As principais marcas nacionais tê-los-ão como maior atração, e outras tentando fazer identificação aventureira
Segmento de maior projetada expansão para os próximos anos no mercado brasileiro de veículos leves 0km, os utilitários esporte farão a comissão de frente no Salão do Automóvel, 10 a 20 novembro, São Paulo. Guia tal presença a otimista expectativa de freio à queda das vendas no corrente ano, interrompendo descenso de quatro anos seguidos, e projeções de crescimento de produção e comercialização em média imaginada em 5%. No varejo de balcão, esperançosos 2 milhões de unidades em veículos leves para 2017.
As principais marcas nacionais tê-los-ão como produto de maior atração, e outras tentando fazer ponte conceitual com modificações em crossover buscando identificação aventureira. Estrangeiras também estarão representadas.
Nacionais
Peugeot é o melhor exemplo, com 2008 Crossway e o novo 3008. Citroën, co-irmã, terá estande conceitual com Aircross. O modelo homônimo de produção, assim como o C3, ganha decoração e composição especial caracterizando-o como objeto de compra pela Internet, dentro do programa St@rt.
BMW exibirá os X1 e X3 produzidos em Araquari, SC, com pequenas alterações de conteúdo para marcar a modelia 2017. Hyundai, filial da marca coreana, com fábrica em Piracicaba, SP, surpreendeu mercado ao anunciar produzir o Creta. Desenvolvimento sobre a plataforma hoje aplicada ao sedã HB20, motor 1,6-litro e transmissão de seis marchas, automática e manual.
Da Hyundai do B — fábrica da credenciada CAOA em Anápolis, GO — esperava-se substituir o Tucson, de vida prolongada no Brasil. Mantê-lo-á em paralelo ao New Tucson, duas gerações posteriores. Com antecipação Coluna informa, ao Salão anunciará montar o Santa Fe. Rico portfólio: Old Tucson, New Tucson, IX35 e Santa Fe.
Honda criou novo modelo como entrada na bem-sucedida incursão neste setor. Apesar da plataforma de Fit, City, HR-V, será menor e mais barato – corrijo, de preço menor, pois o rótulo barato é inaplicável aos produtos Honda. Chama-se WR-V. Apelos, aproveitamento de espaço, motor pequeno e transmissão automática. Criação nacional com exigências regionais.
Jeep exibirá modelia 2017 do Renegade para movimentar vendas, em previsível canibalização pelo bem formulado Compass, recém-apresentado. Ford fará pequenas intervenções para lembrar o Ecosport, após perder liderança com mudança de linhas e chegada de HR-V e Renegade, e levará o canadense Edge de vendas nacionais recém-iniciadas.
Importados
Renault terá produtos nacionais e importados. Líder e estrela do segmento com reedição do Duster; o Captur, que será produzido em 2017 no Paraná; e importado, em faixa superior, o Koleos, concorrente de Hyundai Santa Fe, Kia Sorento.
GM exibirá versão atualizada do mexicano Tracker. Quem gosta será atendido com tecnologia, o novo 1,4 turbo flexível já aplicado ao irmão Cruze. Lifan X60 atualizará linhas. Espera-se aumento de cilindrada para 2,0 litros e potência acima dos 150 cv. Transmissão simples pelo sistema de polias variáveis, o CVT. Tração dianteira.
Suzuki exibirá novo Vitara. Menor, mais leve, motor de 1,6 litro, reposicionado entre o jipinho Jimny e o S-Cross. Toyota trará o CH-R. Exercício de projeto, não vai à produção.
Possíveis presenças: Bentley e seu poderoso Bentayga, motor W12; Maserati e o novidadoso Levante; 2D2 Motors com promessa de instalação no Espírito Santo. Promete exibir esportivo e utilitário esporte.
Fiat não exporá subproduto decorrente do Projeto 626, pequeno com ambivalência e indefinição. No mercado, será o menor dos Jeeps, motor de 1,3 litro Firefly. Substituto para as pioneiras, bem formuladas, porém de cansados aviamentos da fórmula Adventure?
