Vincos e linhas fortes,
detalhes criativos e elementos de estilo típicos da marca combinam-se no
X1, cujo preço parte de R$ 175 mil na versão |
A importância do segmento de utilitários esporte para qualquer grande
fabricante tem ficado clara em exemplos como o da BMW. Apenas 11 anos
depois de estrear nessa categoria com a primeira geração do X5, a marca
de Munique já conta com quatro modelos — X1,
X3, X5 e
X6 —, além do novo
Countryman por meio da
marca Mini. Dos que levam seu próprio logotipo, só o X1 ainda não estava
disponível no Brasil, aonde acaba de chegar.
E chega em ótimo momento para o grupo alemão, que teve crescimento de
vendas de 83% no Brasil no ano passado, apesar de todo cenário de crise
— incluindo-se o Mini, que vendeu mais
de 1.000 unidades em oito meses. A participação da BMW no mercado
interno de luxo aumentou 14% durante 2009. Das seis opções de motores
oferecidas na Europa, o X1 vem ao Brasil apenas com uma: a X-Drive 28i,
a mais potente movida a gasolina, com seis cilindros em linha, 3,0
litros e potência de 258 cv, ao preço sugerido de R$ 175 mil. Os
equipamentos de série e opcionais não foram divulgados, mas o valor
passa a R$ 199 mil com todas as opções, que incluem um pacote esportivo.
As demais versões lá fora são 18i (quatro cilindros, 2,0 litros, 150 cv)
e 23i (mesmo motor do 28i, mas com 218 cv) a gasolina, 18d (quatro
cilindros, 2,0 litros, 143 cv), 20d (mesmo motor, mas com 177 cv) e 23d
(idem, com 204 cv), sendo os três últimos a diesel com turbo. As menos
potentes oferecem escolha entre tração traseira (S-Drive) e integral
(X-Drive). Por aqui, a concorrência mais direta será com o
Volvo XC60 Top, que tem motor turbo de
seis cilindros, 3,0 litros e 286 cv e custa R$ 165.900; e o
Land Rover Freelander 2 Premium HSE, de
seis cilindros, 3,2 litros e 233 cv, a R$ 166.900. O
Audi Q5 com motor turbo de 2,0 litros e 214
cv (R$ 205.840) e o Mercedes-Benz
GLK 280, com um V6 de 3,0 litros e 225 cv (R$ 225.000), são bem mais
caros. Em maio a BMW trará uma das opções de 2,0 litros com tração
apenas traseira, a preço estimado na faixa de R$ 125 mil.
Quando se compara o X1 com seus irmãos maiores, pode-se concluir que o
caçula veio para ser agitado. Menor, mais estreito, mais leve e
igualmente versátil, a proposta é criar identificação com o público
jovem (e endinheirado) que precisa enfrentar trechos fora-de-estrada
leves ou apenas gosta do estilo robusto desses veículos, sem abrir mão
do conforto e da esportividade inerentes a um BMW. Não é à toa que a
marca usa a sigla SAV (Sport Activity Vehicle, veículo de atividade
esportiva) em vez da habitual SUV (Sport Utility Vehicle). O desenho do
modelo segue o padrão recente da marca, caracterizado por linhas fortes
e muitos vincos, chegando a parecer o hatch Série 1 depois de uma dose
de anabolizantes. Detalhes como faróis, lanternas traseiras e as
saliências nos para-lamas mostram criatividade. O
coeficiente aerodinâmico (Cx) é bom para o
tipo de veículo, 0,33.
Com 4,45 metros de comprimento, 1,80 m de largura e 2,76 m de distância
entre eixos, ele não chega a ser compacto: está pouco abaixo do X3
(4,56/1,85/2,79 m), embora bem distante do X5 (4,85/1,93/2,93 m). O
ambiente interno é típico BMW, com posição de dirigir muito bem
estudada, acabamento espartano mas de alta qualidade e comandos em
posição perfeita. Painel e volante têm desenho moderno, mas sem
abandonar a funcionalidade como palavra de ordem. A posição e a forma
dos instrumentos, por exemplo, são os mesmos há muitos anos na marca e
deixam claro que não é preciso mexer no que funciona bem. Há um amplo
monitor na parte central do painel, que serve para diversas informações
e (a partir de maio) também ao sistema de navegação, e comandos de
trocas manuais da caixa automática atrás do volante de três raios. Como
habitual na marca, a partida do motor é feita por botão e a chave
eletrônica não tem serrilha.
O banco traseiro acomoda três pessoas, mas privilegia duas por causa do
alto túnel central da transmissão no assoalho, e o compartimento de
bagagem de 420 litros pode chegar a 1.350 com esse banco rebatido por
inteiro. Também se pode fazer o rebatimento de qualquer das três partes
(40/20/40) ou apenas da parte central do encosto para transportar
objetos compridos. Vários porta-objetos estão espalhados pelo interior,
bem iluminado pelo teto solar panorâmico opcional.
Continua |