, alterações no mercado de automóveis vistas no primeiro trimestre exibem situações de surpresa. GM virou líder de vendas, com Fiat em segunda; VW mantém 3o. Quarta posição não é tradicionalmente da Ford, mas da Hyundai! Renault caiu de 5ª para 7ª, Toyota deu dois pulos e é 5ª, Ford 6ª. Após, Honda, Nissan e Jeep.
Regra – O direito não socorre aos que dormem. Regra jurídica é lembrada pela notícia de Land Rover Classic ter comprado mundo afora unidades de seu pioneiro produto, o jipe Series I, de 1948, para refazer 25 Land Rover Defenders novos, por mão de obra especializada e peças de fornecedores ou estoques de revendedores. De US$ 85 mil a 113 mil. Lembrança está no fato da produção, ano passado, dos últimos 1.080 Defenders a custo normal. Na prática, regra jurídica e mercado andam juntos: bobeou, dançou. Não comprou a preço de tabela, paga o de antigo.
Fica – Eduardo de Souza Ramos, presidente do Conselho da HPE, fabricante de Mitsubishis e Suzukis em Catalão, GO, esclarece à Coluna lá manter a operação industrial, apesar da difícil logística de operar a 800 km do litoral, e em estado de baixa renda. Boato na praça dizia de possível mudança ao Paraguai. Sócio no Mercosul tem atrativos importantes e atraído fornecedores de peças para lá.
Uruguai – Kia sofreou a produção do caminhãozinho Bongo no Uruguai por 6 meses. Queda das vendas no Brasil formou estoque. Prazo é para limpar pátio.
Varejo – Você imagina fabricantes e importadores ter estoque de O-km vencido em anos? Pois acontece por razões várias, incluindo prosaico descontrole físico, o de onde estão estacionados e esquecidos tais veículos. Ocorre com a Chery Brasil. Quer limpar o pátio de importados e nacionais com anos 2014 e 2015. Em campanha, QQ a R$ 28.790; versão ACT a R$ 31.990; novo Celer FL 1,5 Flex hatch a R$ 34.990. Por RS$ 1 mil mais, Sedan. Tiggo a promocionais R$ 53.990.
Foco – Mirando mercado corporativo, Audi Financeira criou proposta para vender novo A4 a executivos contando com rendimentos de aplicações, bônus de desempenho, participação de lucros, 50% como entrada e outros 12 meses após. Juros atrativos e a capacidade de transferir o financiamento para outro Audi um ano mais novo. Será que dá para comprar o primeiro, e trocar de carro todo ano, sempre adiando pagar a metade final?
Ação – Neste país onde a cada dia se descobrem setores inoperantes, grassa o medo da pandemia H1N1, em especial por falta de vacinas. Agulhas Negras, revendedor BMW em São Paulo, investiu em 1.500 doses e convidou clientes para tomá-las. Tipo marketing de simpatia. Ideia era fazer manifestação de agrado explícito e trazer clientes ao show-room, ver novidades, e possíveis negócios de compra, troca, aquisição de mercadorias, etc. e tal.
Mudou – Entretanto, quando o poderoso jornal Folha de S. Paulo deu primeira página à campanha, abriu o foco, e fez distribuição social das vacinas a não donos e donos de BMW. Sequer vendeu um automóvel, mas conseguiu enorme mídia de simpatia.
Válvulas – Jornalista Marlos Vidal publicou, Coluna confirmou e seguiu há duas semanas: novo motor tricilíndrico 1,0-litro da Fiat, ao contrário dos concorrentes VW, Hyundai, Ford e Nissan, não terá quatro válvulas por cilindro, mas somente duas. Digamos, solução econômico-prazerosa. Menor custo de produção e manutenção; menos atrito no trem de válvulas, reduzindo consumo; torque aparecendo em faixa inferior, melhorando a dirigibilidade.
Furo – Coluna antecipou na edição passada o primeiro desdobramento desta geração chamada 1,3 HSE: 1,3 litro, quatro cilindros. 2017.
Abertura – Brasil apoia as ações desenvolvidas pelo Uruguai, presidindo o Mercosul, e União Europeia para acordo comercial. Terceira tentativa, óbice maior é questão agrícola, e dificuldade negocial é o fato de para o isolado Mercosul ser necessidade, e para a UE, não.
Aditivo – Promax, licenciada para os produtos Bardhal, lança condicionador de metais, aditivo para ser vertido no cárter do motor, barreira contra desgaste. 200 ml tratam de 5 litros de lubrificante a cada troca. Médios R$ 65.
Sinergia – BCA Brasil, leiloeira de grandes frotas, fez parceria com o banco Santander para refinanciar veículos tomados por falta de pagamento e leiloados. Também vende veículos de mesmas ações pelos bancos Itaú e Pan, frotas usadas de Hyundai, Pão de Açúcar, Walmart.
Sob medida – Volvo Corretora de Seguros com seguro para ônibus, cobertura sob medida para diferentes operações de transporte rodoviário de passageiros.
Coluna anteriorA coluna expressa as opiniões do colunista e não as do Best Cars