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Para irritação dos puristas, a refrigeração era a líquido no novo 911 para 1998, que estava amplamente reformulado por fora e por dentro

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As coisas ficavam quentes já em 1999 com o GT3: 360 cv no motor de alta rotação, tração apenas traseira e máxima superior a 300 km/h

Novidade em 1996 era a adoção do comando de válvulas variável denominado Variocam, que acrescentava potência ao motor básico do Carrera, agora com 285 cv e 34,7 m.kgf. Mas um novo século se aproximava e Stuttgart entendia que seu filho predileto tinha de mudar em profundidade para enfrentar a concorrência.

O ar pela água   E foi no Salão de Frankfurt de setembro de 1997 que o novo 911 fez sua estréia, reprojetado por inteiro, a ponto de trocar o arrefecimento a ar pela refrigeração líquida — medida polêmica entre os fãs, mas necessária para atender às normas de controle de emissões poluentes cada vez mais severas. Na frente, os faróis em forma de gota e a grade horizontal e discreta que acompanhava a linha inferior do pára-choque denunciavam grandes mudanças.

Visto de perfil, era 18 centímetros mais longo, o pára-brisa estava bem mais inclinado e o bom e velho quebra-vento dava adeus, assim como as antiquadas calhas de teto. Os vidros estavam mais rentes à carroceria e tinham novo desenho, assim como a traseira, com lanternas mais arredondadas. Além de mais eficiente do ponto de vista aerodinâmico — o Cx baixava para o valor contemporâneo de 0,30 —, o conjunto era belo, mas muitos fiéis à marca não gostaram dos novos faróis e de sua excessiva semelhança de frente com o Boxster, o conversível de dois lugares lançado um ano antes para ocupar um segmento inferior ao do 911.

Media agora 4,43 m de comprimento, 1,76 m de largura, 1,30 m de altura e 2,35 m de entreeixos e pesava 1.450 kg, aumento causado em parte pelos recursos eletrônicos que se instalaram em todos os carros na década de 1990. Com código interno 996, este Porsche trazia também interior redesenhado e muitas novidades na parte mecânica. O 911 Carrera, agora sem o número 2, tinha 3.387 cm³ (96 x 78 mm), 300 cv e 35,7 m.kgf. Continuava a impressionar pelo desempenho, com velocidade final de 280 km/h e 0 a 100 em 4,9 segundos. Estava disponível nas versões cupê e conversível, com evoluções em segurança como controles de estabilidade e tração, bolsas infláveis frontais, ABS. As rodas passavam a 17 pol com pneus 205/50 na frente e 255/40 na traseira.

Em junho de 1999 era apresentada a versão GT3, de apenas dois lugares. Com 3.596 cm³ e aspiração natural, desenvolvia 360 cv e 37,7 m.kgf e tinha 7.800 rpm como limite de rotação. Com toda a fúria transmitida aos largos pneus traseiros 285/30 R 18, esta opção muito especial entrava para o clube dos superesportivos que ultrapassam os 300 km/h: eram apenas 5,3 segundos para atingir 100 e a final era de 302 km/h. A sexta marcha podia ser passada após os 250 km/h. Continua

Nas pistas
É muito difícil listar todas as vitórias de um Porsche 911 em competições, pois ele venceu sobre diversos pisos, em provas de curta ou longa duração, ralis ou reides em vários continentes do mundo. Foi campeão no asfalto, na terra, na lama e no gelo por ser leve, muito ágil, estável, compacto, resistente e com reações rápidas e dinâmicas. Ele sucedeu com todo o mérito o 904 GTS e o Carrera S 90.

Uma das primeiras provas de renome de que participou foi em 1965 no rigoroso e charmoso Rali de Monte Carlo, que soma asfalto, terra, neve, lama, pistas estreitas e precipícios de dar inveja aos vistos nos filmes de Steven Spielberg. Pilotado por Peter Linge e Peter Falck, terminou em quinto lugar. Teve a incômoda companhia de carros calejados na prova como o Mini Cooper S vencedor, Saab 96, Rover 2000 e Lancia Fulvia.

