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Carros do Passado

Já em 1962 a novidade era aplicada a duas unidades do Dodge Dart (ainda em geração anterior à fabricada no Brasil) e outras duas do Plymouth Fury, denominadas Turbo Dart e Turbo Fury. A turbina de terceira geração trazia um anel de difusão de passo variável (saiba mais), o que permitia maior aceleração (de 0 a 96 km/h em 7,8 s), sobretudo porque o tempo necessário para a turbina atingir sua rotação de potência caía de 7 s para 1,5 a 2 s.

Mais econômicos e com melhor aceleração, os carros de 1962 -- Turbo Dart, em cima, e Turbo Fury -- ampliaram o interesse dos americanos pela venda de automóveis a turbina

Outros benefícios eram o menor consumo (o Dart conseguira 7 km/l em outro percurso de costa a costa dos EUA, apesar da maior velocidade média) e o efeito de freio-motor, obtido através de empuxo zero entre os dois rotores da turbina. Em alusão a seu bom desempenho, a Chrysler divulgava o que um jornalista escrevera após dirigi-lo: "Se você acelerar muito, segure firme seu chapéu... Eu perdi o fôlego durante uma aceleração".

Esses modelos circularam muito pelo país e foram expostos em algumas concessionárias, ampliando o interesse do público. A Chrysler não via outro caminho senão viabilizar a produção em série dos Turbo Cars. Anunciou que fabricaria entre 50 e 75 unidades, para empréstimo a clientes selecionados, que contribuiriam no aprimoramento da tecnologia e, claro, para testar a aceitação popular.

O Turbine Car: desenho de Engel, carroceria fabricada na Itália pela Ghia e
montagem pela Chrysler. A traseira evidenciava o uso da turbina a gás

Em maio de 1963 era apresentado "The Chrysler Corporation Turbine Car". Tratava-se de um cupê de luxo de quatro lugares e tração traseira, com acessórios de conforto como controle elétrico dos vidros e direção assistida. Fora desenhado na própria empresa por Elwood Engel, estilista trazido da Ford, onde criara o modelo 1961 do Thunderbird, para substituir Virgil Exner. A grande semelhança com esse T-Bird já rendeu ao Turbine o apelido de "Engelbird".

A carroceria era produzida pela Carrozzeria Ghia SpA, de Turim, Itália, que já construíra limusines e numerosos carros-conceito (como o próprio Turboflite) para a Chrysler. Esta aplicava as carrocerias ao conjunto mecânico em uma pequena linha em Detroit, antes usada pela Checker Cab. O estúdio italiano chegou a planejar também um roadster com motor central, conhecido como Typhoon (tufão), que não passou da construção de um modelo em escala real (maquete).

A inspiração nas turbinas dos aviões era clara também nas molduras dos faróis do Turbine Car. Foram produzidas 50 unidades para testes com clientes selecionados

De produção limitada, o Turbine não estava ainda à venda: seria cedido a usuários de diversas regiões dos EUA -- foram envolvidos os 48 estados continentais -- para a aguardada avaliação. Seis semanas após o anúncio, a marca acumulava 30 mil inscrições de interessados. Desses, 203 pessoas (60% proprietários de algum Chrysler) entre 21 e 70 anos, sendo 23 mulheres, teriam um Turbine em mãos por cerca de três meses cada, com manutenção efetuada por equipes especializadas. O programa começava em outubro.

Mecânica simples   A turbina a gás é mais simples do que parece à primeira vista (veja boxe). Comparada a um V8 da época, a da Chrysler continha 80% menos de peças (móveis ou não) e pesava de 25% a 50% menos. Dispensava um sistema de arrefecimento e a vela de ignição era uma só -- necessária apenas na partida, pois é desnecessária para o funcionamento normal da turbina. Sua potência podia não impressionar pelo valor (130 cv, medida na transmissão), mas equivalia a 200 cv ou mais em um motor a pistão. Continua

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