O Fit “aventureiro” enfrenta um concorrente similar em vários quesitos e bem mais barato: qual a melhor escolha?
Texto e fotos: Fabrício Samahá
Suspensão mais alta, pneus maiores, molduras de plástico fosco pela carroceria: a fórmula aplicada pela Fiat em 1999 à Palio Adventure, que resultou na primeira versão “aventureira” da indústria nacional, continua válida. É fácil entender seu êxito: ruas cheias de lombadas, valetas e buracos combinam com esses carros, que oferecem qualidades semelhantes às dos utilitários esporte sem se afastar do consumo e do preço de hatches pequenos.
A última a aderir foi a Honda, que desenvolveu no Brasil o WR-V como variação do Fit. A marca o chama de SUV compacto, justificado por atender aos critérios do Inmetro quanto a vão livre do solo e ângulos de entrada e saída — o que até o Ford Ka Trail conseguiu. Para nós, nada disso: trata-se de um hatch “aventureiro” como o Hyundai HB20X, a quem convidamos para um comparativo.
Honda WR-V EXL | Hyundai HB20X Premium | ||||||||
4,00 m | 3,96 m | ||||||||
1,5 litro | 1,6 litro | ||||||||
115/116 cv | 122/128 cv | ||||||||
R$ 83.400 | R$ 70.045 | ||||||||
Preços públicos sugeridos para os carros avaliados |
Como eles estão nos quatro “Ps” que definem nossos confrontos? Equivalem-se em proposta de uso: hatches compactos de cinco portas ideais para uso urbano, mas aptos a viagens sem muita bagagem ou uso leve fora de estrada. O porte do WR-V é pouco maior em comprimento (4 centímetros a mais) e distância entre eixos (mais 5 cm). Já em potência vence o HB20X: 122 cv com gasolina e 128 com álcool no motor de 1,6 litro, ante 115/116 cv no 1,5 do adversário.
Onde o Honda se afasta um pouco é em preço. Sedenta ao pote, a marca definiu R$ 83,4 mil para a versão EXL (única disponível para avaliação): são 19% a mais que o HB20X Premium com transmissão automática (de série no rival), que custa R$ 70 mil. Como habitual nesses casos, fica a dúvida: compensa pagar mais ou a opção pelo menos custoso é a melhor? Veremos.
Próxima parte
São desenhos atuais elaborados para o mercado brasileiro; o WR-V tem frente mais volumosa que a do Fit e causa controvérsia pelas lanternas traseiras
Concepção e estilo
O HB20X é o mais antigo, lançado em 2013 a partir do HB20 do ano anterior — um projeto nacional, pois em outros mercados a marca tem o i20. O WR-V deriva do Fit de terceira geração, que aqui surgiu em 2014, mas com carroceria refeita à frente do para-brisa em busca de um aspecto mais robusto.
O trabalho de estilo foi melhor no Hyundai, de conjunto bastante harmonioso, embora tenhamos restrições à grade dessa versão. O Honda fica bem atrás: a frente volumosa parece enxertada ao Fit — parece, não, foi mesmo — e a traseira recebeu lanternas bem estranhas. Ambos recorrem a elementos comuns nesse tipo de carro, como molduras plásticas foscas nos para-lamas, simulações de proteções de alumínio na frente e na traseira e barras de teto. Os vãos entre painéis de carroceria são bem regulares nos dois e ainda mais estreitos no Honda, um sinal de qualidade construtiva. Não há informação sobre coeficiente aerodinâmico (Cx) de nenhum deles.
Vão livre acima de 20 cm os credencia a pisos desnivelados; molduras em preto fosco e seções em prata nos para-choques fazem parte da caracterização
Conforto e conveniência
Os interiores mostram bom acabamento, com plásticos bem montados e de aspecto correto, sem chegar a ser luxuosos. O HB20X pode vir com bancos revestidos de couro marrom — único tom disponível —, o que divide opiniões. Ficaria melhor se a tampa do porta-luvas acompanhasse essa cor, aplicada aos painéis de porta. No WR-V não há opção de couro, apenas tecido, que traz um tom prata nas perfurações para alegrar o ambiente.