Em 1966 venceu o Rali da Alemanha e foi Campeão Europeu no Grupo 3. No ano seguinte ficou com os quatro primeiros lugares no Rali da Alemanha, ganhou também o dos Alpes Austríacos e o de Genebra. No da Polônia foi a vez de um 912. Na temporada de 1968, foi primeiro no Rali da Suécia, no das Flores e no da Espanha. No santuário alemão de 22.835 quilômetros de extensão, ganhou os dois primeiros lugares na Maratona de Nürburgring depois de correr 84 horas seguidas com três pilotos se revezando.

No ano seguinte venceu na Suécia, nas mãos do competente local Bjorn Waldergaard, com a versão 911 L. Um 911 S faturou na Espanha. Nesse ano foi instituído o Campeonato Mundial de Marcas e o 911 S ganhou o Rali de Monte Carlo, com Waldergaard. Ainda foi primeiro no Rali da Acrópole e terceiro no Munique-Viena Budapeste. A concorrência pesada era feita pelo Ford Escort TC e pelo Renault Alpine 1600 S.

Em 1970 faturou o Campeonato Europeu de Rali, os dois primeiros lugares no Rali de Monte Carlo, no Rali da Suécia e nos Alpes Austríacos. A dupla Waldergaard-Helmer levara um 911 S/GT à honra maior. No Rali Safári de 1974 no Quênia, onde não tinha experiência, o castigo para o Carrera RS de 2,7 litros e 210 cv foi grande, mas Waldergaard foi segundo. No famoso circuito americano de Daytona, um templo para os americanos no estado sulista da Florida, um 911 RSR com enorme aerofólio traseiro vencia com a equipe americana de Greeg e Haywood em 1975.
Em 1978, o simpático piloto francês de Marselha, Jean Pierre Nicolas, ganhou para a Porsche outra vez o Rali de Monte Carlo. Era um Carrera 3,0 que competia com o campeão Ford Escort RS, Opel Kadett GTE, Renault R5 Alpine, Peugeot 504 V6 cupê e outros grandes. Um ano depois o Porsche 935, modelo baseado no 911 com carroceria bem modificada, ganhava o Campeonato Mundial de Marcas. Os pára-lamas dianteiros e traseiros eram bem mais largos, havia grande aerofólio e aerodinâmica muito bem estudada. O motor turbo fornecia impressionantes 720 cv! A prova francesa 24 Horas de Le Mans, que não valia para o campeonato nesse ano, foi vencida por um carro idêntico da famosa equipe Kremer.

No Rali da Córsega, ilha mediterrânea pertencente à França, na prova de 1980 um 911 SC preparado pela concessionária francesa dos irmãos Alméras e pilotado por Jean-Luc Thérier ganhava, à frente de uma nova geração de carros famosos de rali como Lancia Stratos, Mercedes-Benz 500 SLC, Renault 5 Turbo e Toyota Celica.

Em 1986, num dos ralis mais severos do planeta, o Paris-Dacar, René Metge — conhecido como Raposa do Deserto — vencia com um 911 da equipe Rothmans com a carroceria bem elevada e tração integral. Foi uma ano trágico que marcou a morte de Thierry Sabine, idealizador do rali, e de várias outras pessoas da organização e de pilotos também. Era um teste para a futura versão de rua 959. Dois anos mais tarde, nova vitória com um 959 já devidamente adaptado ao deserto.

Outro derivado do 911, o GT1, competiu e ganhou em várias provas do Mundial de Marcas contra concorrentes de peso como Mercedes CLK-GTR e Toyota GT One. Venceu a 24 Horas de Le Mans na edição de 1998. Profundamente modificado em relação ao 911 de rua, seu chassi era de carbono e o motor tinha posição central.

As provas 911 Carrera Cup, categoria monomarca, são disputadas na Europa há 20 anos. Sucesso de público em países como Inglaterra, Alemanha e França, usam 911 quase idênticos aos de fábrica. A fera nasceu mesmo para correr. Por aqui, em 2005 estreou a Porsche GT3 Cup Challenge Brasil, o primeiro campeonato monomarca da Porsche na América do Sul. Reúne a nata dos pilotos nacionais e o 911 tem motor de 3,6 litros e 390 cv. Vale muito a pena ver pela TV, mas é bem melhor ao vivo.
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Rali de Monte Carlo, 1970

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Campeonato Mundial de Marcas, 1976

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Rali Paris-Dacar, 1986

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24 Horas de Le Mans, 1998

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