Em 1954 o 60 Special Fleetwood crescia entre os eixos, passando a 3,37 m, e recebia um pára-brisa bastante envolvente, moda àquele tempo. O motor V8 de 230 cv passava a 250 um ano depois e chegaria a 305 cv em 1956, junto do citado aumento de cilindrada para 365 pol³. Já a carroceria adotada pelo Brougham para 1955 chamava atenção pelas vistosas aletas ("rabos de peixe") nos pára-lamas traseiros.

A ousadia tomava conta do estilo do 60 Special em 1957, com destaque para este sedã hardtop

O modelo 1957 do Brougham voltava a inovar: surgia um sedã hardtop de quatro portas com acabamento de alto luxo. Mais caro que um Rolls-Royce Silver Cloud, esse Cadillac trazia suspensão a ar, os primeiros bancos com memória para os ajustes elétricos, a primazia dos faróis duplos, teto de aço inoxidável e motor de 325 cv. Produzidos por dois anos em quantidade muito baixa (cerca de 700 unidades no total), esses sedãs são hoje valiosas peças nas mãos de colecionadores. O restante da linha Fleetwood oferecia o sedã 60 Special sem coluna central e o sedã e a limusine 75, com coluna. Tanto o pára-brisa quanto o vidro traseiro eram bem envolventes, em um ousado conjunto com as aletas traseiras, as dagmars e, em 1958, os quatro faróis.

Em meio aos exageros de estilo que marcaram 1959, o Fleetwood não fugia à regra. Nesse último projeto do ousado Harley Earl, a frente era baixa, ameaçadora, e as lanternas vinham "espetadas" nas aletas como se fossem mísseis prontos a ser disparados. Se no 60 Special formava-se um conjunto mais harmonioso, a série 75 havia perdido o equilíbrio, pois o teto de formas retas parecia ter sido adaptado de outro carro, sem qualquer ligação com as linhas futuristas do restante. As dimensões e o peso do modelo maior estavam avantajados como sempre: 6,15 m de ponta a ponta, 3,80 m entre os eixos, 2.570 kg.

Os modelos 1959 e 1960 (ao lado) do 60 Special exageravam nos adornos, mas eram mais equilibrados que o da série 75 (abaixo), prejudicado pelo teto retilíneo

No ano-modelo seguinte as aletas ficavam mais discretas e de bom gosto, como que indicando os rumos mais moderados que a indústria local seguiria na nova década. Mas permanecia o desequilíbrio estético com o teto da série 75. O motor agora tinha 390 pol³ e 325 cv. A esperada harmonia de linhas só veio na linha 1961, em que as aletas diminuíam mais um pouco e parte das rodas traseiras era descoberta. Nos anos subseqüentes a tendência de substituir o futurismo pelo estilo mais conservador prosseguiu. Em 1963 o 60 Special usava um pára-brisa quase plano, mudança que só ocorreria três anos mais tarde na série 75. No ano seguinte estreavam o acendimento automático de faróis Twilight Sentinel e o primeiro ar-condicionado automático da indústria, o Comfort Control.

O maior dos V8   O Fleetwood entrava em 1965 com novo desenho, padronizado para as séries 60 e 75, com dois faróis de cada lado em linha vertical. Na traseira, as aletas pertenciam ao passado. O amplo leque de opções passava pelos modelos 60 Special e 75 (sedã e limusine), incluía o Eldorado (antes independente) e, um ano depois, apresentava o Brougham. Este representava a Cadillac no segmento de "carros de luxo pessoais", como se definiam o Buick Riviera e o Oldsmobile Toronado: sedãs e cupês com alto requinte, linhas menos formais e grandes motores V8.

O estilo da linha 1965 era unificado para as séries 60 e 75, que ganhavam um motor de 7,0 litros

Uma edição atualizada do veterano motor de 1949 era usada no novo carro, com a cilindrada elevada para 429 pol³ (7,0 litros), 340 cv e torque de 66,3 m.kgf. Essa unidade representava o máximo deslocamento possível para o velho propulsor, pelo que a marca iniciou o desenvolvimento de um novo bloco.

Em 1967 vinha outra reestilização, com grade dianteira mais baixa e inclinada à frente, silhueta sinuosa na região dos pára-lamas traseiros e um forte vinco na linha de cintura, descendente da frente para trás, no qual ficavam as maçanetas. No ano seguinte o Fleetwood adotava o novo e enorme motor de 472 pol³ (7,75 litros) e 375 cv, com torque de 72,6 m.kgf. Era uma resposta de respeito aos V8 de 440 pol³ (7,2 litros) da Chrysler e de 462 pol³ (7,6 litros) da Lincoln, mas a "guerra da cilindrada" não pararia por ali.
Continua

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