Fábrica mostrou no evento carioca o 500 MDA, um superônibus articulado capaz de transportar até 220 passageiros
Maior evento do segmento de transporte urbano no país, a Fetranspor, em 11ª edição, no Riocentro, RJ, transitou sobre os louros colhidos com os Jogos Olímpicos. O Rio de Janeiro recebeu o encontro esportivo internacional e preparou a estrutura de transporte: criou 19 corredores para BRTs, com mais de 50 km de extensão; incentivou o Programa EconomizAR, de redução de emissões poluentes; desenvolveu sistema de bilhetagem econômica à prova de fraudes, integrando os modais da cidade – metrô, ônibus e trens. Na prática induziu o uso de transporte público, melhorado com a obrigatoriedade de uso de ar-condicionado nos coletivos, e colheu como resultado a frota mais nova do país, com 4,32 anos de uso.
De olho neste potencial a Mercedes-Benz desenvolveu o 500 MDA (foto), um superônibus articulado, específico para o sistema carioca, capaz de transportar até 220 passageiros; e levou também os chassis 500 U, para encarroçamento e uso urbano, piso baixo, e OF 1721 com suspensão pneumática, além de oferecer, para reduzir o esforço e desgaste do motorista, transmissões automatizadas ou automáticas.
Pode parecer curioso o desenvolvimento de um ônibus especificamente para o mercado carioca. Não é, mas uma boa base concedendo modificações para percursos e seu uso específico, variando de acordo com as cidades e a estrutura viária a ser utilizada. Para adequar o produto básico às características a Mercedes está de olho na especialização do mercado do Rio de Janeiro e no implementado hábito de uso do transporte coletivo, desenvolvido após as ações para transporte viário de passageiros para servir à enorme massa de público afluente à Olimpíada.
Além dos produtos em si, a companhia criou facilidades para vendê-los: consórcio com menor taxa de administração, sem reserva legal para conter o valor das mensalidades e ajudar ao operador a programar a troca da frota. As novidades não se resumem ao VLT, mas também aos demais modelos, a partir do comprimento de 15 m – tais gratuidades legais levaram ao aumento para compensá-las com lugares pagantes.
Também criou facilidades de atendimento para panes, com remoção, e desenvolveu um pacote de tecnologia a partir do incremento de sistemas pró-segurança, como o freio funcionando automaticamente ao perceber inatividade do motorista ante aproximação de obstáculo; sinalizador e alerta para mudança de faixa sem uso de pisca pisca, e outro, de caráter econômico e segurança, medindo temperatura e pressão dos pneus e indicando no painel – depois do custo de pessoal e combustível, pneus são o maior gasto dos operadores e economizá-los é de extremo interesse.
A Mercedes tem no Brasil o maior mercado de ônibus, vendendo 60% da produção mundial. E por isso mantém um centro de excelência para desenvolvimento de ônibus e caminhões, tendo em vistas as exigências de uso no mercado nacional. Companhia líder de vendas de ônibus no país e quer manter-se assim. Mas, apesar da liderança, encolhe em vendas – de 2013 a 2016 reduziu-se em 60%.
Tem otimismo. Roberto Leoncini, Vice-Presidente comercial, um dos responsáveis pelo crescimento de vendas e participação, entende 2017 como o ano de estabilidade e início de recuperação. Perguntado sobre o porquê de investimento para escriturar constantes prejuízos, Luis Carlos Moraes, diretor de relações corporativas, foi prático: ”A líder tem que estar preparada para a mudança do mercado. Quando mudar, queremos manter a liderança”;
Outros
Mostra curta – três dias; profissional – apenas convidados, clientes e possíveis compradores, em sua parte operadores de transporte coletivo, levou os poucos fabricantes de chassis de ônibus, encarroçadores, produtores de transmissão automática buscando vender a ideia da redução de esforços para o operador, fabricantes de peças e acessórios para ônibus, pneus, combustíveis e lubrificantes.
