Best Cars Web Site
Motos do Passado

Uso misto, mas com conforto

Bonita, macia e com partida elétrica, a Honda NX 150
conquistou admiradores e deu origem à XR 200 R

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Nos últimos anos da década de 80, a Honda tinha no mercado brasileiro três opções de motocicletas de uso misto: a pequena XL 125 S, de 14 cv; a média XLX 250 R, de 25 cv; e a topo-de-linha XLX 350 R, de 30 cv (leia história da linha). As duas primeiras, no entanto, já apresentavam grande defasagem de estilo diante das concorrentes, como a Yamaha DT 180 Z e as Agrales SXT e Elefant; a "Xiselinha" tinha ainda o crônico problema do motor muito fraco, mal chegando a 100 km/h.

Enquanto isso, a matriz da empresa expandia com rapidez a nova família NX, composta por modelos de 125, 250 (chamada AX-1 em alguns mercados) e 650 cm3 (a Dominator). Eram motos modernas e muito atraentes, com um desenho inspirado na XL 600 V Transalp -- que reunira pela primeira vez, em 1987, a ampla carenagem de uma estradeira ao conjunto de uma uso-misto --, porém mais compacto, ágil e dinâmico.

A NX 125, mais tarde renomeada Transcity (como na foto), seguia novas tendências de estilo ao ser lançada no Japão. A Honda a fabricou no Brasil para exportação, com freio dianteiro a tambor

O desenvolvimento de um motor de 151,8 cm3 para a CBX 150 Aero, lançada em maio de 1988, foi a peça que faltava para a Honda encontrar sua solução: nacionalizar a NX 125, adotando nela o propulsor mais potente. De quebra, a montagem de um motor de 125 cm3 permitiria exportar a nova moto.

"Não seria mais coerente mantê-la aqui como 125?", pode pensar o leitor. Parece, mas não seria: a essa época os fabricantes realizavam manobras para escapar do controle de preços das motos de até 150 cm3 pelo CIP (Conselho Interministerial de Preços), órgão do governo federal. A CG 125 era substituída pela Today, a Agrale trocava as SXT e Elefant 16.5 pela Elefantre 16.5. Para ficar de fora do CIP, bastava que a CBX Aero e a NX tivessem mais de 150 cm3. Assim, foi escolhida a cilindrada exata de 151,8 cm3.

A primeira NX 150: linhas modernas e atraentes, suspensão monomola macia, freio a disco e o limitado motor da CBX Aero, com 15 cv e pouco torque

Mais estilo que desempenho   Em janeiro de 1989 era apresentada no Brasil a NX 150, substituindo a XL 125 S, descontinuada no final do ano anterior. Suas linhas modernas e agradáveis chamavam a atenção, tornando-se logo um argumento de vendas. Pela primeira vez em uma uso-misto nacional a carenagem estava ligada ao tanque, desvinculando-a, ao painel e ao farol do movimento do guidão (a Yamaha introduzia o conceito ao mesmo tempo na TDR, mas suas características de rodagem eram de uma moto estradeira somente). Apesar do tanque pequeno, de 8,5 litros, a impressão era de uma moto encorpada, robusta. Continua

Motos - Página principal - e-mail

Data de publicação: 12/4/03

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados