Ranger Storm vs. Frontier Attack: torque (quase) acessível

Nissan tem uma marcha a mais na caixa automática; com motor menor, obteve boa vantagem em consumo urbano e rodoviário

Consumo
A vantagem da combinação de dois turbos/menor cilindrada e do menor peso da Frontier (para o qual o motor concorre) aparece no consumo: ela rodou mais com um litro de diesel em todos os trajetos de medição, com diferença de 24% no caso do percurso rodoviário. Como a capacidade dos tanques é igual (80 litros), sua autonomia também supera a da rival. O maior consumo da Storm comparada à Ranger Limited pode ser atribuído aos pneus com maior resistência à rolagem.


Comportamento dinâmico
Conforto de rodagem é aspecto complicado em picapes: com capacidade de carga acima de uma tonelada, elas precisam de suspensão traseira reforçada que sacrifica os ocupantes quando rodam vazias. Nesse quesito a Frontier se sai melhor com o uso de molas helicoidais, mas o motorista habituado a automóveis ou SUVs achará ambas desconfortáveis. Curiosamente, nossa sensação com a Storm foi menos favorável que com a Ranger Limited, embora os pneus sejam a única diferença. Nas duas os amortecedores dianteiros um tanto macios (talvez para dar sensação de conforto) chegam aos batentes com alguma frequência em lombadas.

Rodar menos duro na traseira da Frontier, pneus mais fora de estrada na Ranger, que vence em faróis por ter duplo refletor

Ambas estão bem resolvidas — para o tipo de veículo, bem entendido — em estabilidade, com atitude correta em curvas e bom nível de aderência. Comparada à Limited, a Ranger Storm perde um pouco de precisão com os pneus de uso misto, acentuando o ângulo de deriva até que a frente passe a seguir a trajetória desejada. Na Frontier a perda é mais discreta pois os pneus são parecidos em desenho, só que de 16 polegadas na Attack ante 18 da LE (laterais mais altas deixam os pneus mais flexíveis em curvas e manobras rápidas). As duas têm o importante controle eletrônico de estabilidade e tração.

A Ranger vence por 10 cv e 2 m.kgf, mas pesa importantes 155 kg a mais que a Frontier: com isso, seus desempenhos são bem parecidos tanto no uso cotidiano quanto no teste

Voltados em 60% ao uso fora de estrada, os novos pneus da Storm mostraram boa aptidão para rodar na lama, condição em que não pudemos usar a Attack. O vão livre do solo de 230 mm é igual nas duas. A favor da Ford está a assistência elétrica de direção, que a deixa bem mais leve em manobras e no uso urbano, sendo tão precisa quanto a da Nissan (hidráulica) em velocidade. Embora os freios de ambas estejam bem dimensionados, a Frontier pareceu demandar maior esforço no pedal em frenagens intensas.

Segurança passiva
A vitória da Ranger é clara em proteção dos ocupantes, por vir de série também com bolsas infláveis laterais dianteiras, de joelhos do motorista e de cortina (que cobrem a área lateral de vidros à frente e atrás). A Frontier limita-se às bolsas frontais exigidas por lei. Outros itens obrigatórios hoje são cintos de três pontos e encostos de cabeça para todos os passageiros e fixação Isofix para cadeiras infantis.

Vale pagar 5% a mais pela Frontier? Não pelos conteúdos, que são semelhantes e dão vantagem à Ranger em segurança passiva

Custo-benefício
O preço da Frontier ser quase 5% mais alto não se justifica pelo conteúdo: ela tem conveniências semelhantes às da Ranger e perde em muito na dotação de bolsas infláveis. O fato é que a Storm chegou forte em relação custo-benefício ao custar menos que a versão XLS, que tem motor menos potente (2,2 litros e 160 cv) e equipamentos similares.

A comparação de notas (abaixo) aponta grande equilíbrio, com vantagens da Ranger em caçamba e segurança passiva e da Frontier em consumo e comportamento dinâmico. A picape da Ford termina com melhor média e ainda custa menos, o que lhe rende mais um ponto em custo-benefício — e a vitória no confronto entre dois modelos que oferecem grande torque a preços relativamente acessíveis.

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Nossas notas

  Ranger Frontier
Estilo 4 4
Acabamento e conveniência 3 3
Posto do motorista 3 3
Espaço interno 4 4
Caçamba 5 4
Motor e desempenho 4 4
Consumo 3 4
Comportamento dinâmico 3 4
Segurança passiva 5 3
Custo-benefício 4 3
Média 3,8 3,6
Posição 1º. 2º.
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Ficha técnica

  Ranger Frontier
Motor
Posição longitudinal longitudinal
Cilindros 5 em linha 4 em linha
Comando de válvulas duplo no cabeçote duplo no cabeçote
Válvulas por cilindro 4 4
Diâmetro e curso 89,9 x 100,8 mm 85 x 101,3 mm
Cilindrada 3.198 cm³ 2.298 cm³
Taxa de compressão 15,6:1 15,4:1
Alimentação injeção direta, turbo, resfriador de ar injeção direta, 2 turbos, resfriador de ar
Potência máxima 200 cv a 3.000 rpm 190 cv a 3.750 rpm
Torque máximo 47,9 m.kgf de 1.750 a 2.500 rpm 45,9 m.kgf a 2.500 rpm
Transmissão
Tipo de caixa e marchas automática, 6 automática, 7
Tração traseira, temporária nas quatro rodas
Freios
Dianteiros a disco ventilado a disco ventilado
Traseiros a tambor a tambor
Antitravamento (ABS) sim sim
Direção
Sistema pinhão e cremalheira pinhão e cremalheira
Assistência elétrica hidráulica
Suspensão
Dianteira independente, braços sobrepostos, mola helicoidal independente, braços sobrepostos, mola helicoidal
Traseira eixo rígido, feixes de molas semielípticas eixo rígido, mola helicoidal
Rodas
Dimensões 17 pol 16 pol
Pneus 265/65 R 17 255/70 R 16
Dimensões
Comprimento 5,354 m 5,264 m
Largura 1,86 m 1,85 m
Altura 1,848 m 1,86 m
Entre-eixos 3,22 m 3,15 m
Capacidades e peso
Tanque de combustível 80 l 80 l
Caçamba 1.180 l 1.054 l
Capacidade de carga 1.040 kg 1.040 kg
Peso em ordem de marcha 2.230 kg 2.075 kg
Desempenho e consumo
Velocidade máxima 180 km/h ND
Aceleração de 0 a 100 km/h 11,6 s ND
Consumo em cidade 8,4 km/l 9,2 km/l
Consumo em rodovia 9,4 km/l 10,5 km/l
Dados do fabricante; ND = não disponível; consumo conforme padrões do Inmetro

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