Dentre as marcas fabricantes de chassis, além de Mercedes no mais bem decorado estande, Volvo levou chassis de sua nova série Artic, articulado para até 210 passageiros e 22 metros de comprimento e versão Grand Artic 300, dita maior ônibus do mundo, biarticulado, que transporta até 300 passageiros e mede 30 m. Tal extensão exige sistema de deslocamento viário especial e Volvo mantém departamento especializado para auxiliar governos para tal implantação.
Elétrico
Pouco conhecida no setor, chinesa BYD – Build Your Dreams, dê forma a seus sonhos – levou chassis de seus ônibus elétricos construídos em Campinas, SP. Atração maior o primeiro elétrico articulado do mundo, autonomia de 250 km, carga por regeneração de energia gerada nas freadas e recarga total em 3 horas.
Mede 18 m e capacidade de passageiros não declarada. Empresa também oferece chassis para ônibus com 15 m. Baterias tem tecnologia própria, de fosfato de ferro, com vida variando entre 8 e 15 anos de acordo com o modelo.
L’Auto Preferita se impõe
Dentre a crescente criação de prêmios e eleições para indicar os melhores veículos do ano, o L’Auto Preferita, criado pela jornalista Cláudia Carsughi e referenciado por seu pai Cláudio, dos três mais idosos e atuantes como jornalistas de automóveis, em seu segundo ano, medido pelo número de veículos avaliados e pela presença de fabricantes, mostrou-se já sedimentado.
A escolha é feita por 20 jornalistas com experiência no ramo – o autor da coluna De Carro por Aí é um deles – dentre 32 veículos disponíveis no mercado e, neste ano, a novidade de projeto social, vencido pela Toyota com trabalho de preservação de corais no litoral baiano.
Vencedores da edição 2016 do Prêmio L’Auto Preferita Carsughi foram:
- Carro de Passeio 1.0: Volkswagen Novo Gol
- Carro de Passeio 1.1 a 1.6: Peugeot 208 Puretech
- Carro de Passeio 1.7 a 2.0: Audi A4
- Carro de Passeio acima de 2.1: Subaru Outback
- SUV Pequeno: Nissan Kicks
- SUV Médio: Jeep Compass
- SUV Grande: Audi Q7
- Picape Pequena: Volkswagen Saveiro
- Picape média: Fiat Toro
- Picape Grande: Mitsubishi 200 Triton Sport
- Carro Premium/Luxo: Mercedes-Benz S63 Coupé (foto)
- Carro Híbrido/Elétrico: Toyota Prius
- Projeto Sócio/Ambiental: Toyota “APA – Costa de Corais”
- Marca com maior destaque em 2016: Nissan
Roda a Roda
Futuro – Novo programa de futuro da marca Volkswagen, o Transform 2025 prevê mudanças operacionais, e produtos como carros autônomos e elétricos, com dispensa de 23 mil empregados na Alemanha – sindicato negociou por produção de carros elétricos.
Aqui – Processo de incentivo à demissão de 5 mil pessoas vem em andamento e incluiu como contraprestação mudança de plataforma dos veículos para modelo atualizado MQB.
Berlinette – João Pedro Melo, designer, continua messe para materializar seu projeto – renascer a versão Berlinette do Renault A 108/Willys Interlagos. Tenta com Renault viabilizar ideia utilizando moderno grupo motopropulsor da marca.
Outro- De todas as previsíveis dificuldades em terra de automóvel onde não há, sequer, única marca nacional, nome foi uma delas: designer descobriu, nome Interlagos foi registrado pela Fiat Automóveis. Assim, chamar-se-à Avazon.
Questão – Cia. Siderúrgica Nacional toma providências para reduzir custos de dívida imaginada em R$ 25,8 bilhões. Dentre estas reajustar em 25% o preço das chapas de aço para uso automobilístico. Aumentar preços finais em 2017, quando o setor espera levantar o nariz e iniciar crescer, é o menos desejado.
Recorde – Pode ser novo registro para o Guiness, o livro dos recordes; Peugeot Hoggar Escapade 2011/2 apreendida em blitz em São Paulo, tinha R$ 9 milhões em débito entre multas e impostos.