Espaço interno é uma grande vantagem do WR-V, que acomoda melhor os passageiros de trás em altura e para pernas; sua capacidade de bagagem também é maior
Embora a posição do motorista seja bem definida e com amplos ajustes em ambos (incluindo os do volante em altura e distância), o banco do Honda é melhor: o Hyundai tem encosto duro e pouco apoio lombar. No WR-V agrada a sensação de espaço e arejamento, pelo formato da cabine e os amplos vidros, mas o volante deveria vir mais perto na regulagem máxima. Simples, os quadros de instrumentos trazem computador de bordo, com mais funções no Hyundai. Bons são os sistemas de áudio, com tela tátil de 7 pol, navegador e integração a celular por Android Auto e Apple Car Play (também Car Link no HB20X). O do Honda deveria ter botões físicos para as principais funções como no concorrente: certos comandos usuais ao telefone não são os mais adequados enquanto se dirige.
Entre os itens favoráveis ao WR-V estão alerta para uso do cinto também pelo passageiro da frente, câmera traseira de manobras, controlador de velocidade (falta estranha na linha HB20), faixa degradê no para-brisa e porta-copos diante do difusor de ar esquerdo (bom para manter bebidas frescas), além de maior espaço para pequenos objetos.
Bom acabamento nos dois; só o Hyundai oferece bancos de couro, que usam tom marrom; nos instrumentos, seu computador de bordo tem mais funções
Em contrapartida, só o HB20X traz ajuste do intervalo do limpador de para-brisa, apoio de braço para o motorista, ar-condicionado automático, função um-toque para todos os controles elétricos de vidros (WR-V, só no do motorista) e comando a distância para abri-los e fechá-los, mostrador de temperatura externa (falta inaceitável no Honda), porta-óculos de teto, rebatimento elétrico dos retrovisores, sensores de estacionamento na traseira e, para quem aprecia, termômetro do motor. Os dois vêm ainda com aviso geral de portas mal fechadas, bolsas nos encostos dianteiros, comando interno do bocal do tanque e volante revestido em couro.
Itens melhoráveis: no Honda o uso do computador de bordo se faz pelo botão zerador do hodômetro, a câmera traseira tem ângulo estranho e não regulável (diferente da usada em outros modelos da marca), o bloqueio dos controles elétricos de vidros traseiros também impede seu uso pelo motorista e trava a janela do passageiro (esquema irritante dos japoneses que deveria ser abolido), a fixação dos bancos dianteiros fica bem à mostra e há quatro teclas vazias no painel. No Hyundai, a seção vista apenas com a quinta porta aberta não tem pintura envernizada e a iluminação das telas do painel fica fraca de dia com faróis acesos. Em ambos falta alarme volumétrico (ultrassom).
Posição de dirigir agrada em ambos, mas o encosto do HB20X é muito duro; espaço para pernas no banco traseiro dá vantagem expressiva ao WR-V
Espaço interno é uma grande vantagem do WR-V, que acomoda melhor os passageiros de trás em altura e, sobretudo, no vão para pernas — ponto crítico do rival, um dos menores carros da categoria nesse quesito. Contudo, nenhum é adequado para três adultos atrás, nem oferece boa acomodação para um ocupante central. Práticos no Honda são a regulagem de inclinação do encosto e o assento rebatível (até perto do encosto), que libera espaço para grandes objetos no assoalho.
A capacidade de bagagem também é maior no WR-V: 353 litros ante 300 do HB20X. Parte do ganho vem do uso de estepe temporário, enquanto o rival tem um tão provisório quanto — de 14 pol em um carro com rodas 16 de serviço. Vantagem adicional do Honda é o vão de acesso maior e bem mais baixo, que dispensa erguer tanto a carga ao colocar e tirar.
