Um novo nome pode ser necessário por diversas razões. A Jaguar nasceu como Swallow Sidecar Company ou SS. A sigla apareceu em modelos da década de 1930, como o SS Jaguar 100 (acima), mas depois da Segunda Guerra Mundial seria associada com a organização paramilitar do partido nazista alemão. Assim foi escolhido Jaguar Cars.
No México, nosso Volkswagen Fox foi vendido como Lupo, nome de um antigo carro pequeno da marca alemã. A razão foi evitar uma associação a Vicente Fox, então presidente mexicano. A Spacefox foi chamada lá de Sportvan, mas o Crossfox manteve o nome.
Uma fonte frequente de problemas está nos direitos sobre marca. Para seu centenário, em 2003, a Ford criou uma versão moderna do GT40 (acima, em branco), vencedor de Le Mans por quatro vezes nos anos 60. O nome foi usado no conceito (em amarelo), mas o carro entrou em produção apenas como GT. O motivo: em 1999 os direitos da sigla passaram à Safir GT40 Spares, que vende réplicas do original. Consta que a empresa pediu US$ 40 milhões para vender a marca de volta à Ford, que não aceitou.
Outra que a Ford perdeu foi na Inglaterra. Ao lançar o Sierra (acima), em 1982, havia no mercado um jipe vendido em kit, o Dutton Sierra (no destaque). A Ford tentou garantir o nome para si, mas a Justiça entendeu que as regras para carros em kit correm à parte. Assim, os dois Sierras conviveram até 1989.
No Salão de Genebra de 2015 a Aston Martin anunciou o Vantage GT3, uma versão do esportivo preparada para as pistas. A Porsche acionou o jurídico, pois já usava a sigla no 911, e os ingleses mudaram para GT12 antes de começar as vendas.
E não só fabricantes disputam esses direitos. Ao lançar em 2012 o elétrico Zoe, a Renault foi processada pelas famílias de duas garotas francesas que se chamavam Zoe Renault. Os pais não queriam que as filhas fossem associadas a um carro, mas a fábrica alegou que havia mais de 100 produtos no mundo com o nome Zoe. A Justiça aceitou e o Zoe, que agora chega ao Brasil, pôde manter seu batismo.
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