Os modelos 1985 ganhavam
para-choques envolventes e novos faróis; o hatch adotava lanternas
horizontais e o sedã deixava o nome Santana |
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ligação com a Audi trazia em julho de 1984 ao Passat, na versão perua
Syncro, um interessante recurso para países com inverno rigoroso: a
tração integral permanente, que aumentava em muito sua capacidade de
rodar pela neve. Por se tratar de um projeto original com tração
dianteira, a Variant precisou de extensas modificações, como novo
assoalho com maior túnel central para a transmissão, tanque de
combustível reposicionado e outra suspensão traseira, do tipo
independente, já que o eixo de torção não seria compatível com a tração.
Um refresco à imagem do Passat vinha em 1985 com retoques visuais que
abrangiam para-choques envolventes (encobriam as saias e chegavam até as
caixas de roda), nova grade e lanternas traseiras horizontais para o
hatch. O motor de 2,2 litros, cinco cilindros e 136 cv permitia alcançar
200 km/h, um recorde na história do modelo. Foi também o ano em que se
atingiu a produção do Passat de número três milhões. O Santana, sem
muito êxito na Europa, perdia o nome próprio e tornava-se apenas Passat
sedã, além de abandonar os faróis de desenho pouco diferente do usado
pelos outros modelos.
Na What Car? britânica, o Passat GL5 sedã de cinco
cilindros enfrentava em 1986 o Austin Montego, o
Citroën CX 22 TRS e o
Honda Accord EX. "Como um
cruzador de longas distâncias, o VW é soberbo. Seu interior é espaçoso,
mas não tão equipado quanto os dos rivais", comparou a revista. A
conclusão sobre o carro foi: "O Passat segue de perto o Montego e o
Accord, mas para dirigir todos os dias lhe falta o conforto do Austin, e
achamos que o caráter do VW é monótono a ponto do anonimato".
Enquanto isso, nos EUA, a Popular Mechanics comparava oito
peruas: Audi 5000 (100 na
Europa), Chevrolet Celebrity, Ford
Taurus, Nissan Maxima, Peugeot 505,
Toyota Camry, VW Quantum (nome local da
Passat Variant) e Volvo 740. E a
Quantum agradou: "Por milhares de dólares a menos que a Audi 5000, a VW
vende a você uma perua que não só é mais divertida de dirigir e tão
confortável quanto ela, mas é dotada do mesmo sistema de tração
permanente nas quatro rodas da Audi".
A revista definiu o modelo da VW como "mais um clássico carro esportivo
europeu com ótima estabilidade, direção precisa, excelente aceleração em
médias rotações e uma velocidade de cruzeiro sem esforço". Com a maior
capacidade de curva e a terceira melhor aceleração entre as oito, ela
ficou perto do topo em todos os demais quesitos, destacou a PM.
"Ela não é perfeita. Está aí faz anos, e começa a parecer datada. Mas,
de modo geral, nossos testadores votaram a Quantum a mais prazerosa de
dirigir", resumiu.
Mais de 3,3 milhões de unidades da série B2 foram produzidas até março
de 1988, quando a terceira geração começava a ser fabricada (as versões
Syncro duraram mais três meses). Contudo, as qualidades de projeto desse
Passat permitiram uma surpreendente sobrevida do sedã em outros
mercados, como o brasileiro, que o manteve até 2006, e o chinês, onde é
feito ainda hoje (leia boxe abaixo). Além desses países e da
Alemanha, a geração saiu de fábricas na África do Sul, Argentina (com o
nome Carat para o sedã), Espanha, no Japão e no México (onde era chamado
de Corsar).
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