WR-V tem porta-malas para 353 litros; como no oponente, áudio inclui tela tátil de 7 pol, Android Auto e Car Play; porta-garrafas diante do difusor de ar; seções perfuradas no tecido
HB20X tem menos espaço (300 litros) e vão de acesso mais alto; tela com botões físicos facilita o uso; ar-condicionado automático, vidros um-toque e rebatimento elétrico de retrovisores
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Equipamentos de série e opcionais
WR-V | HB20X | |
Ajuste de altura dos bancos mot./pas. | S/ND | S/ND |
Ajuste de apoio lombar mot./pas. | ND | ND |
Ajuste do volante em altura/distância | S/S | S/S |
Ajuste elétrico dos bancos mot./pas. | ND | ND |
Ajuste elétrico dos retrovisores | S | S |
Alarme antifurto/controle a distância | S/S | S/S |
Aquecimento | S | S |
Ar-condicionado/controle automático/zonas | S/ND/1 | S/S/1 |
Bancos/volante revestidos em couro | ND/S | S/S |
Bolsas infláveis frontais/laterais/cortinas | S/S/S | S/S/ND |
Caixa automática/automatizada | S/ND | S/ND |
Câmera traseira para manobras | S | S |
Cintos de três pontos, todos os ocupantes | S | ND |
Computador de bordo | S | S |
Conta-giros | S | S |
Controlador/limitador de velocidade | S/ND | ND |
Controle de tração/estabilidade | ND | ND |
Controle elétrico dos vidros diant./tras. | S/S | S/S |
Controles de áudio no volante | S | S |
Direção assistida | S | S |
Encosto de cabeça, todos os ocupantes | S | ND |
Faróis com lâmpadas de xenônio | ND | ND |
Faróis de neblina | S | S |
Faróis/limpador de para-brisa automático | ND | ND |
Freios antitravamento (ABS) | S | S |
Interface Bluetooth para telefone celular | S | S |
Limpador/lavador do vidro traseiro | S | S |
Luz traseira de neblina | ND | ND |
Navegador por GPS | S | S |
Rádio com toca-CDs/MP3 | ND/S | ND/S |
Repetidores laterais das luzes de direção | S | S |
Retrovisor interno fotocrômico | ND | ND |
Rodas de alumínio | S | S |
Sensores de estacionamento diant./tras. | ND | ND/S |
Teto solar/comando elétrico | ND | ND |
Travamento central das portas | S | S |
Convenções: S = de série; O = opcional; ND = não disponível |
Com recursos semelhantes, o Hyundai oferece mais potência e torque no motor, mas a transmissão do Honda favorece seu aproveitamento
Mecânica, comportamento e segurança
Os motores são similares em recursos técnicos (leia no quadro desta página), mas com maior cilindrada o do HB20X consegue mais potência e torque: 122 cv/16 m.kgf com gasolina e 128 cv/16,5 m.kgf com álcool contra 115 cv/15,2 m.kgf e 116 cv/15,3 m.kgf do WR-V. São unidades suaves e relativamente silenciosas no uso urbano; contudo, a do Honda se torna ruidosa em alta rotação.
Deveria ser revisto no Hyundai o acelerador com resposta abrupta (abre muito a borboleta de aceleração com pouco movimento do pedal), típico da marca, que traz sensação de desempenho à custa de perdas em suavidade e consumo. Na pista de testes sua vantagem foi menor do que tal sensação fazia esperar: acelerou de 0 a 100 km/h em 10,3 segundos ante 10,8 s do rival, com equilíbrio entre ambos nas retomadas. Onde o Honda sobressaiu foi em consumo urbano (veja números e análise detalhada).
