É muito difícil listar
todas as vitórias de um Porsche 911 em competições, pois ele
venceu sobre diversos pisos, em provas de curta ou longa
duração, ralis ou reides em vários continentes do mundo. Foi
campeão no asfalto, na terra, na lama e no gelo por ser leve,
muito ágil, estável, compacto, resistente e com reações rápidas
e dinâmicas. Ele sucedeu com todo o mérito o
904 GTS e o
Carrera S 90.
Uma das primeiras provas de renome de que participou foi em 1965
no rigoroso e charmoso Rali de Monte Carlo, que soma asfalto,
terra, neve, lama, pistas estreitas e precipícios de dar inveja
aos vistos nos filmes de Steven Spielberg. Pilotado por Peter
Linge e Peter Falck, terminou em quinto lugar. Teve a incômoda
companhia de carros calejados na prova como o
Mini Cooper S vencedor,
Saab 96,
Rover 2000 e Lancia Fulvia.
Em 1966 venceu o Rali da Alemanha e foi Campeão Europeu no Grupo
3. No ano seguinte ficou com os quatro primeiros lugares no Rali
da Alemanha, ganhou também o dos Alpes Austríacos e o de
Genebra. No da Polônia foi a vez de um 912. Na temporada de
1968, foi primeiro no Rali da Suécia, no das Flores e no da
Espanha. No santuário alemão de 22.835 quilômetros de extensão,
ganhou os dois primeiros lugares na Maratona de Nürburgring
depois de correr 84 horas seguidas com três pilotos se
revezando.
No ano seguinte venceu na Suécia, nas mãos do competente local
Bjorn Waldergaard, com a versão 911 L. Um 911 S faturou na
Espanha. Nesse ano foi instituído o Campeonato Mundial de Marcas
e o 911 S ganhou o Rali de Monte Carlo, com Waldergaard. Ainda
foi primeiro no Rali da Acrópole e terceiro no Munique-Viena
Budapeste. A concorrência pesada era feita pelo
Ford Escort TC e pelo
Renault Alpine 1600 S.
Em 1970 faturou o Campeonato Europeu de Rali, os dois primeiros
lugares no Rali de Monte Carlo, no Rali da Suécia e nos Alpes
Austríacos. A dupla Waldergaard-Helmer levara um 911 S/GT à
honra maior. No Rali Safári de 1974 no Quênia, onde não tinha
experiência, o castigo para o Carrera RS de 2,7 litros e 210 cv
foi grande, mas Waldergaard foi segundo. No famoso circuito
americano de Daytona, um templo para os americanos no estado
sulista da Florida, um 911 RSR com enorme aerofólio traseiro
vencia com a equipe americana de Greeg e Haywood em 1975. |
Em 1978, o simpático piloto
francês de Marselha, Jean Pierre Nicolas, ganhou para a Porsche
outra vez o Rali de Monte Carlo. Era um Carrera 3,0 que competia
com o campeão Ford Escort RS,
Opel Kadett GTE,
Renault R5 Alpine,
Peugeot 504 V6 cupê e
outros grandes. Um ano depois o Porsche 935, modelo baseado no
911 com carroceria bem modificada, ganhava o Campeonato Mundial
de Marcas. Os pára-lamas dianteiros e traseiros eram bem mais
largos, havia grande aerofólio e aerodinâmica muito bem
estudada. O motor turbo fornecia impressionantes 720 cv! A prova
francesa 24 Horas de Le Mans, que não valia para o campeonato
nesse ano, foi vencida por um carro idêntico da famosa equipe
Kremer.
No Rali da Córsega, ilha mediterrânea pertencente à França, na
prova de 1980 um 911 SC preparado pela concessionária francesa
dos irmãos Alméras e pilotado por Jean-Luc Thérier ganhava, à
frente de uma nova geração de carros famosos de rali como
Lancia Stratos,
Mercedes-Benz 500 SLC,
Renault 5 Turbo e Toyota
Celica.
Em 1986, num dos ralis mais severos do planeta, o Paris-Dacar,
René Metge — conhecido como Raposa do Deserto — vencia com um
911 da equipe Rothmans com a carroceria bem elevada e tração
integral. Foi uma ano trágico que marcou a morte de Thierry
Sabine, idealizador do rali, e de várias outras pessoas da
organização e de pilotos também. Era um teste para a futura
versão de rua 959. Dois anos mais tarde, nova vitória com um 959
já devidamente adaptado ao deserto.
Outro derivado do 911, o GT1, competiu e ganhou em várias provas
do Mundial de Marcas contra concorrentes de peso como
Mercedes CLK-GTR e Toyota GT One.
Venceu a 24 Horas de Le Mans na edição de 1998. Profundamente
modificado em relação ao 911 de rua, seu chassi era de carbono e
o motor tinha posição central.
As provas 911 Carrera Cup, categoria monomarca, são disputadas
na Europa há 20 anos. Sucesso de público em países como
Inglaterra, Alemanha e França, usam 911 quase idênticos aos de
fábrica. A fera nasceu mesmo para correr. Por aqui, em 2005
estreou a Porsche GT3 Cup Challenge Brasil, o primeiro
campeonato monomarca da Porsche na América do Sul. Reúne a nata
dos pilotos nacionais e o 911 tem motor de 3,6 litros e 390 cv.
Vale muito a pena ver pela TV, mas é bem melhor ao vivo. |

Rali de Monte Carlo, 1970

Campeonato Mundial de
Marcas, 1976

Rali Paris-Dacar, 1986

24 Horas de Le Mans, 1998 |