O A8L W12 mostra as sutis mudanças visuais da linha 2008, como grade
e lanternas; uma edição no ano seguinte comemorava os 100 anos da Audi
Retoques de estilo vinham no modelo 2008, com grade, faróis de neblina, retrovisores (com repetidores de luzes de direção) e lanternas traseiras redesenhados. Também novos eram os alertas para saída involuntária da faixa da estrada e para aproximação de veículos nas faixas adjacentes. Um motor V6 de 2,8 litros e 210 cv ingressava na linha como opção mais econômica.
Dois pacotes apareciam em abril de 2009. O Sport vinha com rodas de 20 pol, bancos de couro bege e parte inferior do painel em couro preto. Já o Comfort trazia rodas de 19 pol, interior de couro bege, bancos dianteiros com ventilação e massagem e aquecimento para todos os assentos. No mesmo ano, a edição limitada Centennial comemorava no mercado chinês os 100 anos de fundação da Audi, com duas opções para o A8L (V6 de 3,0 litros e W12 de 6,0 litros) que recebiam rodas de 19 pol, sistema de áudio Bang & Olufsen, volante aquecido e detalhes próprios de acabamento.
Os faróis com leds adaptativos davam um tom ousado ao terceiro A8, mas
suas linhas eram discretas; no interior, painel tátil para digitação
Sóbrio e aerodinâmico
O sedã de alumínio passava em dezembro de 2009 à terceira geração (Tipo 4H ou D4) sem revoluções em desenho, mas dotado de amplo aparato técnico e de segurança. A tarefa de impressionar pelas linhas foi deixada aos modelos de perfil mais jovial da marca: o A8 permanecia sóbrio e elegante, embora com proporções mais esportivas que seus concorrentes Série 7 e Classe S. Comparado a eles ou ao segundo A8, o carro estava mais longo (5,14 metros) e largo (1,95 m), mas era mais baixo que os adversários. A distância entre eixos chegava a 2,99 m.
Havia massagem nas costas por bolsas de ar,
aquecimento e ventilação nos bancos,
recursos extensíveis aos laterais traseiros
A grade característica da Audi estava ainda maior e, a seu lado, os faróis davam o toque futurista com lâmpadas de xenônio e fileiras de leds do sistema adaptativo — apto a iluminar de formas diversas em cidade, rodovia e estradas sinuosas, além de dispensar unidades de neblina. A integração com o navegador do carro permitia aos faróis se antecipar às condições, iluminando as laterais em um cruzamento, por exemplo, quando o A8 se aproximasse dele. Como opção, faróis apenas com leds substituíam as lâmpadas.
O novo sedã obtinha o ótimo Cx 0,26 (antes 0,27) e mantinha a estrutura e a carroceria de alumínio. No interior, destaques eram o mostrador central do quadro de instrumentos ampliado para 7 pol, o monitor retrátil do sistema MMI (mais à direita) com 8 pol e o console de comandos mais intuitivos. Para digitar um endereço para navegação ou o telefone a ser chamado, podia-se usar um painel sensível ao toque como o dos computadores portáteis. A alavanca de câmbio assumia um aspecto futurista.
Aos motores iniciais V8 de 4,2 litros a gasolina e a diesel, com tração integral,
a Audi logo adicionou opções V6 movidas aos mesmos combustíveis
O acabamento oferecia escolha entre couro e camurça sintética nos bancos e entre alumínio e madeira nos detalhes, com cinco tons para o revestimento e três para o forro do teto. O volante já não usava como elemento central a forma da grade dianteira; a iluminação interna com leds oferecia três cores. Bancos normais e esportivos estavam disponíveis — com ajuste elétrico até dos apoios laterais no segundo caso — e havia massagem nas costas por bolsas de ar, aquecimento e ventilação, recursos extensíveis aos bancos laterais traseiros, assim como regulagem elétrica.
A climatização em quatro zonas tinha controles para esses passageiros, que dispunham ainda de dois monitores de vídeo de 10,2 pol e disco rígido de 20 GB para armazenar conteúdo. Não poderia faltar o sistema de áudio Bang & Olufsen, com 19 alto-falantes, dois amplificadores, 1.400 watts e excelente qualidade. O porta-malas acomodava 510 litros.
Na fase inicial o novo A8 oferecia apenas motores V8 de 4,2 litros, a gasolina e a diesel. O primeiro tinha injeção direta, 372 cv e 45,4 m.kgf para acelerar de 0 a 100 km/h em 5,7 segundos, com máxima de 250 km/h e consumo 13% menor que no A8 anterior. O turbodiesel de 350 cv oferecia 81,6 m.kgf, cumpria o 0-100 em 5,5 s, chegava aos mesmos 250 km/h e consumia 19% menos que a versão antiga, além de emitir menos gás carbônico (CO2) que o V8 a gasolina. Logo vinham um V6 de 3,0 litros, com 204 cv e tração apenas dianteira, e o V6 turbodiesel de mesma cilindrada, 250 cv e 56,1 m.kgf.
