Com 167 cv, Fiat 500 Abarth promete grande diversão

Fiat 500 Abarth

 

Fiat 500 Abarth
Fiat 500 Abarth
 
Com 167 cv e 23 m.kgf no motor turbo de 1,4 litro com sistema Multiair, o Abarth
acelera à frente de Fusca e DS3 e emite um ronco encorpado pelo escapamento

 

Ao volante

O autódromo de Goiânia, GO, foi escolhido pela Fiat para apresentar o 500 Abarth à imprensa. A primeira sensação ao entrar é bastante esportiva, tanto pela caracterização visual quanto pelo banco ao estilo concha, mas a boa definição de espuma faz esperar conforto adequado no dia a dia. Embora o volante tenha ótima pega — qualidade frequente nos carros da marca —, uma crítica vai à falta de ajuste em distância: a impossibilidade de trazê-lo mais perto pode fazer o motorista sentar-se mais alto e ereto do que gostaria, como foi nosso caso.

 

Quando os “homenzinhos verdes” entram na
brincadeira o 500 desliza os pneus,
mesmo assim com atitude neutra nas curvas

 

Saímos para a pista com o controle de estabilidade em modo normal, conforme orientação do instrutor ao lado. O 500 arranca com agilidade, sem demonstrar retardo na atuação do turbo (turbo lag), e sobe de giros com vontade enquanto revela um funcionamento isento de vibrações. O fornecimento de potência é suave, progressivo, e não se precisa recorrer a altas rotações para obter desempenho convincente, um atributo sempre apreciado nos motores turbo de hoje.

 

Fiat 500 Abarth
Fiat 500 Abarth
 
O manômetro de turbo vem aplicado à coluna de direção, como se fosse acessório
pós-venda; o câmbio de cinco marchas poderia ter engates mais rápidos

 

Embora a amplidão de um autódromo prejudique a referência de velocidade, nota-se que o Abarth acelera muito bem. O motor produz um ronco encorpado, agradável, mas pouco presente no interior com os vidros fechados. O escalonamento do câmbio de cinco marchas mostrou-se adequado para as características do motor: o bom torque em baixa torna dispensável uma sexta, o que se confirma pelo moderado regime (calculado) a 120 km/h em quinta, 3.200 rpm. Apesar de precisa e da boa posição da alavanca perto do volante, a caixa poderia ter engates mais curtos.

 

 

Nas curvas mais rápidas, o Cinquecento demonstra grande solidez de estrutura e um comportamento praticamente neutro: o controle eletrônico age de modo a produzir subesterço leve. Contudo, o programa normal de uso desperdiça seu potencial em um local como esse, com ampla área de escape: as intervenções “matam” o motor com frequência nas saídas de curva. A solução é apertar o botão ESC até ler a palavra off, que na verdade indica o uso do programa mais permissivo.

Assim o Abarth fica outro: os “homenzinhos verdes” entram na brincadeira e param de atrapalhar a diversão, deixando os pneus deslizarem um pouco nas curvas e ao acelerar forte em suas saídas. Mesmo assim, a atitude próxima de neutra e a traseira que não causa surpresa ao cortar o acelerador mostram um carro seguro, incapaz de colocar em problemas um motorista que saiba o que faz. Fica sem julgamento o conforto de rodagem aqui fora, no mundo real, o que deixamos para a avaliação completa.

 

Fiat 500 Abarth

 

Fiat 500 Abarth
Fiat 500 Abarth
 
Avaliado no autódromo de Goiânia, GO, o novo Cinquecento mostrou atitude
neutra e ótima aceleração; a essas três cores a Fiat acrescenta um cinza

 

O 500 Abarth será vendido com um bom conteúdo de série, que inclui ainda sete bolsas infláveis (frontais, laterais dianteiras, cortinas e para os joelhos do motorista), ar-condicionado automático e as conveniências mais comuns. Entre os opcionais estão teto solar com controle elétrico e sistema de áudio Beats. Não estão previstos câmbio automático de seis marchas ou rodas de 17 pol, disponíveis na origem.

Embora o preço previsto supere a expectativa de muitos — por que custar o mesmo que um concorrente que paga 35% a mais de imposto? —, o novo esportivo da Fiat promete compensar a longa espera por seu lançamento nacional. E que sirva de incentivo para outras marcas que oferecem atraentes opções nos mercados externos, mas continuam a deixar os brasileiros desejando-as de bem longe.

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Ficha técnica

Motor

Posição transversal
Cilindros 4 em linha
Comando de válvulas no cabeçote
Válvulas por cilindro 4
Diâmetro e curso 72 x 84 mm
Cilindrada 1.368 cm³
Taxa de compressão 9,8:1
Alimentação injeção multiponto sequencial, turbocompressor, resfriador de ar
Potência máxima 167 cv a 5.500 rpm
Torque máximo 23,0 m.kgf de 2.500 a 4.000 rpm

Transmissão

Tipo de câmbio e marchas manual, 5
Tração dianteira

Freios

Dianteiros a disco ventilado
Traseiros a disco
Antitravamento (ABS) sim

Direção

Sistema pinhão e cremalheira
Assistência elétrica

Suspensão

Dianteira independente, McPherson, mola helicoidal
Traseira eixo de torção, mola helicoidal

Rodas

Dimensões 6,5 x 16 pol
Pneus 195/45 R 16

Dimensões

Comprimento 3,667 m
Largura 1,627 m
Altura 1,49 m
Entre-eixos 2,30 m

Capacidades e peso

Tanque de combustível 40 l
Compartimento de bagagem 185 l
Peso em ordem de marcha 1.164 kg

Desempenho e consumo

Velocidade máxima 214 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h 6,9 s
Dados do fabricante; consumo não disponível

 

 

 

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