As transmissões automáticas são diferentes: tradicional de seis marchas no Hyundai, com operação manual pela alavanca, e de variação contínua (CVT) no Honda — sem modo de emulação de marchas, embora a marca a ofereça em City e HR-V nas versões superiores. Embora as duas operem com suavidade e boa resposta ao acelerador, os comportamentos se distinguem ao acelerar mais: sem marchas, a caixa do WR-V eleva a rotação até certo ponto e estaciona ali. É uma forma eficiente de acelerar, mas desagradável aos ouvidos e que por isso tem sido evitada em modelos como Nissan Kicks e Renault Captur. A do HB20X dispõe ainda de operação manual pela alavanca, condição na qual passa à marcha seguinte no limite de giros, mas não faz reduções no fim de curso do acelerador.
WR-V tem uma CVT tradicional, de rotação constante e sem emulação de marchas; HB20X usa caixa automática de seis marchas com modo manual
Embora usem os mesmos conceitos, as suspensões foram calibradas de maneiras bem diversas. A Honda partiu de um carro bem firme (Fit) e chegou a um bastante macio, que digere pisos irregulares com trabalho confortável pelo longo curso das molas. Impactos menores são mais transmitidos, como é típico da marca. O Hyundai é o oposto: mais duro que a versão original, o “X” mostra-se “seco” em irregularidades maiores, além de não transmitir a robustez esperada dessas versões.
A Honda partiu de um carro bem firme e chegou a um bastante macio, com trabalho confortável de suspensão; o Hyundai mostra-se “seco” em irregularidades maiores
A vantagem da suspensão firme é deixar o HB20X bem à mão em curvas, com comportamento que chega a divertir, muito próximo ao das versões mais baixas da linha. Apesar de segura, a estabilidade do WR-V é menor e fica a sensação de carro alto e menos controlado em algumas manobras, como mudanças rápidas de direção. Não é responsabilidade dos pneus, que têm a mesma medida em ambos (195/60 R 16) e são voltados ao uso em asfalto no Honda, ante o uso misto do rival. Nenhum traz controle eletrônico de estabilidade e tração, o que poderia ser repensado. O vão livre do solo é quase o mesmo e muito bom: 207 mm no Honda, 206 mm no Hyundai.
O “X” é por enquanto o único HB20 com assistência elétrica de direção, que consegue conciliar manobras leves com peso adequado em velocidade, assim como a do WR-V. É possível que a Hyundai a tenha escolhido por sua maior capacidade de filtrar irregularidades que na hidráulica, em uso pelas demais versões. Os dois têm freios bem dimensionados, embora com tambores na traseira, mas caberia maior assistência no carro da sul-coreana — o pedal é pesado.
Os faróis do Hyundai são melhores e ambos trazem leds diurnos; suspensão macia e confortável é ponto alto do Honda, mas resulta em menor estabilidade
Faróis são um ponto de vantagem do Hyundai, que usa o eficiente refletor elipsoidal e mantém ambos os fachos acesos na posição alta (no Honda o baixo apaga-se, o que deixa uma área mal iluminada à frente). Os dois carros trazem leds como luz diurna, faróis de neblina e repetidores laterais das luzes de direção, mas não luz de neblina traseira. Em visibilidade o WR-V mostra bom trabalho nas colunas dianteiras, que pouco atrapalham o campo visual apesar de avançadas como em uma minivan (as do rival também não incomodam). Os retrovisores são convexos nos dois carros.
A dotação de segurança passiva é destaque no Honda, que vem de série na versão EXL com bolsas infláveis laterais dianteiras (comuns ao HB20X) e de cortina, cintos de três pontos e encostos de cabeça também para o passageiro do centro no banco traseiro. Ambos vêm com fixações Isofix para cadeira infantil.