VW cancelou o Taigun, anteriormente apresentado para ser pioneiro no setor, e foca esforços em novos produtos, puxados pelo Gol, a partir de 2018. JAC, em processo de costura de viabilização, não exporá o produto planejado para montagem local, o T5. Não vai ao Salão. Poupa energia e recursos.
Roda a Roda
Meio Xing – Geely, chinesa dona da sueca Volvo, criou nova marca, sobre estas plataformas. Lynk & Co, sonoramente lembra o Lincoln, topo de luxo Ford e a terminologia de conectividade. Quer ser identificada com a Suécia.
Diferenças – Conceito é reunir o mais moderno e futuroso – híbrido elétrico; conectividade completa; especificações técnicas de alto nível; venda direta entre fábrica e consumidor; veículo para locação comunitária. Sonha ser táxi sem motorista, controlado por satélite. Em 2017 China. Após Europa e EUA. Tecnologia matará o conceito do automóvel como prazer e sinônimo de liberdade individual. Carros serão vagonetas individuais.
Mercado – Motorrad, divisão de motos da BMW, encerrou contrato de montagem com a Dafra, e implantou fábrica própria em Manaus, primeira fora da Alemanha. Aplicou 10,5 milhões de Euros e inicia com o modelo F 700 GS. A seguir, famílias 800, R 1200, S 1000. Capacidade 10 mil/ano.
Promoção – Para atrair às revendas a clientela com carros fora de garantia, anteriores a 2013, distantes das oficinas autorizadas, Nissan lançou plano de revisões, kits e parcelamento em serviços. Ter cliente da marca nas revendas é oportunidade de vendas de carros novos ou seminovos.
Telhado – Cativante Fiat 500 e crossover Freemont deixaram de ser importados. Processo de renovação de produtos Fiat deu fim ao Siena EL 1,0 e 1,4-litro após 19 anos em produção. Mantém o Grand Siena, bom sedã, ideal para táxis e serviço público. Será substituído por novo hatch brasileiro e sedã argentino. Aqui motorização GSE. Lá, o Etorq.
Direto – Citroën lançará ao Salão do Automóvel o programa St@rt — vendas diretas por sítio exclusivo, funcionando interruptamente. Marca é precursora no mundo digital, com 11 milhões de seguidores. No Brasil, 4,2 milhões de seguidores no Facebook e 112 mil no Instagram. Incluídos no programa modelos C3 e Aircross. Automóveis terão emblema St@art, pequenas diferenças de conteúdo e menor preço. Citroën se antecipa à mudança de comportamento do consumidor.
Regra – Leilões, forma dinâmica de comercializar veículos antigos e especiais nos EUA, viu referencial Russo and Steele, mudar regra operacional: acabou com as Reservas – valor mínimo para aquisição. Conceito é barreira frustrante, ignorando lances da realidade do leilão, pela verdade anterior do proprietário.
Ganho – Segundo a empresa, cancelamento induziu negócios. Recente leilão na Pebble Beach’s Holly Week vendeu 51% dos inscritos e média unitária ascendeu a US$ 48,900 – uns R$ 150 mil.
Exemplo – Aqui única e tradicional iniciativa, Encontro de Araxá, edição 2016 foi cansativa, apenas 25% dos veículos mudou de mãos. Maioria das desistências barradas pelo valor de reserva, nem sempre razoável, e na maioria das vezes para valorizar-se em negócios futuros, do tipo teve x de lance e não vendeu.
Gente – Diego Borghi, paulista, 34, CFO da Ducati no Brasil, fábrica de motos controlada pela Audi, ascensão. Novo CEO. Substitui Antonio Labate, italiano, novo condutor da SEAT, complicada operação espanhola da Volkswagen. / Pacífico Mascarenhas, 85, antigomobilista, compositor, pilha nova. Colocou marca passo cardíaco. / Idem Luiz Carlos Secco, 83, jornalista, verbete como assessor de imprensa. Passam bem.
Coluna anteriorA coluna expressa as opiniões do colunista e não as do Best Cars