Ranger: central de áudio de 8 pol, ar-condicionado automático, ajuste lombar, controlador de velocidade, molas a gás no capô
Frontier: tela de 8 pol, dutos de ar-condicionado para o banco traseiro, luz nos para-sóis, porta-copos diante dos difusores de ar
Posto do motorista
As duas oferecem bancos bem desenhados, com apoios corretos para coxas, região lombar (regulável na Ranger) e laterais, mas se limitam ao ajuste do volante em altura. O quadro de instrumentos da Ford tem um prático mostrador digital colorido multifunção, que pode reorganizar os mostradores e informações, mas usa um conta-giros pequeno; de acordo com a função escolhida, ele se torna linear e quase inútil.
Os faróis dessas versões não trazem os refletores elipsoidais das opções de topo: usam o tipo mais simples de superfície complexa, com vantagem à Ford pelos refletores separados para baixo e alto — na Nissan, acender o alto faz o baixo se apagar. Ambas têm faróis de neblina, sem luz traseira, e só a Frontier vem com repetidores laterais das luzes de direção, falta inaceitável na rival. O prejuízo à visibilidade pelas colunas dianteiras é moderado nas duas, que usam grandes retrovisores.
Boa posição ao motorista, mas sem ajuste de distância do volante; atrás, mais espaço para pernas e em largura na Ranger
Espaço interno
Amplas na parte dianteira, elas se distinguem no banco traseiro, onde a Ranger oferece mais espaço para pernas e em largura. A Frontier ainda incomoda pelo assento baixo, que deixa as coxas mal apoiadas. Nas duas o encosto traseiro está mais vertical do que seria desejável, como é frequente no tipo de veículo.
A Ranger vence em espaço no banco traseiro e em volume útil de carga, 1.180 litros até as bordas da caçamba contra 1.054 da Frontier, mas nenhuma traz revestimento plástico
Caçamba
A picape da Ford vence também em volume útil de carga: 1.180 litros até as bordas da caçamba contra 1.054 da Nissan. Inconveniente nas duas é o piso isento de proteção: para evitar danos é necessário comprar como acessório um revestimento plástico. A cobertura marítima da Frontier avaliada é acessório não incluso no preço. A favor da Ranger estão o acionamento mais leve da tampa e o estepe com roda de alumínio (nas duas ele usa pneu igual aos de serviço e fica sob o chassi). A capacidade total de carga, incluindo ocupantes, é a mesma em ambas: 1.040 kg.
Caçamba da Ford tem mais espaço e tampa bem leve; nenhuma traz revestimento; capota marítima da Nissan é acessório
Motor e desempenho
Os fabricantes escolheram diferentes caminhos para obter potência e torque próximos: na Ranger, maior cilindrada (3,2 litros) e cinco cilindros; na Frontier, quatro cilindros e 2,3 litros, mas com dois turbocompressores — um acionado desde baixas rotações, o outro só em altas. Diferenças à parte, a primeira vence por 10 cv e 2 m.kgf, só que pesa importantes 155 kg a mais.
Com isso, seus desempenhos são bem parecidos tanto no uso cotidiano quanto na pista de testes, onde a Ford acelerou de 0 a 100 km/h em 10,8 segundos, sutis 0,2 s à frente da Nissan. Os tempos de retomada também foram equivalentes, salvo de 80 a 120 km/h (melhor na Frontier), assim como o nível de vibração, bastante moderado para o tipo de motor. Ambos emitem um ruído encorpado e imponente quando se acelera em baixa velocidade. Em viagens com vidros fechados o ruído se faz moderado, mas na Ranger invade o interior cada vez que a aceleração aumenta, sinal de escasso revestimento fonoabsorvente.
Maior cilindrada na Ranger, dois turbos na Frontier: mais leve, a segunda consegue o mesmo desempenho com 10 cv a menos
As transmissões automáticas, de sete marchas na Frontier e seis na Ranger, operam com suavidade e podem ter seleção manual por meio de canal lateral da alavanca. O modo manual é realmente manual nas duas: não passa à marcha superior no limite de giros nem efetua redução quando se abre todo o acelerador. Na Ranger a caixa nos pareceu sensível demais: basta um toque no pedal para a rotação ir a 2.000 ou 2.500 rpm e o motor rugir, mesmo em uma arrancada ou saída de lombada com moderação.
As duas picapes usam o mesmo princípio de tração, com os modos 4×2, 4×4 e 4×4 reduzido e comando elétrico. Os programas 4×4 estão restritos a pisos de baixa aderência, de preferência sem curvas fechadas, por não haver diferencial central (presente, por exemplo, na Volkswagen Amarok e em versões da Mitsubishi L200). A Ranger oferece botão para bloquear o diferencial traseiro, o que divide o torque por igual entre as rodas — na Frontier existe apenas o travamento por sistema eletrônico, de eficácia mais limitada.
Desempenho e consumo
Ranger | Frontier | |
Aceleração | ||
0 a 100 km/h | 10,8 s | 11,0 s |
0 a 120 km/h | 15,5 s | 15,7 s |
0 a 400 m | 17,5 s | 17,8 s |
Retomada* | ||
60 a 100 km/h | 6,4 s | 6,6 s |
60 a 120 km/h | 11,2 s | 11,1 s |
80 a 120 km/h | 8,7 s | 7,8 s |
Consumo | ||
Trajeto leve em cidade | 10,8 km/l | 12,5 km/l |
Trajeto exigente em cidade | 5,6 km/l | 6,5 km/l |
Trajeto em rodovia | 8,7 km/l | 10,8 km/l |
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