O motor, que ficava pouco à frente do eixo traseiro em posição transversal, tinha cilindrada de 1.592 cm³, comando de válvulas no bloco e um carburador de corpo duplo da marca Weber. Longe de ser moderno, esse propulsor de origem Simca era robusto e confiável. Fornecia potência de 92 cv a 5.400 rpm e torque máximo de 13,5 m.kgf a 3.400 rpm. Sua tração era traseira e o câmbio de cinco marchas, o mesmo do Citroën CX, era posicionado atrás do motor. O Murena atingia velocidade máxima de 182 km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos. |
O painel bem-equipado e o volante tinham ar moderno, mas o destaque do interior eram os três bancos lado a lado, sendo que o central podia se tornar um apoio de braço (no detalhe) |
Mais interessante e um pouco mais cara era a versão 2.2. Com 2.155
cm³, tinha comando de válvulas no cabeçote, taxa de compressão de
9,45:1, potência de 118 cv a 5.800 rpm e torque de 18,5 m.kgf a 3.000
rpm. Também era alimentado por um carburador de corpo duplo, só que da
marca Solex e em posição invertida. Este propulsor mais moderno,
semelhante ao do sedã Talbot Tagora, era uma evolução do 1,8 e do
2,0-litros usados na série Chrysler 180. Também
com cinco marchas e pesando 1.050 kg, o carro era bem mais rápido:
fazia de 0 a 100 km/h em 9,6 s e atingia 195 km/h. |
Os motores de 1,6 e 2,2 litros
ficavam em posição central-traseira, as suspensões eram independentes e os freios usavam discos à frente e atrás |
Em
1983 chegava uma versão mais temperada, o Murena S, até então
oferecida como um kit de alto desempenho nas concessionárias. Mantinha
a cilindrada de 2,2 litros, mas recebia comando de válvulas e coletor
de admissão diferentes, além de dois carburadores Solex de corpo
duplo. A potência subia para 142 cv a 6.000 rpm, a velocidade final
passava a 210 km/h e atingia os 100 km/h em apenas 8,4 s. Por fora se
distinguia pelo aerofólio traseiro mais pronunciado e filetes
vermelhos na carroceria. |
Antes oferecido como kit, o motor 2,2 de 142 cv tornava-se opção de fábrica no Murena S, em 1983, mas a Matra já estava em dificuldades e o modelo logo sairia de produção |
A situação financeira da empresa, contudo, já não ia bem havia muito tempo. E o Murena deixou de ser produzido ainda em 1983, após 10.680 unidades vendidas. Depois desse modelo a Matra nunca mais produziu um esportivo em série — uma pena, pois todos os que a pequena empresa fabricou em quase três décadas foram muito interessantes. Triste fim para uma saga de automóveis muito originais. Continuou a produzir para a Renault a minivan Espace e chegou a fazer o futurista Avantime, até 2003. Hoje a empresa se dedica a pequenos veículos de propulsão elétrica. |
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