Assim na terra
como no asfalto



Lendário por suas vitórias no
Mundial de Rali e em Pikes Peak, o
alemão Walter Röhrl também
se destacou em provas de circuito


Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

O começo da carreira: em 1971 com o Ford Capri, em 1974 campeão europeu de Opel Ascona e até 1977 com o Kadett (no Safári nessa foto)

Os dois títulos no Mundial de Rali vieram com o Fiat 131 Abarth em 1980 (na foto em Monte Carlo) e com o Ascona 400 dois anos mais tarde

Os países nórdicos — em especial a Finlândia — destacam-se na história do Campeonato Mundial de Rali, para a qual contribuíram com nomes campeões como Ari Vatanen, Hannu Mikkola, Juha Kankkunen, Markku Alén e Timo Salonen (finlandeses), Björn Waldegård e Stig Blomqvist (suecos) e Petter Solberg (norueguês). No entanto, outras regiões da Europa também renderam sucessos ao volante de carros de rali, caso do alemão Walter Röhrl.

Nascido em 7 de março de 1947 em Regensburg, na Bavária, Röhrl começou a trabalhar aos 16 anos para o bispado local. Logo se tornava motorista oficial do bispo, cobrindo mais de 100 mil quilômetros por ano. Enquanto ganhava experiência ao volante, exercitava sua agilidade em esportes como o esqui, que praticava desde os cinco anos e em que competia desde os 12. Tornou-se instrutor desse esporte de inverno, ocasião em que conheceu sua esposa Monika. Seu ingresso nas competições a motor foi quase por acaso. Em 1968 um amigo, Herbert Marecek, insistiu em que ele participasse do Rali da Bavária. Walter aceitou e correu com um Fiat 850 Coupe, mesmo sem treinamento. Tomou gosto pela coisa e, no mesmo rali do ano seguinte, conseguia o segundo lugar com um BMW 2002 Ti; mais tarde pilotou um Porsche 911.

Passou à equipe oficial da Ford. Em 1971 vencia o Rali Wiesbaden e o Rali Rudolf Diesel com um cupê Capri RS e obtinha o segundo lugar no Campeonato Alemão de Rali, enquanto ainda trabalhava para o bispado. Dali em diante, passou a se destacar cada vez mais no cenário das provas sobre terra, lama, neve e gelo. No Rali Báltico de 1972 saiu-se vitorioso; no Olímpia do mesmo ano liderou por bom tempo até abandonar por problemas de motor. Mudou-se para a Opel, braço alemão da General Motors — de início na equipe Irmscher, depois na Euro-Händler-Team, de concessionárias da marca. No ano seguinte ingressava no Mundial de Rali (WRC), começando pela prova de Monte Carlo com um Commodore GS/E, e em 1974 fazia-se campeão europeu com um Ascona de primeira geração — venceu seis das oito provas, tendo como co-piloto Jochen Berger.

Um ano depois vinha a primeira vitória pelo Mundial, no Rali Acrópole na Grécia. Continuava de Ascona, mas durante a temporada o substituía pelo Kadett GT/E, mais leve. Com ele correria até 1977 em meio a muitos problemas técnicos, que o levaram a procurar uma nova equipe. Encontrou a Fiat. Ainda naquele ano, passava a competir com o sedã 131 preparado pela Abarth, que desenvolvia potência de 230 cv. Estreou em Monte Carlo com o co-piloto Christian Geistdörfer e venceu 10 estágios, mas problemas de ignição impediram a vitória. Já de Lancia Stratos, deu o troco no Acrópole: assumiu a liderança ainda na fase inicial e assim foi até o fim da prova. Venceu também o Rali do Canadá, válido pelo Mundial, e quatro ralis consecutivos do campeonato alemão. Em 1979 ganhou provas em seu país, como o Rali da Floresta da Bavária, e no ano seguinte tornava-se campeão mundial de rali pela primeira vez, com o 131 Abarth e a companhia de Geistdörfer, depois de notáveis atuações em Portugal e San Remo.

Assinou para competir pela Mercedes-Benz em 1981, mas antes da temporada a empresa decidiu abandonar os ralis e tentou convencê-lo a ser seu piloto de testes. Röhrl recusou a proposta e foi para a Porsche, pela qual correu poucas provas no ano. Venceu a 6 Horas de Silverstone com o 935, disputou ralis do campeonato alemão com o 924 GTS e provas de asfalto com o 911 e o 944 GTP. Novo ano, velha bandeira: em 1982 estava de volta à Opel. Com Geistdörfer ao lado no Ascona 400 de 270 cv da equipe Rothmans, ganhava seu segundo título no Mundial de Rali, após faturar em Monte Carlo e ser o segundo no Acrópole, no Safári africano e no Brasil. Enfrentou com um modelo de tração traseira a árdua concorrência da francesa Michèle Mouton, que pilotava o Audi Quattro de tração integral. Também de Ascona vencia o Campeonato Africano de Rali. Mas não ficou por muito tempo na Opel: no ano seguinte voltava à Lancia, que colocava nas provas o sofisticado 037 da equipe Martini. Baseado no Montecarlo de rua, tinha motor central superalimentado com um compressor e 325 cv. Continua

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Data de publicação: 26/1/10

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