

O grande aerofólio distinguia o
930 de seu ângulo mais visto: a traseira


Nos demais 911 o motor passava
aos mesmos 2,7 litros do RS; já o SC (embaixo) extraía 180 cv do motor
de 3,0 litros e podia vir como Targa |
Atrás, no complemento central das lanternas na mesma cor vermelha, vinha
a inscrição em preto do nome da empresa de Stuttgart. A aplicação do
turbocompressor não era nova nos carros
da Porsche: este artifício mecânico foi usado nos poderosos
917 que foram disputar o campeonato
canadense-americano, o Can-Am, para afrontar os propulsores Chevrolet de
8,0 litros que equipavam os McLarens. Nas ruas européias, porém, o
recurso era quase desconhecido — a BMW havia lançado em 1973 o
2002 Turbo sem muito sucesso. E o
911 é considerado hoje o primeiro carro com turbo, no mundo, a ser
bem-sucedido.
Este novo Porsche tinha o motor de 3,0 litros da série RSR, muito
bem-sucedida em Targa Florio e Le Mans, com 2.994 cm³, 260 cv e 35
m.kgf. Era equipado com caixa de quatro marchas, injeção Bosch e turbo
KKK. Apesar do maior peso (1.195 kg), acelerava de 0 a 100 em 6,1
segundos e sua velocidade final era de 246 km/h. Ele poderia correr,
dependendo do volume de produção, nos grupos 3, 4 e 5 da FIA. Por dentro
ganhava novo volante, menor e com desenho que seria muito imitado, além
de outro desenho dos instrumentos e nova forração do painel. Os bancos
também estavam mais anatômicos.
Em 1975 a empresa apresentava um modelo que mudava os conceitos da
fábrica: o pequeno e mais acessível
Porsche 924, com motor dianteiro refrigerado a água. Seria uma forma
de diversificar a gama, mas que os puristas nunca aceitariam.
Uma versão potente, só que mais fácil de dirigir, estreava em julho de
1977: o 911 SC. Com 2.994 cm³, 180 cv e 27 m.kgf, era mais manso que o
Turbo e permanecia bonito, com rodas de liga com novo desenho e
retrovisores na mesma cor do carro. Quanto ao Turbo, ganhava mais
potência e ia se tornando um superesportivo. Passava a ter 3.299 cm³ (97
x 74,4 mm), 330 cv e o robusto torque de 42 m.kgf. Conhecido também por
Tipo 933, chegava aos 100 km/h em apenas cinco segundos e à final de 260
km/h. Seu peso já estava em 1.300 kg.
Seu maior destaque visual, o aerofólio traseiro, ia aumentado em largura
e comprimento na mesma proporção da potência e da velocidade, para
melhor aderência e mais segurança nas curvas de alta. Havia novos
concorrentes nesta classe, todos vindos do sul, mais precisamente da
Itália: o De Tomaso Pantera GTS,
o Ferrari BB 512 e o
Maserati
Kyalami. Do outro lado do Canal da Mancha havia o
Aston Martin V8 Vantage e, na
própria Alemanha, logo apareceria o BMW
M1. Todos para motoristas e pilotos muito hábeis, brinquedos de
gente grande.
Em
1977, seguindo a configuração do 924, chegava o esportivo
928 com motor V8 dianteiro. A
intenção era de substituir aos poucos o 911, mas a história — felizmente
para muitos — foi outra. Os adeptos da marca queriam mais ainda o bom e
velho 911. No ano seguinte o Turbo recebia novo radiador de óleo e caixa
de cinco marchas. A carroceria vinha com tratamento de zinco, melhorando
a proteção.
O 911 entrava na década de 1980 com classe. Passava a ter controle
elétrico dos vidros, novo console e outro volante de três raios. Em 1981
o SC tinha a potência elevada para 204 cv e o torque para 27,2 m.kgf.
Boa novidade era o tanque de 80 litros, que garantia maior autonomia.
Estava longe de ser acanhado: atingia 235 km/h. Continua
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