Cortinas infláveis e cinto central de três pontos equipam apenas o WR-V; bolsas laterais e fixações Isofix estão nos dois carros
Comentário técnico
• Os motores equivalem-se em recursos como bloco de alumínio, quatro válvulas por cilindro com variação do tempo de abertura, acionamento do comando por meio de corrente e preaquecimento de álcool para partida a frio. No HB20X há duas árvores de comando, uma para cada função (admissão e escapamento). No WR-V uma das válvulas de admissão de cada cilindro pode ser mantida praticamente fechada até 2.300 rpm, para que o motor opere como se tivesse apenas duas válvulas por cilindro.
• Na transmissão de variação contínua dos atuais Hondas é usado conversor de torque para a conexão ao motor, em vez da embreagem do primeiro Fit. Entre as vantagens estão a multiplicação de torque do motor nas acelerações e a resistência superior em condições severas.
• Essas versões “aventureiras” recebem maior altura de rodagem, suspensões recalibradas e pneus de maior diâmetro: 195/60 R 16 em ambos contra 185/55 R 16 do Fit EXL e 185/60 R 15 do HB20. O WR-V ganhou ainda nova caixa de direção. No HB20X a assistência de direção é elétrica, diversa da hidráulica das demais versões. A relação de diferencial foi encurtada no Hyundai para compensar os pneus maiores, providência que a Honda dispensou; assim, a transmissão do WR-V ficou 5% mais longa que a do Fit.
O HB20X obteve aceleração superior, mas há equilíbrio nas retomadas; em consumo urbano, vantagem expressiva para o WR-V, até 25% mais econômico
Desempenho e consumo
A melhor relação peso-potência garante ao HB20X acelerações pouco mais rápidas, caso do 0-100 km/h em 10,3 segundos, menos 0,5 s que no rival. Curiosamente, no 0-120 sua vantagem diminui para 0,2 s, sinal de que a transmissão CVT do WR-V é mais eficiente no ganho de velocidade nessa faixa.
Acelerado a fundo, o Hyundai gira até 2.400 rpm com freio acionado (estol da transmissão) e faz mudanças automáticas a 6.200 rpm (200 acima do pico de potência). O Honda aceita até 2.000 rpm; ao partir, demora a alcançar 6.000 rpm (por volta de 90 km/h), ponto de maior potência, e ali fica enquanto sobe a velocidade.
Caixas CVT são mais eficientes em retomadas, tanto pela agilidade em reduzir a relação quanto por não depender de marchas definidas: uma vez atingida a rotação ideal, podem mantê-la constante. Isso explica o empate técnico entre os dois carros, com diferenças de até 0,3 s ora a favor de um, ora de outro. Vale notar que foram medidos com álcool, com o qual os recebemos das fábricas; se usassem gasolina, a expectativa é de maior perda no Hyundai (que abre mão de 6 cv) que no Honda (1 cv).
Os testes de consumo, por outro lado, foram feitos com gasolina e mostraram clara vantagem do WR-V nos trajetos urbanos (entre 19% e 25% a mais com um litro) e sutil no rodoviário (2% mais econômico). Ao analisar o comportamento dos carros nos percursos, nota-se que a CVT consegue manter o motor do Honda em baixos giros no uso urbano, mas recorre a rotações bem mais altas em rodovia: as 2.000 rpm a 120 km/h em piso plano sobem a até 3.500 rpm a cada subida, e nosso trajeto tem muitas delas.
Nas mesmas condições o HB20X manteve-se em sexta marcha (2.800 rpm) por quase todo o percurso, o que o aproximou do concorrente — presumimos também que tenha melhor aerodinâmica. Assim, a autonomia do Hyundai é maior em rodovia, mas menor em cidade.
