No gráfico de aceleração, acima, nota-se que a pressão de turbo (MAP, linha vermelha) não cai mesmo acima de 6.000 rpm, revelando que o turbo não se “estrangula” em alta — para alegria dos donos que quiserem aumentar a pressão de trabalho. Percebe-se também que a temperatura de admissão (IAT, linha amarela) ganha 28°C do início ao fim da arrancada, apesar de em uso cotidiano ficar 3 ou 4°C acima da temperatura ambiente. Esse aumento é oriundo da compressão do turbo, que esquenta o ar, e do uso de resfriador de ar relativamente pequeno. O ganho, porém, está dentro do tolerável. O sistema do Polo TSI mantinha o ar 25°C acima do ambiente, não importando a condição, uma desvantagem no uso cotidiano.
A transmissão do Citroën permite sair não apenas em segunda, mas até em terceira marcha em modo manual. Saindo a pleno em segunda (gráfico acima) os tempos de aceleração se mantiveram, assim como a perda de tração. Isso mostra que, com motor forte, o uso de conversor de torque e menos marchas pode trazer os mesmos resultados. Afinal, não se gasta energia do motor para fazê-lo ganhar rotação muito rápido e se evita perda de tempo com troca de marchas.
Já em terceira marcha os tempos pioram para 9,3 e 16,6 s, na ordem. Nessa manobra se veem nitidamente, no gráfico acima, o intervalo no qual o conversor patina (rotação praticamente constante entre 3 e 5 s na linha preta) e o ponto em que atua o bloqueio do conversor e a rotação passa a subir de forma linear, após 5 s. Em saídas com acelerador parcial, a terceira faz lembrar o comportamento de uma CVT. Algo que aumenta a sensação de desempenho é o leve “tranco” durante as trocas de marcha: há uma breve interrupção na aceleração e depois um leve pulo.
A aceleração lateral foi boa para a proposta e sua categoria, sobretudo ao se levar em conta a suspensão macia: superou Creta e Kicks, embora atrás do HR-V
No teste de aceleração lateral o C4 Cactus se mostrou bom para a proposta, com controle de estabilidade permissível (pode ser desligado, mas acima de 55 km/h volta a ligar), permitindo que o motorista solte mais a frente ou a traseira nas curvas. O valor de 0,91 g é bom para sua categoria, sobretudo ao se levar em conta a suspensão mais focada no conforto. Foi melhor que o Hyundai Creta Sport 2,0 (0,88 g) e o Nissan Kicks SV 1,6 (0,84 g), embora não tão bom quanto o Honda HR-V EXL 1,8 (0,96 g). Faltaram melhor apoio lateral melhor nos bancos (o autor precisou se apoiar na alavanca do freio de estacionamento em curva à esquerda) e alças de teto para os passageiros.
Apesar da boa atitude em curvas, em altas velocidades o carro passa a sensação de ser mole, tanto em movimentos verticais quanto em laterais, devido a buchas dos braços de suspensão macias e focadas ao conforto. O motor THP parece potente demais para a suspensão, mas em momento algum ele passa a impressão de que vai se perder. Uma calibração mais firme, se ajudaria em tais situações, sairia do foco do carro.
Apesar da suspensão macia, o C4 Cactus revelou boa capacidade de curvas; nas portas dianteiras, a ponta sem dobra de chapa pode provocar ferimentos
Por fim, um ponto que chamou atenção da pior forma: o acabamento da chapa da porta dianteira, na parte inferior, não possui canto arredondado. Parecia mero detalhe até estacionarmos em via inclinada e, ao descer do carro, a mola que segura a porta não sustentar seu peso, fazendo-a fechar na perna do motorista. Mesmo com calça jeans, o autor ganhou um “friso” na panturrilha de sair sangue. Como ficam as mulheres de meia-calça que, na hora de descer, possam esbarrar nessa ponta e rasgá-la?
O C4 Cactus termina nosso mês de teste com boas impressões mecânicas — desempenho, consumo, acerto de transmissão — e pelo conforto de rodagem, sobretudo em rodovia. Além de limitações do projeto, como a capacidade de bagagem, há alguns pontos de fácil correção pela Citroën: aplicar alças de teto e luz de cortesia para o banco traseiro, corrigir o citado acabamento da chapa das portas, melhorar o isolamento térmico da longarina traseira e adotar um ar-condicionado mais potente para nosso clima.
