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Como se espera de um supercarro nipônico, esse Toyota recorria a tecnologia de ponta. O chassi do tipo espinha dorsal (backbone) era vestido por uma carroceria de alumínio, instalada na fábrica da Yamaha -- o verdadeiro fabricante do carro, embora não levasse sua marca. As quatro rodas tinham suspensão independente, com braços sobrepostos, e freios a disco. O câmbio possuía cinco marchas, em um tempo em que isso era pouco comum, e os pneus eram radiais 165 SR 15.

Raio X do 2000 GT: motor Yamaha de duplo comando montado atrás do eixo
dianteiro, suspensão independente e freios a disco em todas as rodas

O seis-cilindros, também fornecido pela Yamaha, era montado atrás do eixo dianteiro (portanto, um motor central-dianteiro) e os dois únicos bancos ficavam quase sobre o eixo posterior, gerando uma excelente distribuição de peso: 48% à frente, 52% atrás. Além de muito estável, o carro acelerava bem (de 0 a 96 km/h em 9,5 s) e atingia 200 km/h de velocidade máxima.

No entanto, o 2000 GT esteve longe de ser um sucesso: apenas 337 unidades foram vendidas até 1970, quando deixou o mercado. E por que isso aconteceu?

Para o mercado americano, sedento de torque, a Toyota desenvolveu o 2300 GT, uma versão de 2,3 litros com câmbio automático. Mas apenas 9 foram produzidos

Em primeiro lugar, era um carro de produção onerosa e, por isso, caro para o padrão do mercado interno na época. Em segundo, não houve êxito em exportá-lo: os japoneses apenas começavam seu ingresso nos Estados Unidos e o faziam com carros pequenos, econômicos e baratos -- apenas 54 americanos se interessaram em pagar tão caro por um carro-esporte sem a tradição que os europeus esbanjavam.

Faltavam-lhe ainda espaço interno (sobretudo para pernas e cabeças) e uma boa dose de potência, diante dos enormes muscle-cars com motor V8 dos anos 60. Mesmo assim, mereceu a atenção de um ícone americano, o texano Carroll Shelby, que preparou um para as pistas na classe C-Production SCCA. Com 205 cv de potência bruta, competiu durante 1968 e ficou em segundo lugar, atrás da Porsche.

No ano de seu lançamento, um 2000 GT conversível foi usado num filme de James Bond

Uma tentativa de atender à demanda local por maior torque foi feita através do 2300 GT, com cilindrada de 2,3 litros e comando de válvulas único, além da opção de transmissão automática de três marchas. O limite de rotações era mais baixo, 6.200 rpm em vez de 7.000 rpm, indicando que a potência chegava antes. Mas apenas nove unidades foram construídas, todas com volante à esquerda, ou seja, com fins de exportação.

O sucesso que o 2000 GT não obteve foi logo conseguido por outro esportivo nipônico, o Datsun 240Z, lançado em 1969. No final dos anos 70, as linhas agressivas da frente desse Toyota inspirariam o Celica Supra, que nas décadas seguintes estabeleceria a marca como fabricante não só de econômicos Corollas, mas também de esportivos com estilo, desempenho e tecnologia fascinantes.

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