Debaixo do capô do Corsair estava um motor de quatro cilindros em linha e 1.500 cm³, em posição longitudinal, que desenvolvia a potência de 60 cv a 4.600 rpm. Sua velocidade máxima era modesta: ficava em 130 km/h. Era o motor Kent, originário do modelo Cortina. A caixa tinha quatro marchas, todas sincronizadas, e alavanca na coluna de direção. A tração era traseira. O carro agradou ao público inglês, mas o desempenho era fraco se comparado ao da concorrência. Logo um novo motor estrearia para fazer sucesso por muitos anos na empresa, inclusive no cupê Capri, que seria lançado em 1969.

O motor V4 de 1,7 litro e 77 cv, adotado em 1965, deu melhor desempenho ao Corsair

Em 1965 o Corsair estava com novo coração. Com quatro cilindros em "V", comando de válvulas ainda no bloco e 1.663 cm³, desenvolvia 77 cv a 4.750 rpm e o torque máximo de 13 m.kgf a 3.000 rpm. Alimentado por um carburador da marca Zenith em posição invertida, podia vir com câmbio de quatro marchas no assoalho ou caixa automática Borg Warner, que era um atrativo muito interessante neste nicho de mercado. Agora o sedã fazia de 0 a 100 km/h em 16 segundos e sua velocidade final passava a 145 km/h, mais adequada à classe do veículo.

A suspensão dianteira era independente com braços transversais e molas helicoidais, e a traseira, por eixo rígido com molas semi-elíticas. Usava pneus 5,60-13, freios dianteiros a disco da marca Girling e traseiros a tambor. Tinha boa estabilidade para um sedã familiar. Seus concorrentes nesta época eram os alemães Ford Taunus 17M, Opel Rekord SL e Volkswagen 1600 TL; os franceses Peugeot 404 GT, Renault 16 e Simca 1500 GLS; o sueco Saab 96 e os italianos Lancia Fulvia 2C e Fiat 1500.

A Ford não produziu uma perua da linha, mas a empresa Farnham realizou a Estate, com estilo inspirados em modelos americanos

Mais interessante era a versão 2000, oferecida nos acabamentos De Luxe, 2000 GT e 2000 E. Sua cilindrada era de 1.996 cm³ e a potência chegava a 88 cv a 4.750 rpm, com 17 m.kgf de torque. Dotado de carburador de corpo duplo Weber, a velocidade final passava a 160 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h levava 14 segundos. Por dentro, os bancos eram mais anatômicos e os dianteiros passavam a individuais com regulagem de encosto. O painel recebia acabamento com imitação de madeira e a alavanca de câmbio estava no assoalho. Por fora podia receber teto revestido em vinil e calotas com desenho esportivo. Na versão GT havia rodas de alumínio, faróis auxiliares e poucos frisos.

Em março de 1966, no Salão de Londres, a tradicional empresa de carrocerias Farnham apresentava uma versão perua do Corsair, denominada Estate, feita sobre encomenda e derivada do sedã de quatro portas. Tinha clara inspiração nas americanas. Outro modelo especial interessante, também apresentado nesse salão, era o conversível da empresa Crayford. Tinha capota de lona e era feito sobre a base do cupê. Por fora recebia rodas esportivas e mais largas, dois retrovisores e, como opcional, estepe sobre a tampa do porta-malas. Podia ser equipado com volante de madeira e bancos de couro. Sem a capota tinha um estilo muito agradável e charmoso.

Outra interessante versão: o conversível Crayford, feito sobre o cupê e equipado com rodas esportivas, bancos de couro e até estepe sobre o porta-malas

Nesse ano o modelo Cortina e o Zodiac, de classe superior, tinham suas carrocerias renovadas. O Corsair começava a perder espaço na linha e em 1970 era encerrada sua produção. O Cortina da terceira série, quase idêntico ao novo Taunus alemão, assumia seu lugar. Foram produzidos cerca de 130 mil "corsários", um Ford inglês diferente e que deixou sua marca.

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