Empresa em Dubai desenvolve veículo para todo terreno com até 500 cv e versão para competição em circuito de areia
Competição no mercado de automóveis lista marcas a fazer fusões, acordos, ser assimiladas ou desaparecer. Daí ser surpresa, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, sem tradição no ramo, surgir novos fábrica e projeto. Não é marca de veículos ocidentais, mas pioneira fábrica com projeto, construção e aplicação adequada às demandas e exigências de selecionado público local. Produção quase completa, do desenho à construção de partes, estrutura e carroceria.
Surpresa e incoerência? Nada surpreende por aqueles lados, de vontades turbinadas por petrodólares — apesar da queda do valor do óleo.
Não se imagine um bugue árabe, mas muito mais, um veículo dimensionado aos esforços para competições em circuito de areia, às exigências de desgaste físico dos pilotos e à capacidade de ser utilizado fora de circuitos. Daí o poderoso ar-condicionado e o projeto na linha de encontro entre o conforto e o uso em corridas. A Zarooq Motors o descreve com humor: desenho com toque italiano, construção com toque alemão, mecânica com toque dos Estados Unidos.
Construção pela Campos Racing, que já andou pela Fórmula 1, com enorme conhecimento sobre carros de corridas, e pretensões típicas de Dubai: marca perene, sinônimo de todo-terreno, desempenho em competição. Projeto comercial se assenta em duas bases sólidas: um circuito oficial para corridas em areia, para competições e para turistas interessados em alugar o Zarooq e rodar.
É o Dubai Off-Road Racing Track, circuito em areia. Nele, campeonato com a série inicial, para divulgar o primeiro automóvel projetado e construído nos Emirados Árabes Unidos, e após fazer versão a uso quase normal, misto em habilidades para andar no deserto e fora dele. Ao momento divulga o caderno de exigências do projeto para filtrar fornecedores. Não deve ser barato, nem de produção intensiva.
Como é
Aparência agressiva por Anthony Jannarelly, desenvolvedor para a Lykan e para a W Motors. Chassi pronto com motor colocado, moldes de carroceria em usinagem, apresentação por protótipos operacionais ao final de fevereiro. Previsão anterior era janeiro.
Comprimento de 4,20 metros, entre-eixos de 2,822 m, ângulo de entrada 45°, saída 53°, altura livre 315 mm, peso 1.000 a 1.050 kg, velocidade final 200 km/h. Motor V6 de 3,5 litros, entre 400 e 500 cv, entre-eixos traseiro; chassi em tubos de aço. Preço não divulgado.
Algumas coisas a mais sobre a Fiat Toro
Ao lançar a picape Toro, Fiat quer ampliar seu portfólio, vendas e participação no mercado. Corre para revigorar produtos atuais, desenvolver versões e criar novos, arrostando a difícil missão de manter a liderança de vendas, onde está há 13 anos.
A Toro é o primeiro desdobramento Fiat da plataforma Small Wide, criada para nova geração de produtos, iniciada pelo bem sucedido Jeep Renegade. Ainda no primeiro semestre, o ora dito Mobi, carro de entrada, substituto do Mille. Logo após, próximo produto Jeep, sintetizando as atuais linhas Compass e Patriot.
A Toro fará parte do novo segmento inaugurado pela Renault com a Duster Oroch, mediando entre as picapes pequenas, como a líder Fiat Strada, e o degrau superior das médias, como Chevrolet S10, Toyota Hilux, Mitsubishi L200 e Ford Ranger. Além da posição mercadológica, a Toro é diferenciado pelas linhas, pela preocupação aerodinâmica, pela composição plástica mais próxima de automóveis que de caminhões.
Mais
Coluna obteve com fonte da FCA dados adicionais. Em comparação à Oroch, com motores de 1,6 e 2,0 litros e transmissão manual de cinco e seis marchas, o leque de versões da Toro tem mais amplitude em motores, transmissões, tração e decoração.
Novidade maior é aplicar motor não disponível no Renegade vendido no mercado nacional — ele também é produzido em Melfi, Itália, e dali exportado ao mundo. É o de quatro cilindros, 2,4 litros e 190 cv, similar ao do Freemont, com transmissão automática de seis marchas. Outros grupos serão os já conhecidos no Renegade: diesel, 2,0 litros e 170 cv com transmissão automática de nove marchas e Flex de 1,75 litro e 139 cv (mais 7 cv que no Jeep) com transmissão Dualogic, automatizada, e seis marchas. Tração nas quatro rodas e marcha reduzida como opção na Diesel; para a Flex, apenas dianteira.
