Cara de um, focinho… de outra marca: parte 3

Jeep Renegade ou novo Renault Duster? Como eles, muitos carros se parecem no todo ou em detalhes de estilo

Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação

 

Responda rápido: na foto acima, o carro da direita é um Renault Duster ou um Jeep Renegade? Não é só você que viu lanternas traseiras muito parecidas: nós também achamos que os desenhistas da marca francesa estavam de olho no concorrente ao criar a nova geração do SUV, que ainda não chegou ao Brasil. Mas existem muitos outros carros que se parecem, no conjunto ou em detalhes, com os de outras marcas. Já vimos alguns em dois artigos (aqui e aqui) e agora vamos ao terceiro da série. Se você tem sugestões, mande pelos comentários e podemos aproveitá-las. Se preferir, confira o vídeo com mais imagens.

 

 

O desenho do Adler 2.5 alemão (em cima), de 1937, lembra bastante o dos primeiros Volkswagens. Na época, protótipos do Fusca estavam em testes e tinham os faróis mais próximos, como no Adler. Só que este era maior, mais luxuoso e com motor dianteiro de seis cilindros.

 

 

O Chevrolet Corvair (em cima) norte-americano, com motor traseiro, foi lançado em 1960. Quatro anos depois a japonesa Hino fez seu cupê Contessa, inspirada no carro da GM.

 

Na época, foi comum as fábricas japonesas imitarem desenhos ocidentais. O primeiro supercarro do país, o Toyota 2000 GT (em cima) de 1965, não nega a semelhança de linhas com o inglês Jaguar E-Type de quatro anos antes.

 

 

Qual desses é o Lamborghini Countach? O verde não é: aquele é o Alfa Romeo Carabo de 1968. Seria o prata? Também não: é o Maserati Boomerang de 1972. Esses carros-conceito foram desenhados por Marcello Gandini e Giorgetto Giugiaro, nesta ordem, com as mesmas ideias: perfil inspirado em uma flecha, linhas retas, para-brisa quase horizontal, motor central-traseiro. O Countach (em amarelo), outra obra de Gandini, apareceu em 1971 e chegou à produção três anos depois. Eles inspiraram um fora de série brasileiro, o Hofstetter (branco) dos anos 80.

 

Outros esportivos dos anos 70 bem parecidos foram o primeiro Lotus Esprit (embaixo), de 1977, e o BMW M1, dois anos mais novo. Ambos foram desenhados pelo mesmo Giugiaro.

 

Olhe para o Alfa Romeo 164 (em cima), de 1987, e para o Peugeot 605 de dois anos depois. A semelhança de estilo é grande, tanto no conjunto quanto em detalhes como os vincos laterais. O Alfa foi criado pelo estúdio Pininfarina, que colaborou no desenho do Peugeot ao lado de estilistas da marca francesa.

Próxima parte

 

O Citroën ZX e o Opel Astra nasceram juntos, em 1991, e até pareciam gêmeos de alguns ângulos. Interessante é que muito do desenho do ZX já estava em 1988 no Yugo Florida, feito na Iugoslávia — até o limpador de para-brisa monobraço.

 

 

Os sul-coreanos dos anos 90 eram como alguns chineses de hoje: uma mistura de estilos ocidentais. Que o diga o Daewoo Super Salon (em cima), um sedã de 1994 com mecânica GM que foi vendido no Brasil: era clara a vontade de se parecer com o Mercedes-Benz Classe S da geração W140, de 1991. Será que ele conseguia?

 

Quando a Ferrari lançou o 360 Modena (em cima), em 1999, chamou atenção a frente com grandes tomadas de ar e a parte central mais alta. Novidade? Não. O inglês McLaren F1 tinha a mesma solução seis anos antes.

 

 

A Volkswagen precisava desenhar o Polo sedã de 2002, mas não queria uma miniatura do Bora ou do Passat. Pelo jeito, a inspiração veio do Oriente: as lanternas traseiras pareciam muito as do Toyota Corolla 1999-2002 (à esquerda) que havia saído de linha.

 

Eles chegaram ao Brasil quase juntos e com a mesma solução: em 2002, o Chevrolet Corsa (à esquerda) e o Ford Fiesta eram nossos primeiros carros com lanternas traseiras nas colunas. Mas não foram pioneiros na ideia: 10 anos antes, já era assim a perua Volvo 850.

 

A Nissan teve um período de desenho pouco criativo, no qual seus carros pareciam muito os concorrentes. Foi assim com o Tiida, lançado aqui em 2008, uma espécie de Peugeot 307 mais anguloso (fotos de cima). Um ano depois, a Livina parecia uma revisão do estilo do primeiro Honda Fit (embaixo).

 

Não tem jeito: você olha o Lifan 320 (em cima) e se lembra do Mini da BMW, que sem dúvida foi o modelo seguido pela marca chinesa.

 

Quando vê a traseira do Toyota Prius, você se lembra do Citroën C4 de três portas, de 2004? A ideia de usar uma parte vertical de vidro é mesmo parecida, mas vem de longe. Antes do Honda CR-X de 1988, a solução foi usada pelo Maserati Khamsin de 1974.

Mais Curiosidades

 

Sair da versão mobile