Semana anterior
Quarta semana
Distância percorrida | 381 km |
Distância em cidade | 381 km |
Distância em rodovia | – |
Consumo médio geral | 7,5 km/l |
Consumo médio em cidade | 7,5 km/l |
Consumo médio em rodovia | – |
Melhor média | 9,4 km/l |
Pior média | 5,9 km/l |
Dados do computador de bordo com álcool |
Desde o início
Distância percorrida | 1.810 km |
Distância em cidade | 1.418 km |
Distância em rodovia | 392 km |
Consumo médio geral | 12,1 km/l (gas.) / 8,9 km/l (álc.) |
Consumo médio em cidade | 12,1 km/l (gas.) / 7,6 km/l (álc.) |
Consumo médio em rodovia | 11,0 km/l (álc.) |
Melhor média | 16,6 km/l (gas.) / 11,2 km/l (álc.) |
Pior média | 5,8 km/l (gas.) / 5,9 km/l (álc.) |
Dados do computador de bordo |
Equipamentos de série
• C4 Cactus Shine Pack THP – Alarme volumétrico, alertas de saída de faixa e desatenção do motorista, ar-condicionado automático, assistente de saída em rampa, banco traseiro bipartido 60:40, bancos revestidos em couro, bolsas infláveis laterais dianteiras e de cortina, câmera traseira de manobras, central de áudio com tela de 7 pol e integração a celular, chave presencial para acesso e partida, computador de bordo, controlador e limitador de velocidade, controle de tração ajustável Grip Control, controle elétrico de vidros com função um-toque para todos, controle eletrônico de estabilidade e tração, faróis de neblina, faróis e limpador de para-brisa automáticos, fixação Isofix para cadeiras infantis, luzes diurnas de leds, monitor de pressão dos pneus, monitor frontal com frenagem automática, retrovisor interno fotocrômico, rodas de alumínio de 17 pol, volante ajustável em altura e distância, volante de couro.
• Opcionais – Pacote Plus (retrovisores cromados, frisos laterais, organizador de porta-malas, antena curta), pacote Security, (sensor de estacionamento traseiro, protetor de cárter, rebatimento do retrovisor direito em ré), pacote Tech (como o Security mais tapetes de carpete), pacote Voyage (barras de teto transversais, porta-bicicletas Thule Freeride).
• Garantia – Três anos sem limite de quilometragem.
Ficha técnica
Motor | |
Posição | transversal |
Cilindros | 4 em linha |
Comando de válvulas | duplo no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 4, variação de tempo |
Diâmetro e curso | 77 x 85,8 mm |
Cilindrada | 1.598 cm³ |
Taxa de compressão | 10,2:1 |
Alimentação | injeção direta, turbocompressor, resfriador de ar |
Potência máxima (gas./álc.) | 166/173 cv a 6.000 rpm |
Torque máximo (gas./álc.) | 24,5 m.kgf a 1.400 rpm |
Transmissão | |
Tipo de caxa e marchas | automática, 6 |
Tração | dianteira |
Freios | |
Dianteiros | a disco ventilado |
Traseiros | a disco |
Antitravamento (ABS) | sim |
Direção | |
Sistema | pinhão e cremalheira |
Assistência | elétrica |
Suspensão | |
Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal |
Traseira | eixo de torção, mola helicoidal |
Rodas | |
Dimensões | 17 pol |
Pneus | 205/55 R 17 |
Dimensões | |
Comprimento | 4,17 m |
Largura | 1,714 m |
Altura | 1,563 m |
Entre-eixos | 2,60 m |
Capacidades e peso | |
Tanque de combustível | 55 l |
Compartimento de bagagem | 320 l |
Peso em ordem de marcha | 1.214 kg |
Desempenho (gas./álc.) | |
Velocidade máxima | 212/212 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 7,5/7,3 s |
Consumo em cidade | 10,4/7,2 km/l |
Consumo em rodovia | 12,6/8,9 km/l |
Dados do fabricante; consumo não disponível |