No resto se equivalem, apesar do comprimento (4,90 m) e da maior altura do solo, 21 cm na Flex e 22 cm na Diesel. Peso na caçamba, respectivos 650 kg e 1.000 kg. Marco na Toro é a tampa da caçamba bipartida, que permite um acessório Mopar para estendê-la.
Quanto? Versão Freedom Flex com Dualogic, R$ 75.000; Opening Edition Flex, R$ 81.000; Diesel 4×2 manual de seis marchas, R$ 91.000; Diesel 4×4 manual, R$ 99.000; Volcano Diesel automática de nove marchas, R$ 113.000. Esta versão tem tratamento de automóvel, incluindo revestimento em couro.
Tecnologia Mercedes empacota novo Classe E
Mostrado no Salão de Detroit, ora em curso, o novo Mercedes Classe E, mais rentável série da marca, é maior e traz conceitos estéticos vistos nos Classes C e S e muita tecnologia. Produto não decepcionou: com ditames aerodinâmicos mandando esticar o capô, inclinar o para-brisa e recuar o teto, obteve Cx 0,23, marca excelente para sedã.
Além da sugestão de dinamismo, a 10ª. geração do Classe E vem empacotada por tecnologia com foco preciso: manter clientes e atrair outros tentados por Audi A6 e BMW Série 5. Ao novo Classe E aplicam o carimbo de semiautônomo por conta do pacote de auxílios eletrônicos como o assistente de mudança de faixa (dois segundos após o motorista acionar a seta, um conjunto de radar e câmera move a direção se a faixa estiver desocupada) e o piloto remoto de estacionamento (pelo celular faz o Classe E entrar e sair de garagens e vagas). Foi truque em BMW num filme da série 007 e ano passado agregado ao Série 7. Além disso, por celular o Mercedes troca informações com outros carros rodando à frente, podendo receber informações da estrada, de pistas geladas a carros quebrados no acostamento.
No interior maior espaço, em especial para o banco traseiro, duas telas — uma à frente do motorista, substituindo os instrumentos, e outra ao centro do painel, de 20 cm — e botões sensíveis a toque no volante. Motorização a gasolina de 2,0 litros com 185 cv, versão híbrida com potência combinada de 280 cv, transmissão automática com nove marchas. Novo diesel 2,0 não virá ao Brasil. Aqui à venda no fim do primeiro semestre.
Na Bahia, novo autódromo
Leitores da Coluna sabiam das ações da jornalista Selma Moraes, presidente da Federação de Automobilismo da Bahia, para implantar um autódromo em seu estado. Município de São Francisco do Conde, a pouca distância de Salvador e com acesso por terra, mar e ar, bancou o investimento com vistas a se tornar base para o aproveitamento do potencial econômico gerado pela atividade das corridas. Prefeito Evandro Almeida mostrou visão pouco usual.
O Autódromo Internacional da Bahia foi inaugurado no passado fim de semana com provas de sua especialidade: corridas em pista de terra, com 1.700 m de extensão, 14 m de largura, e de motocross. A área total de 850.000 m² permite muita expansão. Próximos passos, construção de pistas de kart, de asfalto. Vitória da visão, garra e determinação da jornalista Moraes, exemplo a ser seguido.
Roda a Roda
Nada a ver – Apesar de pequena queda de vendas, causada pelo Dieselgate — a questão das emissões superiores às normas dos EUA —, outras empresas do grupo Volkswagen cresceram: Porsche vendeu 225 mil unidades, recorde de produção, com liderança de Macan e Cayene. Maior mercado, China. Em crescente ascensão, Audi vendeu 1,8 milhao, superando em 20% (300 mil unidades) os planos para 2015. Nos EUA, maior mercado, e no Brasil, dos menores, cresceu.
Mais – Audi inicia importar o A1 Sportback em versão mais potente: novo motor 1,8 turbo faz 192 cv, levando-o aos 100 km/h em 6,9 segundos, a R$ 125 mil. Opção com motor 1,4 e 125 cv por R$ 107 mil. Transmissão de dupla embreagem e sete marchas. Pacote é concorrente de Mini.
Questão – Coisa secular, invenções e criações são registradas para impedir cópias por concorrentes. Com o software Ford Smart Device Link, ocorre o contrário: a companhia incentiva concorrentes a adotá-lo. O sistema coleta, conecta e controla aplicações de smartphones a partir dos veículos.
Facilidades – O Smart Device é software de fonte aberta contendo a plataforma Sync @ App Link, provendo aos clientes acessar as aplicações favoritas através de comando por voz. Conceito é, quanto maior o número de usuários, mais rápido será o desenvolvimento de aplicações.
