Com 167 cv e 23 m.kgf no motor turbo de 1,4 litro com sistema Multiair, o Abarth
acelera à frente de Fusca e DS3 e emite um ronco encorpado pelo escapamento
Ao volante
O autódromo de Goiânia, GO, foi escolhido pela Fiat para apresentar o 500 Abarth à imprensa. A primeira sensação ao entrar é bastante esportiva, tanto pela caracterização visual quanto pelo banco ao estilo concha, mas a boa definição de espuma faz esperar conforto adequado no dia a dia. Embora o volante tenha ótima pega — qualidade frequente nos carros da marca —, uma crítica vai à falta de ajuste em distância: a impossibilidade de trazê-lo mais perto pode fazer o motorista sentar-se mais alto e ereto do que gostaria, como foi nosso caso.
Quando os “homenzinhos verdes” entram na
brincadeira o 500 desliza os pneus,
mesmo assim com atitude neutra nas curvas
Saímos para a pista com o controle de estabilidade em modo normal, conforme orientação do instrutor ao lado. O 500 arranca com agilidade, sem demonstrar retardo na atuação do turbo (turbo lag), e sobe de giros com vontade enquanto revela um funcionamento isento de vibrações. O fornecimento de potência é suave, progressivo, e não se precisa recorrer a altas rotações para obter desempenho convincente, um atributo sempre apreciado nos motores turbo de hoje.
O manômetro de turbo vem aplicado à coluna de direção, como se fosse acessório
pós-venda; o câmbio de cinco marchas poderia ter engates mais rápidos
Embora a amplidão de um autódromo prejudique a referência de velocidade, nota-se que o Abarth acelera muito bem. O motor produz um ronco encorpado, agradável, mas pouco presente no interior com os vidros fechados. O escalonamento do câmbio de cinco marchas mostrou-se adequado para as características do motor: o bom torque em baixa torna dispensável uma sexta, o que se confirma pelo moderado regime (calculado) a 120 km/h em quinta, 3.200 rpm. Apesar de precisa e da boa posição da alavanca perto do volante, a caixa poderia ter engates mais curtos.
Nas curvas mais rápidas, o Cinquecento demonstra grande solidez de estrutura e um comportamento praticamente neutro: o controle eletrônico age de modo a produzir subesterço leve. Contudo, o programa normal de uso desperdiça seu potencial em um local como esse, com ampla área de escape: as intervenções “matam” o motor com frequência nas saídas de curva. A solução é apertar o botão ESC até ler a palavra off, que na verdade indica o uso do programa mais permissivo.
Assim o Abarth fica outro: os “homenzinhos verdes” entram na brincadeira e param de atrapalhar a diversão, deixando os pneus deslizarem um pouco nas curvas e ao acelerar forte em suas saídas. Mesmo assim, a atitude próxima de neutra e a traseira que não causa surpresa ao cortar o acelerador mostram um carro seguro, incapaz de colocar em problemas um motorista que saiba o que faz. Fica sem julgamento o conforto de rodagem aqui fora, no mundo real, o que deixamos para a avaliação completa.
Avaliado no autódromo de Goiânia, GO, o novo Cinquecento mostrou atitude
neutra e ótima aceleração; a essas três cores a Fiat acrescenta um cinza
O 500 Abarth será vendido com um bom conteúdo de série, que inclui ainda sete bolsas infláveis (frontais, laterais dianteiras, cortinas e para os joelhos do motorista), ar-condicionado automático e as conveniências mais comuns. Entre os opcionais estão teto solar com controle elétrico e sistema de áudio Beats. Não estão previstos câmbio automático de seis marchas ou rodas de 17 pol, disponíveis na origem.
Embora o preço previsto supere a expectativa de muitos — por que custar o mesmo que um concorrente que paga 35% a mais de imposto? —, o novo esportivo da Fiat promete compensar a longa espera por seu lançamento nacional. E que sirva de incentivo para outras marcas que oferecem atraentes opções nos mercados externos, mas continuam a deixar os brasileiros desejando-as de bem longe.
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Ficha técnica
Motor |
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Posição | transversal |
Cilindros | 4 em linha |
Comando de válvulas | no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 4 |
Diâmetro e curso | 72 x 84 mm |
Cilindrada | 1.368 cm³ |
Taxa de compressão | 9,8:1 |
Alimentação | injeção multiponto sequencial, turbocompressor, resfriador de ar |
Potência máxima | 167 cv a 5.500 rpm |
Torque máximo | 23,0 m.kgf de 2.500 a 4.000 rpm |
Transmissão |
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Tipo de câmbio e marchas | manual, 5 |
Tração | dianteira |
Freios |
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Dianteiros | a disco ventilado |
Traseiros | a disco |
Antitravamento (ABS) | sim |
Direção |
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Sistema | pinhão e cremalheira |
Assistência | elétrica |
Suspensão |
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Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal |
Traseira | eixo de torção, mola helicoidal |
Rodas |
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Dimensões | 6,5 x 16 pol |
Pneus | 195/45 R 16 |
Dimensões |
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Comprimento | 3,667 m |
Largura | 1,627 m |
Altura | 1,49 m |
Entre-eixos | 2,30 m |
Capacidades e peso |
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Tanque de combustível | 40 l |
Compartimento de bagagem | 185 l |
Peso em ordem de marcha | 1.164 kg |
Desempenho e consumo |
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Velocidade máxima | 214 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 6,9 s |
Dados do fabricante; consumo não disponível |