Como – Diz o Detran paulista, são 1.833 multas por excesso de velocidade, avanço de semáforo – sinal -, conversão proibida, circulação em faixa exclusiva de ônibus. Cardápio amplo em indisciplinas sociais e atos perigosos à vida alheia. Se proprietário não pagar o débito, automóvel irá a leilão, deduzindo do líquido do valor da venda ao montante, cobrando-se o restante – e possivelmente de recebido impossível.
Cana – Apreensão, informa o Detran paulista, foi ação de inteligência para fiscalizar o veículo em roteiro usual, buscando justificativa por irregularidade de trânsito. Não pode haver apreensão por débito de multa.
Muda tudo – Época de integração e conectividade provocará grandes mudanças em todos os perfis de negócios, com prevista contração no número de empregos. Número e percentual se reduzirão.
Na prática – Aplicação de tais facilidades mudará feição dos negócios. Da fábrica à revenda, tendência é de redução do emprego formal. Mudanças nos próximos anos no emprego e nas relações de consumo serão maiores ante as dos últimos 50 anos, rotulou Valdner Papa, diretor de relações com o mercado e a direção educativa da Fenabrave, federação dos distribuidores de veículos.
Negócio – Pirelli utilizará sua estrutura de amplitude nacional para distribuir os pneus sul-coreanos da marca Nexen para carros de passeio, SUV e Vans. Quando você não consegue enfrentar o inimigo, melhor se aliar a ele, devem ter pensado os coreanos da Nexen.
Meio termo – Vários sistemas eletrônicos, suas informações e comandos permitiram à Bosch desenvolver automatizador da embreagem. Já existiu no Brasil. Vemag fabricando DKWs nos anos 60 (foto) tinha-o opcional com o nome Saxomat: era mecânico, com embreagem centrífuga combinada com atuação por servo a vácuo para as trocas de marchas. Mercedes apresentou evolução no Classe A, 1999, seguida por Fiat no Palio e GM no Corsa.
Agora – Sistema da Bosch, o E-Clutch (EcS) emprega motor elétrico controlado pela central da injeção eletrônica, cruzando informações com outros sistemas de controle dinâmico, como o sistema de freios ABS. Há enorme mercado, pois ao usuário é operação confortável de transmissão automática, a preço bem inferior.
Como – A embreagem é de acionamento automático, e troca de marchas é feita manualmente. Diz a Bosch, o sistema é mais econômico frente a transmissão mecânica e demais automáticos. Vendas imaginadas em dois anos.
Imprensa – Clarkson, Hammond e May, ex-do programa Top Gear, voltaram ao vídeo nesta semana. Nome do programa mudou: agora The Grand Tour, para indicar sediá-lo cada vez em cidade diferente. Negócio com a Amazon Video Prime, competidor da Netflix. Sem previsão para o Brasil.
Alfismo – Aficionados de Alfa Romeo em Caxambu, MG, terão 3º encontro nacional no feriado 15/junho. Boa organização do grupo ARBR e do AlfaCult. Palestras, trocas de informações, muita camaradagem.
Finor – Aberta a venda de entradas para 67ª edição do Pebble Beach Concours d’Élegance, 20/agosto, na pequena praia de cascalho unindo Carmel e Monterey, Califórnia, um dos mais elegantes encontros de antigos. Três categorias. Nos extremos: público em geral, admissão das 11 às 17h, vaga para estacionamento, condução até o evento: US$ 325 – uns R$ 1.000; no topo, estacionamento VIP; direito a entrar à aurora solar, frequentar o fino buffet de dona Sandra Button, chairwoman do evento, circular à vontade, ter crachá de poderoso, ficar nas laterais da rampa de premiação: US$ 2.500 – uns R$ 8.000. A fim? www.pebblebeachconcours.net.
Gente – Antônio Maciel Neto, 59, engenheiro, executivo, presidente da Hyundai-CAOA desde 2013, deixou o posto. Negócio próprio. Mauro Correia, 55, engenheiro, ex-Ford, vice-presidente do negócio, para lá levado por Maciel, sucede-o.
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