“Novo” de novo, Clio segue a cartilha da economia

Renault Clio (9)
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Parte dos instrumentos agora é digital e o conta-giros (de série) indica em verde os
regimes mais econômicos; improviso nos controles de vidros deveria ser revisto

 

O conjunto Estilo (R$ 449) conta com moldura colorida ao redor do rádio e das saídas de ar. Controle elétrico dos vidros e travas passam a ser instalados só em concessionária, algo que deveria ser revisto, tanto pela qualidade da instalação (conjuntos previstos de fábrica nos parecem mais confiáveis) quanto pelo aspecto em si: as caixas nas portas que alojam os comandos de vidros destoam totalmente dos demais plásticos usados no interior, em uma improvisação que chega a não parecer um item original.

Continuam de fora as bolsas infláveis, mesmo como opcional, e o encosto de cabeça para o passageiro do meio do banco traseiro. Para uma marca que festejou o primeiro carro do segmento de 1,0 litro com dupla bolsa inflável de série — o mesmo Clio, em 1998 —, chega a incomodar ver o sumiço desse item, ainda mais quando se sabe que em 2014 ele se torna obrigatório para todos os carros. A fábrica argumenta que as bolsas não aparecem como item solicitado pelos clientes e nenhum concorrente da categoria as oferece.

Agora sem o sobrenome Campus, o Clio mantém a opção entre três e cinco portas, mas apenas a segunda oferece o acabamento superior Expression (o Authentique pode vir com três ou cinco). O mais barato, de R$ 23.290 (R$ 2.000 a mais no caso do cinco-portas), vem de série com computador de bordo, alarme sonoro de advertência de luzes acesas, conta-giros e relógio digital; pode receber ar-condicionado por R$ 2.500.

 

Renault Clio (2)

 
Na rápida avaliação, o Clio 2013 mostrou bom desempenho só em alta rotação:
o motor requer uso frequente do câmbio para acompanhar o tráfego rápido

 

O Clio Expression (R$ 24.950) traz a mais limpador, lavador e desembaçador de vidro traseiro, ar quente, volante e botões do painel com detalhes cromados. Direção assistida (R$ 1.100) e ar-condicionado (R$ 2.500) são opcionais, independentes ou combinados. Em ambas as versões é possível instalar em concessionária, além do controle elétrico dos vidros dianteiros e travas, um rádio/toca-CDs com MP3, conexão USB e interface Bluetooth para telefone celular. A garantia permanece de três anos ou 100 mil quilômetros.

O acabamento das duas versões é compatível com a proposta de carro acessível, mas é estranha a composição de equipamentos por deixar a versão de três portas sem a possibilidade de direção assistida, limpador e desembaçador traseiros. Hoje a opção pelo carro de duas portas laterais se torna atraente pela segurança, já que dificulta um assalto, o que leva até a seguro mais barato — além de combinar mais com a esportividade que a Renault quis sugerir com os itens de personalização.

Em nosso rápido contato com o carro, em um dia bastante chuvoso e com trânsito pesado no Rio de Janeiro, RJ, não foi possível conferir se os novos atributos do motor são efetivos. Mas se confirmou que a escolha por um motor de 16 válvulas e alta potência específica (80 cv por litro) não se mostra ideal nas baixas e médias rotações, como em saídas e retomadas de velocidade. O Clio arranca com certa dificuldade e exige certo empenho no uso do câmbio para fornecer desempenho razoável, que só aparece em regimes mais altos — melhor esquecer a nova faixa verde do conta-giros, a não ser em condições muito leves de trânsito.

 

E o novo de verdade?

Uma pergunta inevitável na apresentação do “novo” Clio era sobre o Clio de quarta geração, lançado recentemente na Europa com linhas atraentes e soluções técnicas de vanguarda, como o motor turbo de três cilindros.

Segundo os executivos da empresa, na Europa esse carro custa cerca de R$ 40.000 e não é o modelo de entrada, pois abaixo dele há o Twingo. Com o aumento de preços habitual para o mercado brasileiro, a Renault acredita que não haveria viabilidade para sua produção local; tampouco há intenção de importar o europeu.

A questão que fica no ar é: com lançamentos modernos na categoria dos compactos como Citroën C3, Hyundai HB20 e os futuros Ford Fiesta nacional e Peugeot 208, a empresa vai se conformar em oferecer na categoria só o já envelhecido Sandero?

 

Ficha técnica

Motor
Posição transversal
Cilindros 4 em linha
Comando de válvulas no cabeçote
Válvulas por cilindro 4
Diâmetro e curso 69 x 66,8 mm
Cilindrada 999 cm³
Taxa de compressão 12:1
Alimentação injeção multiponto sequencial
Potência máxima (gas.) 77 cv a 5.750 rpm
Potência máxima (álc.) 80 cv a 5.750 rpm
Torque máximo (gas.) 10,1 m.kgf a 4.250 rpm
Torque máximo (álc.) 10,5 m.kgf a 4.250 rpm
Transmissão
Tipo de câmbio e marchas manual /  5
Tração dianteira
Freios
Dianteiros a disco
Traseiros a tambor
Antitravamento (ABS) não
Direção
Sistema pinhão e cremalheira
Assistência hidráulica (opcional)
Suspensão
Dianteira independente, McPherson
Traseira eixo de torção
Rodas
Dimensões 13 pol
Pneus 175/70 R 13
Dimensões
Comprimento 3,811 m
Largura 1,639 m
Altura 1,417 m
Entre-eixos 2,472 m
Capacidades e peso
Tanque de combustível 50 l
Compartimento de bagagem (normal/banco rebatido) 255 / 596 l
Peso em ordem de marcha 912 kg
Dados do fabricante

 

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