A hora do refinamento

Primeiro carro australiano, o Holden FX deu lugar ao
mais requintado modelo FE, que teve evoluções

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Em 1956, oito anos depois do lançamento do primeiro automóvel australiano — o Holden 48-215 ou FX, que evoluiu para a série FJ —, o mercado naquele país já tinha um novo panorama. A Chrysler, instalada na terra do canguru em 1951, montava localmente os modelos americanos Plymouth Cranbrook, Dodge Royal e De Soto Diplomat. A Ford preferia seguir o padrão inglês, com a montagem do pequeno Prefect e dos médios Consul, Zephyr e Zodiac, além do modelo V8 de origem canadense.

O comprador australiano já havia mostrado seu interesse em que o carro, mais que meio de transporte, fosse uma demonstração pública de sua posição social e seu bom gosto. Para a pioneira Holden, subsidiária local da General Motors, atender a essa tendência significava evoluir os antes modestos FX e FJ. Com esse intuito aparecia, em julho de 1956, o modelo FE.

O estilo americano do começo dos anos 50 chegava à Austrália com a série FE, composta de sedã (acima), perua e os utilitários furgão e picape (ao lado)

O novo sedã representava o abandono das antigas formas típicas da década de 1940: capô bem alto, pára-lamas proeminentes em relação ao corpo da carroceria, pára-brisa bipartido, traseira arredondada em declínio. Nada disso permanecia no FE: com o estilo característico da primeira metade dos anos 50 nos Estados Unidos, adotava laterais mais planas, faróis em destaque nos pára-lamas ao mesmo nível do capô, vidro dianteiro inteiriço e traseira mais longa e imponente.

O carro estava também maior que os anteriores, com 4,47 metros de comprimento, 1,70 m de largura, 1,55 m de altura e 2,66 m de distância entre eixos, e pesava 1.080 kg. Além do interior mais espaçoso, adotava melhorias como sistema elétrico de 12 volts, pedais de freio e embreagem suspensos (antes vinham do assoalho), caixa de direção mais eficiente (de esferas recirculantes) e estabilizador na suspensão dianteira. Dois acabamentos eram oferecidos, o básico Standard e o mais refinado Special. A estrutura era monobloco com suspensão dianteira independente, por braços sobrepostos, e traseira de eixo rígido.

Nova grade e opção de pintura em dois tons diferenciavam sua evolução, FC, que trazia melhorias no interior e foi o Holden de número 500.000

Sob o capô, o veterano motor de seis cilindros em linha, comando de válvulas no bloco e 2.171 cm³ vinha aprimorado com válvulas maiores e taxa de compressão mais alta, o que aumentava a potência de 60 para 70 cv e o torque máximo de 13,8 para 15,2 m.kgf. Com tração traseira e câmbio manual de três marchas com alavanca na coluna de direção, o FE podia chegar a 130 km/h e acelerar de 0 a 100 em 18 segundos. Os freios permaneciam a tambor, mas os pneus estavam mais largos, na medida 6,40-13, e montados em rodas menores. Em 1957 a linha crescia com o picape Ute em fevereiro, a perua (curiosamente chamada de Station Sedan) em março e o furgão Panel Van em maio. Continua

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Data de publicação: 23/10/07

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