
Em outros países, muitas vezes com marca diferente, eles renasceram — e viveram até mais que na primeira fase
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação
Existe vida depois da morte? Para os automóveis, muitas vezes sim. São vários os carros que ganharam anos de produção em outro país, antes ou depois de sair de linha no local de origem. Com outro nome e até marca diferente, esse segundo tempo pode durar bem mais que o primeiro. Conheça alguns casos interessantes. Se preferir, assista ao vídeo com mais imagens.
Fiat 1100
Os antigos Fiats parecem predestinados à vida longa. O sedã 1100 de 1953 durou na Itália até 1969 (no destaque), mas isso não é nada: a indiana Premier começou a montá-lo em 1964, adotou o nome Padmini em 1970 e seguiu até 1998. Foi muito usado pelos taxistas.
Morris Oxford
Na Inglaterra, a Morris produziu o sedã Oxford de terceira série (no destaque) entre 1956 e 1959. Na Índia, a Hindustan lançou em 1958 o Ambassador e o manteve até 2014, amparada em sua robustez. Nada menos que 56 anos na mesma geração.
Fiat 124
Um Fiat que teve muitas vidas foi o 124 (no destaque). O original durou de 1966 a 1974 na Europa. Em 1970 os russos lançavam o VAZ-2101 ou Lada, que chegou a ser vendido no Brasil nos anos 90. Com poucas evoluções, ele foi feito até 2012 (foto maior) em mais de 17 milhões de unidades. Na Índia, uma versão existiu de 1985 a 2001 como Premier 118 NE, usando motor Nissan. Na Turquia, a marca Tofas fez o Murat 124, de 1971 a 1977, e sua evolução Serce de 1984 a 1994.
Volkswagen Kombi
Não poderia faltar a Kombi de segunda geração. A Alemanha a produziu de 1967 a 1979 (no destaque). No Brasil chegou em 1975 pela metade, sem a porta corrediça e as janelas amplas, que só viriam em 1997. Quando saiu de linha, em 2013 (foto maior), tinha 56 anos entre as duas gerações.
Nissan Junior
A sobrevida também ocorreu com carros japoneses. De 1970 a 1982 a Nissan fez a picape Junior 140 (no destaque). Muito depois, em 1998, a iraniana Zamyad lançava a Z24 com o mesmo desenho. Ela continua em linha.
Hillman Avenger
No Brasil o Dodge 1800 ou Polara durou de 1973 a 1981. O carro que o originou, o Hillman Avenger inglês (no destaque), foi de 1970 a 1981. Já na Argentina ele começou em 1971 como Dodge 1500 e passou a Volkswagen 1500 em 1982, depois da compra da marca pelos alemães também por lá. Com retoques, seguiu até 1990 (foto maior).
Fiat 126
O diminuto Fiat 126 foi feito na Itália (no destaque) de 1972 a 1980. Em 1973 ele ganhava produção na Polônia, como Polski Fiat 126 P, e durou até o ano 2000. Dos 4,6 milhões fabricados, mais de 70% foram poloneses.
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Volkswagen Golf
Você acha que o Golf nacional durou muito? Não viu nada: a primeira geração foi de 1974 a 1983 na Alemanha (no destaque), mas só começou a ser feita na África do Sul em 1984. Lá, como Citi Golf, teve vida longa: até 2009.
Fiat Uno
Na Europa, o primeiro Fiat Uno (no destaque) foi feito de 1983 a 1995. Ele veio ao Brasil em 1984 e gostou daqui: como Mille, seguiu até 2013.
Opel Kadett
O carro que tivemos como Chevrolet Kadett surgiu antes na Alemanha, em 1984, com a marca Opel (no destaque). Aqui ele durou até 1998, mas seguiu em linha em países como Egito e Romênia. No Uzbequistão, foi feito como o sedã Daewoo Nexia até 2016.
Suzuki Carry
A Índia, sempre a Índia: o minifurgão Suzuki Carry (no destaque), feito de 1979 a 1985 pelos japoneses, tornou-se o Maruti Omni para os indianos e lá continua depois de mais de 15 milhões de unidades. Também foi feito na Indonésia, até 2009, e segue no Paquistão.
Peugeot 405
Um dos carros de maior duração da Peugeot foi o sedã 405 (no destaque), que chegou ao Brasil nos anos 90. Na França ele existiu de 1987 a 1997, mas foi feito sob licença na Argentina até 2000, no Zimbábue até 2002 e no Irã até hoje. Nesse país a fábrica Iran Khodro faz também as evoluções Pars (foto maior) e Samand, ainda em produção.
Kia Pride
O trio Ford Festiva, Kia Pride (no destaque) e Mazda 121 começou em 1986. O Kia durou até 2002 no Egito e 2003 na China. No Irã, a marca Saipa o lançou em 1993, criou versões sedã e picape e até hoje o produz como 111.
Nissan Sentra
A geração de 1991 do Nissan Sentra (no destaque) foi feita só por três anos no Japão. Os mexicanos a adotaram em 1992 e pegaram gosto: como Tsuru ele ficou no mercado até 2017, sendo um preferido dos taxistas. De lá era exportado para países africanos e do Oriente Médio.
Citroën ZX
Alguns Citroëns ganharam sobrevida na China, como o ZX. Os franceses o tiveram de 1990 a 1998 (no destaque). Entre os chineses ele estreou em 1994 e durou até 2009 como Fukang. Renovado, com opção de sedã e o nome Elysée (foto maior), chegou a 2013. Até furgão e picape foram feitos por lá.
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