Há
10 anos havia no mercado mundial um só utilitário esporte com a marca
BMW, o X5 de primeira geração. Hoje são quatro —
X1, X3, X5 e
X6 —, o
que atesta a importância desse segmento também para um fabricante focado
em esportividade como a empresa de Munique. O Best Cars selecionou o
mais novo deles, o X3 de segunda geração, em versão de topo XDrive
35i, para uma de suas avaliações especiais do 14º aniversário (leia
também a do Audi RS5 e a do
Range Rover Vogue Autobiography).
Fabricado em Spartanburg, na Carolina do Sul, Estados Unidos, o
novo X3 (codinome F25) foi apresentado há um ano para substituir aquele
apresentado em 2004 (código E83), do qual foram produzidas mais de 600
mil unidades em Graz, na Áustria. Ao compará-lo ao antigo, a primeira
impressão é de grande aprimoramento visual, pois as linhas angulosas do
primeiro não fizeram muitos adeptos. O X3 agora lembra bastante o X5 e
tem os elementos que caracterizam os atuais BMWs, como nervuras em
vários pontos da carroceria — capô e laterais, por exemplo — e a
sensação de que uma pele foi aplicada com precisão sobre a estrutura.
Claro que não poderiam faltar os itens tradicionais da marca, sobretudo
a grade dianteira dupla e os quatro faróis circulares (com charmosos
anéis de leds que atuam como luzes diurnas se ativados). A forma de janelas e
lanternas traseiras é também típica dos utilitários BMW. Comparado ao
antecessor, o novo modelo cresceu 83 mm em comprimento, 28 mm em
largura, 12 mm em altura e 15 mm em distância entre eixos. O
coeficiente
aerodinâmico (Cx) 0,35 é bom para o tipo de veículo, embora prejudicado
pelos largos pneus da versão — no 20d turbodiesel melhora para 0,33.
O interior do X3 repete o que já se disse outras vezes: a BMW faz postos de
trabalho, não meros ambientes decorativos. Toda a definição de painel de
instrumentos — sobretudo a clássica disposição dos mostradores — e
comandos parte do princípio de ser funcional, mais que estético, e de se
manter como em modelos anteriores se não houver uma boa razão para
mudança. Essa razão pode ser, por exemplo, adaptar o tradicional
marcador de consumo instantâneo para indicar em km/l, litros por 100 km
ou milhas por galão: por isso ele agora é digital e pode também ser
desativado. O acabamento em si não impressiona, apesar da boa qualidade
de materiais e de montagem. Painel, console e portas usam apliques de
madeira de gosto discutível.
Outra característica dessa marca da Baviera é a excelência em bancos, com a
densidade exata na espuma de enchimento para que mantenha o corpo bem
apoiado em viagens, sem parecer dura demais. Não há regulagem de apoio
lombar, o que surpreende, mas os que o dirigiram acharam o formato
ideal. Os ajustes dos dianteiros são elétricos e o do motorista conta
com duas memórias de posição. Já no volante de três raios, de excelente
pega, as regulagens são manuais. A posição de dirigir poderia ser melhor se
o acelerador e o volante não ficassem um pouco à esquerda do ideal —
culpa, no caso do pedal, do volumoso túnel central de transmissão —, embora não incomodem.
Inédito no X3, mas conhecido do 550i avaliado há um ano, é o
mostrador digital de 8,8 pol à direita do motorista que reúne funções
as mais diversas. Começa pela exibição de DVD e televisão (ao iniciar
movimento, apenas o áudio permanece) e pelos controles do sistema de
áudio, do telefone celular por interface Bluetooth, do navegador
(funcional no Brasil e com a capacidade de mostrar a região em grande
altitude) e de várias configurações, comandadas pelo botão giratório do
sistema IDrive no
console, que atua quase como um mouse de computador.
Se o motorista
seleciona o modo Esporte dos sistemas do carro, o painel
mostra ser possível modificar parâmetros apenas de motor e câmbio, só de
chassi ou todos eles.
Por ali também se ajustam o equalizador de áudio e o alerta para excesso
de velocidade, verificam-se parâmetros como pressão de pneus e nível de
óleo do motor, programa-se o horário em que a ventilação interna será
ligada, escolhe-se o contato na lista do telefone e acompanha-se a
proximidade de obstáculos indicada por sensores à frente e atrás.
O
manual do proprietário tem no mesmo mostrador uma completa versão
digital, com fácil busca pela letra inicial e atalhos para se saber mais
sobre os assuntos. O sistema de áudio permite gravar na memória do
aparelho grande número de músicas.
Engata-se a marcha à ré e a tela mostra imagens da câmera traseira, com
linhas-guia que apontam a direção do carro conforme o volante é girado.
Continua |