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O 307 WRC do Mundial de Rali (em vermelho) era um CC com teto rígido e 300 cv; no Brasil, a Stock Car combinava seu estilo a motor V8
O 307 foi a competições: no Campeonato Mundial de Rali (WRC), a Peugeot correu em 2004 e 2005 com um derivado do CC. O cupê de teto fixo usava motor turbo de 2,0 litros com 300 cv e torque de 59,1 m.kgf, tração integral e bloqueio dos diferenciais dianteiro, central e traseiro.
Com apenas três vitórias entre os dois anos — todas pelas mãos do finlandês Marcus Grönholm —, sua carreira foi breve porque o grupo PSA decidiu sair dos ralis. Outras versões do 307 competiram no Mundial de Turismo (WTCC), no Britânico de Turismo (BTCC), no TC 2000 argentino e na Stock Car Brasil, neste caso apenas com uma silhueta do sedã na carroceria de plástico sobre chassi tubular com motor Chevrolet V8.
O 307 no Brasil
Levou apenas um ano para a Peugeot trazer o hatch 307 ao Brasil, em março de 2002. De início era importado da França em versões Soleil, Passion e Rallye com motor 1,6. A boa oferta de equipamentos podia incluir ar-condicionado automático e sua extensão ao porta-luvas, faróis e limpador de para-brisa automáticos, bolsas infláveis laterais e de cortina e freios com ABS e assistência nas freadas de emergência. A versão local tinha altura de rodagem 3 cm maior e recalibração de molas e amortecedores.
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Após dois anos importado da França, o 307 para o Brasil tornava-se argentino; a SW e o CC foram sempre trazidos da Europa
Ao comparar o 307 Passion 1,6 a Chevrolet Astra CD 2,0, Fiat Stilo 1,8, Ford Focus Ghia 2,0 e Volkswagen Golf 2,0, o Best Cars elogiou no Peugeot a posição de dirigir, o espaço interno, os itens de conveniência, o consumo e a melhor relação custo-benefício dos cinco, mas apontou a limitada potência: “O saldo final aponta pequena vantagem para o 307 e o Focus. Em preço o Peugeot realmente atrai, mas é bom que não se exija grande desempenho — sua versão de 2,0 litros e 135 cv, porém, não deve demorar”.
Levou apenas um ano para a Peugeot trazer o hatch 307 ao Brasil, em 2002; os equipamentos podiam incluir bolsas infláveis laterais e de cortina e freios com assistência de emergência
A perua 307 SW estreava aqui um ano depois, em abril de 2003, apenas na opção de cinco lugares para competir com Xsara Break e Fiat Marea Weekend — a Toyota teria a Fielder no ano seguinte. Com o aumento da distância entre eixos de 2,6 para 2,7 metros (aproveitada com portas traseiras maiores), a marca conseguia acomodar bem cinco pessoas em assentos individuais, sendo os traseiros ajustáveis em distância do assento e inclinação do encosto. O banco central podia ser rebatido ou retirado. Bancos adicionais podiam ser comprados em concessionária.
Com cinco lugares o espaço de bagagem era de 520 litros, podendo passar a 559 ao avançar os bancos traseiros e 1.539 litros com sua remoção. Inédito no Brasil era o teto com ampla área envidraçada, porém fixo, e dotado de forro com controle elétrico. A SW usava como padrão o motor de 2,0 litros com 138 cv e 19,4 m.kgf, boa medida para um modelo mais pesado, para acelerar de 0 a 100 km/h em 10,5 segundos.
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A frente mudava em 2006 no modelo argentino, que logo ganhava o sedã, também com opção de motor 2,0 e caixa automática
Esse motor e a transmissão automática de quatro marchas com opção de mudanças manuais chegavam ao 307 hatch em maio de 2004, quando o modelo passava a vir da Argentina. Agora as versões eram Presence, Presence Pack (1,6), Feline e Rallye (2,0), estas duas com a nova opção de caixa. A SW também recebia versão automática, mantendo a origem francesa.
O cupê-conversível 307 CC chegava da França em novembro seguinte, com motor 2,0 de 138 cv e caixa manual ou automática. A versão Griffe aparecia na linha 2006 do hatch com motor 2,0, caixa automática, bancos de couro e teto solar. Meses depois — em abril — a frente era reestilizada seguindo o modelo europeu, o motor 2,0 ganhava potência (de 138 para 143 cv) e o 1,6 tornava-se flexível em combustível, agora com 113 cv com álcool. A SW e o CC vinham da Europa em seguida com o mesmo visual dianteiro.
A família 307 crescia ainda mais em agosto de 2006 com o sedã, também argentino. Os mercados sul-americanos eram os primeiros a tê-lo com o novo desenho frontal, antes dos chineses. Entre-eixos e espaço interno seguiam os do hatch, com 26 cm adicionais depois do eixo traseiro (total de 4,48 metros) para um amplo porta-malas de 506 litros. As versões eram conhecidas: Presence 1,6 flexível, Feline e Griffe 2,0, a última com caixa automática de série. O motor 2,0 tornava-se flexível em 2009, passando a expressivos 151 cv e 22 m.kgf com álcool.
A série Millesin 200 comemorava os 200 anos da marca com mais equipamentos; na China existiu o “aventureiro” Cross (à direita)
Essa versão do 307 Feline enfrentou outros quatro sedãs no Best Cars em 2010: Ford Focus Ghia 2,0, Honda City EXL 1,5, Kia Cerato 1,6 e Nissan Sentra SL 2,0. Ele foi aprovado em itens de conveniência, porta-malas e estabilidade, mas ficou para trás em consumo e estilo: “Focus e 307 estão em patamar superior em termos de conforto e conveniência. Quem busca o máximo por seu dinheiro deve olhar com carinho para o 307, com a ressalva do alto consumo”.
Mesmo fora de linha na Europa, o 307 seguiu em lenta evolução no Brasil. A edição limitada Millesin 200, alusiva aos 200 anos da Peugeot em 2010, era um Presence 1,6 com bancos de couro, navegador GPS e outros acessórios. Novos equipamentos vinham para 2011 e 2012, neste caso com a troca de nome de Feline para Premium na versão de topo.
A chegada do 308 argentino, em 2012, colocava fim à longeva família 307 também por aqui — na China, porém, o sedã seguiu por mais dois anos e houve até um pacote visual “aventureiro” para o hatch, chamado Cross. A produção mundial da linha alcançou cerca de 3,8 milhões de unidades, sucesso ainda mais expressivo que o de seu antecessor.
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