Já tradicional, o A8L aparecia com mais 13 cm entre eixos que o básico
e a opção do motor W12, agora com 6,3 litros de cilindrada e 500 cv
Dentro da tendência de adicionar marchas, já eram oito na caixa automática usada por todas as versões, o que reduzia o consumo em 6%, de acordo com a Audi. O V8 a gasolina podia vir com diferencial esportivo de atuação ajustável pelo sistema Drive Select, que também regulava outros parâmetros — respostas do motor e do câmbio, firmeza da suspensão pneumática, relação e assistência da direção. A suspensão variava a altura do carro em 25 mm de acordo com a velocidade, visando a melhorar estabilidade e aerodinâmica.
O aparato de segurança ativa incluía controle de distância até o carro à frente em qualquer velocidade (do tráfego anda-para até 250 km/h), monitor da faixa adjacente, alerta para evasão da faixa de rolamento, leitura do limite de velocidade da via e sistema de visão noturna com câmera térmica, que distinguia pedestres de objetos e avisava se seus movimentos indicassem risco de invadir a pista. Pela segurança passiva o destaque era o Audi Pre Sense, que detectava a iminência de uma colisão e preparava o carro para ela — acionava os freios por si próprio, fechava vidros e teto solar, tencionava cintos, movia os encostos dos bancos.
Lançado no Brasil no ano seguinte, o A8 foi avaliado pelo Best Cars: “O interior não apenas traz tudo que se pode imaginar, como o faz com perfeição. O Night Assist nos faz enxergar melhor olhando para a tela que pelo para-brisa. Mesmo sendo um grande sedã, há vigor frenético nas entranhas do A8, que o faz acelerar como bem poucos esportivos. O A8 ruge baixo e arremessa suas quase duas toneladas à frente com progressão nada comedida. Passando para o banco traseiro, deixam-se as emoções dinâmicas de lado e resta o prazer de descansar como na primeira classe de um voo internacional — espaço, requinte, conforto e massagem”.
No interior do A8L W12, prioridade aos passageiros de trás: telas de vídeo de
10,2 pol, bancos ventilados e reclináveis, mesa retrátil e refrigerador
A já tradicional versão alongada A8L aparecia em abril de 2010, com 5,27 m de comprimento e 3,12 m entre eixos. Os bancos individuais traseiros eram dotados de aquecimento, ventilação e ajuste elétrico; o console central trazia comandos de entretenimento e climatização e podia vir com mesa retrátil e refrigerador. De resto, telas de 10,2 pol nos encostos, apoios de pés com ajuste elétrico, teto solar amplo, áudio Bang & Olufsen. Foi oferecido de início apenas com o motor W12, mas logo recebia os demais propulsores. O 12-cilindros foi ampliado para 6,3 litros e recebeu injeção direta, o que o levou a 500 cv e 63,7 m.kgf. Assim o A8L acelerava de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos.
O A8L W12 foi avaliado pela inglesa Evo, que destacou desempenho e conforto: “É rápido, depois que se supera a lentidão inicial do acelerador. A massa do grande motor define o resto da experiência, com uma sensação de frente pesada e direção superleve. A qualidade de rodagem das molas a ar é brilhante, e o refinamento em alta velocidade, excepcional — deve ser o carro mais silencioso que existe a 130 km/h. Mas a versão TDI V8 a diesel oferece todo o desempenho que você desejaria por 30 mil libras a menos. A Audi admite que o W12 tem seu real papel na Ásia, onde os compradores ficam felizes em gastar muito dinheiro para saber que seu carro é o mais exclusivo”.
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Os blindados
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Automóveis do segmento do A8 estão entre os preferidos de altos executivos, personalidades e chefes de Estado, que muitas vezes recorrem à blindagem para segurança pessoal. Ciente desse mercado, a Audi oferece desde a segunda geração o A8L Security, que recebe de fábrica uma proteção em diferentes níveis — até o padrão VR-7, o mais alto permitido para uso civil — com materiais como aço blindado, fibra de aramida, cerâmica, liga especial de alumínio e vidros multilâmina.
Entre os recursos especiais estão pneus capazes de rodar furados, remoção de fumaça da cabine, extintor de incêndio no compartimento do motor e sob o chassi, comunicação com o exterior por alto-falantes, sistema de saída emergencial (faz as portas se destacarem da carroceria pela fratura pirotécnica das dobradiças), partida remota do motor, sirene e luzes de emergência.
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