WR-V | HB20X | |
Aceleração | ||
0 a 100 km/h | 10,8 s | 10,3 s |
0 a 120 km/h | 15,1 s | 14,9 s |
0 a 400 m | 18,3 s | 17,7 s |
Retomada | ||
60 a 100 km/h* | 8,2 s | 7,9 s |
60 a 120 km/h* | 12,6 s | 12,6 s |
80 a 120 km/h* | 9,7 s | 9,8 s |
Consumo | ||
Trajeto leve em cidade | 13,9 km/l | 11,7 km/l |
Trajeto exigente em cidade | 7,6 km/l | 6,1 km/l |
Trajeto em rodovia | 12,3 km/l | 12,1 km/l |
Autonomia | ||
Trajeto leve em cidade | 563 km | 527 km |
Trajeto exigente em cidade | 308 km | 275 km |
Trajeto em rodovia | 498 km | 545 km |
Testes efetuados com álcool (desempenho) e gasolina (consumo); *com reduções automáticas; melhores resultados em negrito; conheça nossos métodos de medição |
Dados dos fabricantes
WR-V | HB20X | |
Velocidade máxima | ND | 180/185 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | ND | 11,7/11,2 s |
Consumo em cidade | 11,7/8,1 km/l | 10,1/7,1 km/l |
Consumo em rodovia | 12,4/8,8 km/l | 11,4/8,7 km/l |
Gasolina/álcool; consumo conforme padrões do Inmetro; ND = não disponível |
Altura de rodagem e recalibração de suspensão diferenciam estas versões do Fit e do HB20 comum; apenas a Hyundai compensou os pneus pelo diferencial
Ficha técnica
WR-V | HB20X | |
Motor | ||
Posição | transversal | |
Cilindros | 4 em linha | |
Material do bloco/cabeçote | alumínio | |
Comando de válvulas | no cabeçote | duplo no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 4, variação de tempo (também levantamento no WR-V) | |
Diâmetro e curso | 73 x 89,4 mm | 77 x 85,4 mm |
Cilindrada | 1.497 cm³ | 1.591 cm³ |
Taxa de compressão | 11,4:1 | 12:1 |
Alimentação | injeção multiponto sequencial | |
Potência máxima (gas./álc.) | 115/116 cv a 6.000 rpm | 122/128 cv a 6.000 rpm |
Torque máximo (gas./álc.) | 15,2/15,3 m.kgf a 4.800 rpm | 16,0 m.kgf a 4.500 rpm/16,5 m.kgf a 5.000 rpm |
Potência específica (gas./álc.) | 76,8/77,5 cv/l | 76,7/80,5 cv/l |
Transmissão | ||
Tipo de caixa e marchas | automática de variação contínua | automática, 6 |
Relação e velocidade por 1.000 rpm | ||
1ª. | variação de 2,53 a 0,41 / variação de 10 a 59 km/h | 4,40 / 8 km/h |
2ª. | 2,73 / 12 km/h | |
3ª. | 1,83 / 18 km/h | |
4ª. | 1,39 / 24 km/h | |
5ª. | 1,00 / 33 km/h | |
6ª. | 0,77 / 43 km/h | |
Relação de diferencial | 4,99 | 3,61 |
Regime a 120 km/h | 2.000 rpm* | 2.750 rpm (6ª.) |
Regime à vel. máx. informada | ND | 5.400/5.550 rpm (5ª.) |
Tração | dianteira | |
*Na relação mais longa possível | ||
Freios | ||
Dianteiros | a disco ventilado (262 mm ø) | a disco ventilado (ø ND) |
Traseiros | a tambor (200 mm ø) | a tambor (ø ND) |
Antitravamento (ABS) | sim | |
Direção | ||
Sistema | pinhão e cremalheira | |
Assistência | elétrica | |
Diâmetro de giro | 10,6 m | 10,2 m |
Suspensão | ||
Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal | |
Traseira | eixo de torção, mola helicoidal | |
Estabilizador(es) | dianteiro | dianteiro e traseiro |
Rodas | ||
Dimensões | 6 x 16 pol | 5,5 x 16 pol |
Pneus | 195/60 R 16 H | |
Dimensões | ||
Comprimento | 4,00 m | 3,955 m |
Largura | 1,734 m | 1,71 m |
Altura | 1,599 m | 1,55 m |
Entre-eixos | 2,555 m | 2,50 m |
Bitola dianteira | 1,482 m | ND |
