Cara demais, nova Toyota Hilux tem jeito de automóvel

Toyota Hilux
Toyota Hilux

 
Bancos de couro vêm apenas na versão SRX, assim como bolsas infláveis laterais e de cortina

 

A sexta marcha de ambas as caixas contribui para reduzir o consumo. Pelos padrões do Inmetro ela faz 9,3 km/l em ciclo urbano e 11,5 km/l no rodoviário, com caixa manual, e 9,0 e 10,5 km/l com transmissão automática. Foram adicionados dois programas de uso ao básico: Eco Mode, que deixa o acelerador mais lento e reduz a operação do ar-condicionado, e Power Mode, para respostas mais rápidas ao pedal da direita. O acionamento da tração 4×4 e da reduzida agora é feito por comando elétrico, em vez de alavanca — mais moderno, mas que deixa alguns receosos quanto à confiabilidade.

 

Os principais atributos são o silêncio e a habitabilidade: o isolamento acústico quase faz desaparecer o som do motor e o nível de vibração é baixo

 

Todas as versões trazem freios com assistência adicional em emergência. Controle eletrônico de estabilidade e tração, assistente de reboque (que compensa eventual desequilíbrio do carro nessa condição, como o provocado por rajadas de vento) e auxílio para saída em rampas vêm na SRV e na SRX, esta dotada ainda de assistente de controle de descida, que dosa a frenagem para manter velocidade constante, dispensando o motorista de acionar os pedais.

Quanto à segurança passiva, a Hilux é a primeira picape do segmento com bolsa inflável para os joelhos do motorista, item de série em toda a linha. Modelos de cabine dupla vêm com encostos de cabeça e cintos de três pontos para todos os ocupantes e fixação de cadeira infantil em padrão Isofix. Apenas na SRX há bolsas infláveis laterais nos bancos dianteiros e cortinas laterais. No teste de colisão do Latin NCap a configuração básica (três bolsas infláveis) obteve cinco estrelas na proteção do adulto e quatro na de criança.

 

Toyota Hilux

 

Toyota Hilux
Toyota Hilux

 
O motor de 2,8 litros oferece até 25% mais torque, os câmbios têm seis marchas e há programas Eco e Power

 

Ao volante

Os principais atributos da nova Hilux, revelados na avaliação na cidade argentina de Mendoza, são certamente o silêncio e a habitabilidade. Testamos primeiro a versão SRX, em um circuito fora de estrada bem exigente, e o que chamou atenção foi o isolamento acústico, que quase faz desaparecer o som característico do motor a diesel, embora esteja ali presente para quem aguçar os ouvidos. O nível de vibração também pode ser considerado baixo em se tratando de uma picape.

 

 

O volante um pouco pequeno para um carro desse porte pode causar estranheza, mas parece parte da estratégia de assemelhar a condução da picape à de um automóvel. Em situações extremas, como “costelas de vaca”, é sensível a tendência de a traseira querer sair, como esperado em qualquer picape quando vazia. Com tração 4×4, reduzida e os auxílios eletrônicos diversos, por todos os obstáculos que transpusemos, ficou claro que será difícil parar essa Hilux nos mais acidentados terrenos.

O pequeno percurso em rodovia foi feito com a versão básica de cabine dupla e câmbio manual. O trabalho na suspensão surtiu efeito, dando progressividade no uso fora de estrada e conforto de rodagem no asfalto: a sensação é de que se pode dirigir por quilômetros a fio sem cansar. À velocidade de 120 km/h o conta-giros marca 2.300 rpm em sexta.

 

Toyota Hilux
Toyota Hilux

 
Na avaliação na Argentina, conforto e nível de ruído foram destaques: nem parece uma picape a diesel

 

Uma limitação percebida é que, ao menos nas versões mais sofisticadas, a tampa traseira não pode ser retirada por causa do cabeamento da luz de freio e da câmera de manobras. Em nome da versatilidade e do uso em trabalho, no qual algumas vezes é preciso retirar a tampa, uma solução melhor poderia ser providenciada. Mas é fato que as picapes de acabamento superior são mais usadas como utilitários esporte, ou seja, raramente transportam carga.

A reformulação da Hilux deixou-a, de fato, mais próxima de um SUV que de uma picape tradicional, visando ao público que procura esses veículos por seu porte robusto e não para aproveitar a caçamba. Os preços é que estão um tanto salgados — como já habitual na marca, sendo justificados por seus adeptos pela qualidade construtiva e da rede de concessionárias. Pelo valor da Hilux SR, a segunda mais simples com cabine dupla, já se pode comprar a versão de topo da Ranger (a Limited de R$ 160.900), que tem motor com 23 cv a mais, ou da Amarok (a Highline de R$ 159 mil), com tração integral permanente, ambas fartamente equipadas em conforto e segurança. A SRX de R$ 188.120, assim, fica muito acima do patamar de preço razoável.

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Ficha técnica

Motor
Posição longitudinal
Cilindros 4 em linha
Comando de válvulas duplo no cabeçote
Válvulas por cilindro 4
Diâmetro e curso 92 x 103,6 mm
Cilindrada 2.755 cm³
Taxa de compressão 15,1:1
Alimentação injeção direta de duto único, turbocompressor, resfriador de ar
Potência máxima 177 cv a 3.400 rpm
Torque máximo 45,9 m.kgf de 1.600 a 2.400 rpm
Transmissão
Tipo de câmbio e marchas automático, 6
Tração integral temporária
Freios
Dianteiros a disco ventilado
Traseiros a tambor
Antitravamento (ABS) sim
Direção
Sistema pinhão e cremalheira
Assistência hidráulica
Suspensão
Dianteira independente, braços sobrepostos, mola helicoidal
Traseira eixo rígido, molas semielípticas
Rodas
Dimensões 18 pol
Pneus 265/60 R 18
Dimensões
Comprimento 5,33 m
Largura 1,855 m
Altura 1,815 m
Entre-eixos 3,085 m
Capacidades e peso
Tanque de combustível 80 l
Caçamba ND
Capacidade de carga 1.000 kg
Peso em ordem de marcha 2.090 kg
Desempenho e consumo
Velocidade máxima ND
Aceleração de 0 a 100 km/h ND
Consumo em cidade 9,0 km/l
Consumo em rodovia 10,5 km/l
Dados do fabricante para versão SRX; ND = não disponível

 

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