Renault Oroch 4×4, Montana a diesel, Kombi de 1,8 litro e outras opções de nossas fábricas apenas para o exterior
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação
Você já viu Chevrolet Montana com motor a diesel e volante no lado direito? E Renault Duster Oroch com tração 4×4? Essas picapes não foram vendidas no Brasil, mas produzidas aqui para exportação, assim como versões de outros carros. Vimos exemplos no artigo anterior e agora conheceremos mais alguns. Se preferir, assista ao vídeo com o mesmo conteúdo e mais imagens.
O Chevrolet Monza nacional chegou a países vizinhos, e um deles teve uma história curiosa. A Venezuela recebia nossos conjuntos desmontados, ou CKD, e montava as versões SL, Classic (foto) e S/R. Com a queda nas vendas lá, no fim dos anos 80 o Brasil recebeu de volta mais de 400 Monzas, que tinham diferenças como bancos de couro, não disponíveis aqui na época.
A Montana atual sempre foi à Argentina com motor de 1,8 litro, mais adequado para levar carga que o 1,4 usado aqui. Ela também teve conjuntos enviados à África do Sul para montagem até 2017 (acima). Ganhava o nome Utility, motor a diesel e volante do lado direito. O modelo anterior, derivado do Corsa, passou pelo mesmo processo.
Nosso Fiat 147 foi bastante exportado para a Itália, incluindo a perua Panorama, que só foi fabricada aqui. Chamados de 127 como os italianos, eles usavam motor a diesel de 1,3 litro, então o menor a diesel em carros no mundo. A opção não poderia existir aqui, onde o diesel é proibido em automóveis. A versão Rustica (acima), com acessórios fora de estrada, era preparada por ninguém menos que a Lamborghini. Se fosse lançada aqui, teria antecipado em 20 anos a onda dos “aventureiros”.
O furgão Fiat Fiorino e a picape da linha 147 também seguiram para a Europa por bons anos. O furgão de segunda geração (foto), derivado do Uno, foi enviado até 2000 a mercados europeus em mais de 250 mil unidades. Havia versões com vidros nas laterais e até com volante à direita para o Reino Unido. Motor de 1,7 litro a diesel e turbodiesel, freios ABS e bolsa inflável para o motorista só equipavam o modelo de exportação.
Que tal uma tração 4×4 na Renault Duster Oroch? Os brasileiros não podem ter, mas chilenos e argentinos, sim. E ela é fabricada no Paraná, usando o sistema de tração do SUV Duster.
A exportação do Volkswagen Passat brasileiro para o Iraque, iniciada em 1983, ficou conhecida aqui por um imprevisto no programa, que fez a marca vender um lote desses carros no Brasil em 1986. Era a versão LSE de quatro portas, que não existia mais aqui, com o motor 1,6-litro da geração MD-270 (anterior à AP) e caixa de apenas quatro marchas. Outras diferenças eram carpetes espessos, ar-condicionado de série e opção de bancos em tom vinho.
Foto: cortesia da HP do Passat
Enquanto no Brasil a Kombi mantinha o velho motor arrefecido a ar, a versão mexicana ganhava em 1987 o 1,8-litro “a água” do Santana, só que menos potente. Quando o México parou de fabricá-la, em 1995, a Volkswagen brasileira passou a exportar nossa perua com tal motor, nunca oferecido aqui. Só em 2006 teríamos a Kombi “a água”, mas de 1,4 litro.
Como as outras marcas, a Volkswagen exportou carros com motor a diesel, caso do Gol e da Parati de 1,9 litro para Argentina, Paraguai e Uruguai entre 2000 e 2008. Outra diferença era o Gol G4 (foto), de 2006 em diante: para os argentinos foi mantido o painel mais refinado do anterior G3.
O Golf brasileiro, lançado em 1999, começou a ser exportado aos Estados Unidos no ano seguinte. Ele era equipado com itens que só teríamos anos mais tarde, como rodas de 17 polegadas, controle eletrônico de estabilidade e o motor VR6 de 2,8 litros em opção ao 1,8 turbo. Perdemos esse mercado quando o Golf alemão passou à frente do nosso, mas a versão de 2,0 litros seguiu por mais alguns anos para o Canadá com o nome Golf City.
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