As linhas parecem uma
atualização do primeiro S80, de 1998, mas são novas por inteiro; a
versão V8 vem com tração nas quatro rodas, e a seis-cilindros, só
dianteira |
Apresentada mundialmente no Salão de Genebra, em março, a segunda
geração do S80 marca a primeira vez em que um sedã Volvo faz parte do
clube dos V8 — antes, só o utilitário esporte XC90. O
modelo anterior foi lançado em 1998 e
recebeu ligeira atualização em 2003, mas agora o maior três-volumes da
empresa sueca dá um grande salto, tanto em propulsão — com o V8
transversal de 4,4 litros e 315 cv, que substitui o seis-cilindros em
linha de 2,8 litros e 272 cv com dois turbos — quanto em eletrônica.
Esta é um verdadeiro show. Um destaque é a tração integral por sistema
Haldex, com divisão padrão 90% dianteira e 10% traseira em condições
normais, mas que chega a 50/50% em caso de necessidade, com conexão tipo
embreagem controlada por computador. Há também a versão com novo
seis-em-linha, também transversal, de 3,2 litros e 238 cv, que substitui
o 2,9-litros de 197 cv. Nesta versão para o Brasil a tração é apenas
dianteira, mas está sendo lançada na Europa a de tração integral.
Num relance, parece que o desenho da carroceria mudou pouco, mas não é
fato. Há diferenças marcantes como a supressão da terceira janela
lateral, que passa a ser incorporada à porta traseira. O capô recebeu um
leve vinco em "V" e a grade tornou-se mais proeminente, porém sem
exagero, servindo para acentuar a imagem de robustez da marca. Os faróis
estão mais elegantes, enquanto o largo friso lateral deu lugar a um
discreto vinco. A distância entre eixos aumentou 4 cm, passando a 2,83
metros. Comprimento, largura e altura foram de 4,82/1,83/1,45 m para
4,85/1,86/1,49 m, ampliando o espaço interno. A capacidade do
porta-malas passou de 403 para 480 litros. Mesmo com a boa largura para
ombros no banco traseiro, 1,43 m, três pessoas não se sentem tão à
vontade ali.
A Volvo, que pertence à Ford, diz que a idéia é partir para cima dos
carros grandes de luxo, como Audi A6, Mercedes-Benz Classe E e BMW Série
5, de igual para igual. Os preços do S80 são de R$ 299 mil para o V8 e
R$ 265 mil para o seis-cilindros. Nada mal — considerando o segmento de
mercado, é evidente. O A6 V8 4,2 sai por R$ 392,6
mil; o E 500 V8 5,0 Avantgarde, R$ 380 mil; o
BMW 550i Sport V8 4,8, R$ 399 mil; e o Jaguar S-Type V8 4,2 (também
da Ford), R$ 309 mil.
O Volvo perde bem em potência para os primeiros três desse grupo, que
desenvolvem 335, 388 e 367 cv, na ordem, só ganhando por pouco do Jaguar
de 300 cv. Em compensação, quem comprar esse S80 vai gastar menos, de R$
10 mil no caso do inglês a R$ 100 mil diante do alemão da
Bavária. E não vai fazer feio — pelo contrário. Numa hipotética estrada
sem limite de velocidade, por exemplo, poderá chegar a 250 km/h, tanto
quanto os concorrentes, que vêm limitados da mesma forma (a Volvo daqui
diz que o V8 atinge 260 km/h, mas não bate com informação lá de fora).
Continua |