Bitola traseira | 1,49 m | ND |
Coeficiente aerodinâmico (Cx) | ND | |
Capacidades e peso | ||
Tanque de combustível | 45 l | 50 l |
Compartimento de bagagem | 363 l | 300 l |
Peso em ordem de marcha | 1.130 kg | 1.113 kg |
Relação peso-potência (gas./álc.) | 9,8/9,7 kg/cv | 9,1/8,7 kg/cv |
Garantia | ||
Prazo | 3 anos sem limite de quilometragem | 5 anos sem limite de quilometragem |
Carros avaliados | ||
Ano-modelo | 2018 | 2017 |
Pneus | Pirelli Cinturato P1 | Continental Conti Cross Contact LX |
Quilometragem inicial | 5.000 km | 2.000 km |
Dados dos fabricantes; ND = não disponível |
Embora venha com alguns itens de segurança a mais, o Honda tem preço 19% mais alto que o do adversário, diferença não justificada em equipamentos
Custo-benefício
Nas versões avaliadas, as superiores de cada modelo, o WR-V custa expressivos R$ 13,4 mil ou 19% a mais que o HB20X. No que depender dos equipamentos, não há como justificar tal diferença: o Honda traz a mais alguns itens de segurança, como cortinas infláveis e cinto central traseiro de três pontos, e de conveniência como câmera traseira de manobras, mas deixa de fora bancos de couro, ar-condicionado automático e outras comodidades presentes no adversário.
A análise das notas aponta vantagens do Honda em posição de dirigir, espaço interno, porta-malas, consumo, suspensão e segurança passiva, enquanto ele perde para o Hyundai em estilo, instrumentos, itens de conveniência, transmissão e estabilidade. Parece uma disputa equilibrada, mas com notas bem melhores em dois itens o WR-V somou mais pontos até chegar ao quesito final — a relação custo-benefício.
Se espaço e conforto ao rodar forem essenciais, o WR-V é a melhor opção, mas o HB20X se equipara a ele em muitos aspectos por preço bem menor
Mesmo superior em alguns aspectos, o Honda não justifica seu preço. No entanto, números são números e a média final indica o WR-V como vencedor. Vale a pena, então, pagar bem mais por ele?
Depende. Se fatores como espaço interno e de bagagem, rodar confortável e economia no uso urbano forem essenciais, talvez sim: para parte dos compradores, o banco traseiro apertado e a suspensão dura do HB20X podem ser decisivos para evitar sua escolha. Em contrapartida, quem se interessa em pagar menos por um carro equivalente em vários aspectos — e, a nosso ver, mais agradável aos olhos — tem no “aventureiro” da Hyundai a melhor alternativa.
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Nossas notas
WR-V | HB20X | |
Estilo | 3 | 4 |
Acabamento | 4 | 4 |
Posição de dirigir | 4 | 3 |
Instrumentos | 3 | 4 |
Itens de conveniência | 3 | 4 |
Espaço interno | 4 | 3 |
Porta-malas | 4 | 3 |
Motor | 4 | 4 |
Desempenho | 4 | 4 |
Consumo | 4 | 3 |
Transmissão | 3 | 4 |
Freios | 4 | 4 |
Direção | 4 | 4 |
Suspensão | 5 | 3 |
Estabilidade | 3 | 4 |
Visibilidade | 3 | 3 |
Segurança passiva | 5 | 3 |
Custo-benefício | 3 | 4 |
Média | 3,72 | 3,61 |
Posição | 1º. | 2º. |
As notas vão de 1 a 5, sendo 5 a melhor; conheça nossa metodologia |
Teste do Leitor: opinião dos proprietários
WR-V | HB20 (todas as versões) |
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