Teto de cupê, faróis (com
lâmpadas de xenônio) e lanternas alongados, detalhes cromados: desenho
clássico com leve tempero de ousadia |
Existem carros que se vendem pela marca, pelo prestígio e notoriedade
que seus logotipos conquistaram. Outros não têm essa facilidade, mas
conquistam quando são conhecidos a fundo. No mercado brasileiro, os
automóveis da Lexus – divisão de luxo da Toyota – recaem no segundo
grupo: praticamente desconhecidos em relação aos Mercedes, BMWs e Audis,
por exemplo, rodam até certo ponto discretos pelas ruas, o que não afeta
suas grandes qualidades.
Compartilhando a plataforma e parte da mecânica com o Toyota Camry, o ES
330 custa aqui R$ 241 mil, aumento expressivo sobre os R$ 154 mil do
"primo pobre" (que vem para cá com motor 3,0 apenas). Parece caro – um
Omega de tamanho similar sai a R$ 141 mil –, mas está bem situado entre
as marcas de prestígio: nessa faixa só se compram os modelos médios das
três alemãs, como BMW 330i, Mercedes C 320 e Audi A4 V6.
A série ES surgiu em 1990 com o ES 250, um Camry mais luxuoso, com motor
V6 de 2,5 litros e tração dianteira. Já dois anos depois a Lexus lançava
o ES 300, com carroceria exclusiva e motor de 3,0 litros e 191 cv. Sua
segunda geração, que chegou em 1997, havia nos deixado ótima impressão
há três anos (leia avaliação), o que
gerou expectativa pela última, apresentada nos EUA em 2002 e colocada à
venda aqui no ano seguinte.
No modelo 2004 o motor (então com 210 cv) foi ampliado para 3,3 litros e
225 cv, o que justificou a mudança na denominação. Ele é no Brasil um
dos apenas dois modelos da marca: o outro é o enorme LS 430, com motor
V8 e tração traseira. A Toyota infelizmente não traz os Lexus mais
esportivos, o médio IS 300 e o grande GS 430, para não falar do grande
conversível SC 430 e do utilitário esporte RX 330. A julgar pelo êxito
de concorrentes como BMW Série 3 e X5, não temos dúvida de que o IS e o
RX seriam bem-sucedidos por aqui.
As linhas do novo ES são clássicas, desenhadas para agradar ao
consumidor americano, alvo da empresa (embora os Lexus sejam fabricados
no Japão e também vendidos lá, com outros nomes e a marca Toyota). As
maçanetas e os frisos cromados confirmam esse enfoque. Ousadia, apenas
nos faróis e lanternas traseiras alongados em direção às laterais. Chama
a atenção a queda suave do teto, típica de um cupê e já presente no
modelo anterior.
Continua |