Graça, espaço e ritmo em equilíbrio no Jaguar F-Pace

Quadro pode ser dedicado a navegação; transmissão de oito marchas; porta-malas para 508 litros; sistema In Control em duas versões; configurações independentes

 

O motor a diesel de 2,0 litros é da nova série Ingenium, com a qual a Jaguar Land Rover vem substituindo as antigas unidades herdadas de seu período sob o guarda-chuva da Ford. Se os 180 cv parecem pouco para o peso e a categoria, há a compensação do bom torque de 43,8 m.kgf entre 1.750 e 2.500 rpm. Mais interessantes, claro, são os V6 de 3,0 litros com compressor, os mesmos dos sedãs e do esportivo F-Type, com escolha entre 340 e 380 cv e iguais 45,9 m.kgf em ambos. Apesar do peso adicional, o mais potente acelera de 0 a 100 km/h em apenas 5,5 segundos, ante 5,8 s do outro V6 e 8,7 s do turbodiesel.

Comuns a toda a linha são a transmissão automática ZF de oito marchas e a tração integral de série no Brasil (alguns mercados oferecem tração simples traseira), do tipo sob demanda: envia torque para trás em condições normais de aderência e, em caso de deslizamento dessas rodas, transmite até 50% da força ao eixo dianteiro por meio de uma embreagem multidisco. Não há caixa de transferência (reduzida) nem mesmo no turbodiesel.

 

Tração integral aciona a dianteira sob demanda; estrutura é 80% de alumínio; suspensões modernas podem ter controle eletrônico de amortecimento

 

A suspensão independente usa braços sobrepostos na frente e o sistema multibraço chamado de Integral Link na traseira, com alguns componentes de alumínio. De série no S e no First Edition e como opção aos demais há controle eletrônico de amortecimento, que ajusta a carga dos amortecedores em fração de segundo conforme as condições do terreno e o modo de dirigir. Toda a linha vem com sistema de vetorização de torque e o assistente para pisos de baixa aderência All Surface Progress Control (ASPC), que mantém o carro em movimento entre 4 e 30 km/h sem que o motorista precise tocar nos pedais.

 

Com o V6, a aceleração muito mais rápida deixa patente seu tempero esportivo e conquista o motorista; na terra, os assistentes eletrônicos mostraram seu valor

 

Ao volante

No lançamento à imprensa na região mineira de Brumadinho, a 50 quilômetros de Belo Horizonte, foi possível dirigirmos em trajetos variados o F-Pace com duas opções de motores. O primeiro foi o Prestige a diesel, pouco mais simples, com quadro de instrumentos convencional, mas dotado de acabamento coerente com a faixa de preço e amplo espaço para quatro adultos. Em termos de isolamento acústico é muito bom: ao acionar o motor não há ruídos no interior. Apesar de seu arranque lento, esperado de um veículo com relação peso-potência ao redor de 10 kg/cv, há torque suficiente para a maioria das condições e a vantagem do menor consumo.

O seletor de modos de condução oferece os modos Dinâmico, Conforto e para neve ou outro piso pouco aderente. No trecho entre a região da Lagoa Santa e o alto da Serra da Moeda, no qual a altitude alcança 1.500 m, foi possível variar essas opções. No modo Conforto o carro responde mais lentamente aos pedidos de acelerações e retomadas e a transmissão hesita um pouco antes de reduzir marchas, em benefício da economia. Já no Dinâmico o F-Pace reage de maneira mais consistente, sem chegar a ser rápido. A suspensão mostra acerto apropriado, com bom controle de movimentos, e o volante revela calibração de direção bem precisa.

 

Versão V6 cativou pelo desempenho e estabilidade na avaliação, que incluiu testes de aceleração e frenagem e percurso fora de estrada

 

Passamos depois à versão S V6. Não resta dúvida: com 200 cv a mais, a aceleração muito mais rápida deixa patente seu tempero esportivo e conquista o motorista. Um leve toque no acelerador é o suficiente para tirar o SUV da inércia e a transmissão responde rápido em qualquer modo de condução. Com esse modelo fomos ao trecho de terra, onde os diversos assistentes eletrônicos mostraram seu valor em aclives e declives acentuados. A versão a gasolina tem reações mais precisas ao volante, sem deixar de ser confortável.

 

 

Para a série limitada First Edition, que mantém a mecânica da S, a Jaguar usou uma pista montada em condomínio fechado onde foi possível fazer testes de aceleração de 0 a 100 km/h e de frenagem. Ele cumpre o que promete — 5,5 segundos na arrancada — e garante frenagens firmes sem dificuldade. Dotada de projeção de informações no para-brisa, a versão permite regulagens diferentes para motor, transmissão e direção, entre outros itens, como para deixar o motor em Dinâmico e a direção em Conforto. Com reações rápidas, suspensão firme e aceleração ágil e precisa, esse utilitário esporte — apesar do tamanho e do peso — lembra um cupê esportivo.

Graça, espaço e ritmo. É, Sir Lions sabia como um Jaguar deve ser.

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Com motor turbodiesel de 180 cv, F-Pace Prestige tem desempenho discreto, mas traz vantagem da economia e mantém rodar confortável