Cruze – GM argentina divulgou foto final do modelo Cruze a ser feito lá, em versões hatch e sedã, e exportado ao Brasil. Linhas e motor novos, 1,4 litro turbo, 155 cv. O Cruze é originalmente coreano, onde a GM comprou a Daewoo, e não foi feito no Brasil por conta do não entendimento com o sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos, SP.
Atraso – Volkswagen postergou a apresentação do Gol Trend. Será em março. Como a Coluna informou, ênfase em atualização de confortos de conectividade. Enquanto não vem o modelo novo, mudança é para criar atrativos. Para marcá-lo, mudanças estéticas nos faróis, para-choques, disposição no painel. Na mecânica, o novo motor 1,0 de três cilindros.
Marco – Apesar da retração do mercado, vendas do Jeep Renegade em dezembro foram façanha: 6.976 unidades, 300 sobre o então líder Ford Ecosport em dezembro de 2012, último mês antes da indústria nacional declinar.
Veraz – À apresentação do Renegade no Salão do Automóvel, Sérgio Ferreira, diretor geral da marca, asseverou, seria líder de mercado. Pareceu falaz, mas fechado 2015, na relação entre volume e meses de venda, lidera.
Antigos – O Pebble Beach Concours d’Elegance, 3º. domingo de agosto, mais entojado dos encontros mundiais de automóveis antigos, aula de como fazer, em grande expansão, apesar do crescendo no preço dos ingressos. Antes com estacionamento contido ou nas estradas em seu entorno, em Carmel, Califórnia, o desmesurado movimento de público fez utilizar os campos de golfe do hotel The Lodge, onde se abriga, e atingindo a insuportabilidade. Uma foto aérea interpretaria a massa humana como alguma passeata pró ou contra os automóveis antigos, meras manchas em seu meio.
E mais – Para frear excesso de visitantes, organizadores resolveram aumentar custo do ingresso. De US$ 100 vem galgando números e para 2016 tenta conter visitantes sem perder faturamento. Ingressos agora incluindo estacionamento no green subiram a US$ 325 (uns R$ 1.300), e para dar tempo a juízes e jornalistas observar os automóveis, abrirá das 10h30 às 17h.
Clássico, já! – Melhor rótulo para distinguir um automóvel é tê-lo como clássico. Por entendimento mundial tal classificação é restrita aos de projeto e construção superiores, melhores materiais e distinção por luxo ou desempenho. Seleção muito restrita. No Brasil, apesar da liberalidade no uso da palavra, apenas dois veículos são assim classificados: o Willys Itamaraty Executivo — a limusine — e o Brasinca 4200GT e seu sucessor Uirapuru.
Mercedes – O último clássico pós-Guerra é o Mercedes SE cupê ou conversível produzido do início de 1960 a 1971, motores entre 2,2 e 3,5 litros, no Brasil apelidado Charuto. Agora surgiu outro candidato: o SLS AMG. Preparação AMG, GT com portas asas de gaivota — abrindo para cima, como o inspirador 300 SL.
Mudança – Para o Brasil foram importadas umas 80 unidades entre 2010 e 2012. Com todos os ônus, incluindo o inexplicável imposto de importação a 35% e IPI e ICMS em cascata, a primeira, em Brasília, por R$ 800 mil e os últimos exemplares a R$ 450 mil.
De volta – Mercado alemão iniciou demandar por eles, enxergando qualidades não vistas quando disponíveis, pagando entre US$ 150 mil e US$ 180 mil, superior ao custo quando 0-Km.
Negócio – Com a desvalorização do real, o valor no Brasil, US$ 110 mil por unidade usualmente pouco rodada, levou agência em São Paulo a exportar quatro exemplares e tem encomenda de 20. Comercialmente é situação insólita e, em termos de antigomobilismo, o início do caminho para ser considerado clássico.
Exemplo – Allison, maior fabricante mundial de transmissões, nomeou David Graziosi presidente. Exemplo para a administração brasileira com 39 ministérios e 20 mil funções para assessores indicados sem maiores exigências.
Tudo eu – Grazioni acumulará as funções de: 1 – Diretor Financeiro; 2 – Supervisor de Operações; 3 – Compras; 4 – Qualidade e Confiabilidade; 5 – Assuntos Legais/Corporativos; 6 – Comunicações/Auditoria Interna; 7 – Recursos Humanos, Informações e Serviços; além de 8 – Tesouraria. Cafezinho e água, imagina-se, a cargo da sra. Mary Smith.
Ajuda – 3M desenvolveu nova fita crepe para os serviços em pintura de veículos. Ganhos de tecnologia em maior capacidade de contorno nas peças, isolamento nas beiradas e a vantagem de não deixar resíduos quando submetida à elevada temperatura nas oficinas com estufa para pintura.
Coluna anterior |
A coluna expressa as opiniões do colunista e não as do Best Cars