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Atitude insuspeita

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Por trás da roupa de utilitário esporte, o X3 XDrive 35i tem todos os
elementos de prazer em dirigir que o credenciam como um BMW

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: Paulo Keller

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Se o estilo do X3 anterior causava controvérsia, o novo parece acertar em cheio, com as linhas típicas dos recentes lançamentos de Munique

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Os vincos dão a sensação de uma pele estendida sobre a estrutura do carro; rodas de 19 pol com pneus diferentes em cada eixo são de série

Há 10 anos havia no mercado mundial um só utilitário esporte com a marca BMW, o X5 de primeira geração. Hoje são quatro — X1, X3, X5 e X6 —, o que atesta a importância desse segmento também para um fabricante focado em esportividade como a empresa de Munique. O Best Cars selecionou o mais novo deles, o X3 de segunda geração, em versão de topo XDrive 35i, para uma de suas avaliações especiais do 14º aniversário (leia também a do Audi RS5 e a do Range Rover Vogue Autobiography).

Fabricado em Spartanburg, na Carolina do Sul, Estados Unidos, o novo X3 (codinome F25) foi apresentado há um ano para substituir aquele apresentado em 2004 (código E83), do qual foram produzidas mais de 600 mil unidades em Graz, na Áustria. Ao compará-lo ao antigo, a primeira impressão é de grande aprimoramento visual, pois as linhas angulosas do primeiro não fizeram muitos adeptos. O X3 agora lembra bastante o X5 e tem os elementos que caracterizam os atuais BMWs, como nervuras em vários pontos da carroceria — capô e laterais, por exemplo — e a sensação de que uma pele foi aplicada com precisão sobre a estrutura.

Claro que não poderiam faltar os itens tradicionais da marca, sobretudo a grade dianteira dupla e os quatro faróis circulares (com charmosos anéis de leds que atuam como luzes diurnas se ativados). A forma de janelas e lanternas traseiras é também típica dos utilitários BMW. Comparado ao antecessor, o novo modelo cresceu 83 mm em comprimento, 28 mm em largura, 12 mm em altura e 15 mm em distância entre eixos. O coeficiente aerodinâmico (Cx) 0,35 é bom para o tipo de veículo, embora prejudicado pelos largos pneus da versão — no 20d turbodiesel melhora para 0,33.

O interior do X3 repete o que já se disse outras vezes: a BMW faz postos de trabalho, não meros ambientes decorativos. Toda a definição de painel de instrumentos — sobretudo a clássica disposição dos mostradores — e comandos parte do princípio de ser funcional, mais que estético, e de se manter como em modelos anteriores se não houver uma boa razão para mudança. Essa razão pode ser, por exemplo, adaptar o tradicional marcador de consumo instantâneo para indicar em km/l, litros por 100 km ou milhas por galão: por isso ele agora é digital e pode também ser desativado. O acabamento em si não impressiona, apesar da boa qualidade de materiais e de montagem. Painel, console e portas usam apliques de madeira de gosto discutível.

Outra característica dessa marca da Baviera é a excelência em bancos, com a densidade exata na espuma de enchimento para que mantenha o corpo bem apoiado em viagens, sem parecer dura demais. Não há regulagem de apoio lombar, o que surpreende, mas os que o dirigiram acharam o formato ideal. Os ajustes dos dianteiros são elétricos e o do motorista conta com duas memórias de posição. Já no volante de três raios, de excelente pega, as regulagens são manuais. A posição de dirigir poderia ser melhor se o acelerador e o volante não ficassem um pouco à esquerda do ideal — culpa, no caso do pedal, do volumoso túnel central de transmissão —, embora não incomodem.

Inédito no X3, mas conhecido do 550i avaliado há um ano, é o mostrador digital de 8,8 pol à direita do motorista que reúne funções as mais diversas. Começa pela exibição de DVD e televisão (ao iniciar movimento, apenas o áudio permanece) e pelos controles do sistema de áudio, do telefone celular por interface Bluetooth, do navegador (funcional no Brasil e com a capacidade de mostrar a região em grande altitude) e de várias configurações, comandadas pelo botão giratório do sistema IDrive no console, que atua quase como um mouse de computador.

Se o motorista seleciona o modo Esporte dos sistemas do carro, o painel mostra ser possível modificar parâmetros apenas de motor e câmbio, só de chassi ou todos eles. Por ali também se ajustam o equalizador de áudio e o alerta para excesso de velocidade, verificam-se parâmetros como pressão de pneus e nível de óleo do motor, programa-se o horário em que a ventilação interna será ligada, escolhe-se o contato na lista do telefone e acompanha-se a proximidade de obstáculos indicada por sensores à frente e atrás.

O manual do proprietário tem no mesmo mostrador uma completa versão digital, com fácil busca pela letra inicial e atalhos para se saber mais sobre os assuntos. O sistema de áudio permite gravar na memória do aparelho grande número de músicas. Engata-se a marcha à ré e a tela mostra imagens da câmera traseira, com linhas-guia que apontam a direção do carro conforme o volante é girado.  Continua

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Data de publicação: 22/11/10

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