Mostradores incluem repetidor digital do velocímetro; na tela de
7 pol comandam-se áudio, telefone, navegador e computador
O câmbio automático é o mesmo usado pelo 208, apenas recalibrado e com mais um recurso para o motorista: o programa de condução Eco, que faz trocas em regimes mais baixos para reduzir o consumo em relação ao programa normal (há ainda o esportivo, que atua no sentido oposto para maior agilidade). No restante a mecânica do 2008 segue o habitual, caso da suspensão traseira por eixo de torção; vale destacar os freios a disco nas quatro rodas. A altura de rodagem foi ampliada em 1 cm para o Brasil, chegando a 20 cm, e os pneus ganharam perfil mais alto.
Peculiar na classe é o sistema Grip Control da versão Griffe THP, que ajusta o controle de tração em cinco modos, conforme a seleção no console central: Normal, Neve (desativa-se ao atingir 50 km/h), Lama (também adequado a grama molhada e ativo até 80 km/h), Areia (até 120 km/h) e ESP Off (que desliga o controle de estabilidade, só até 50 km/h).
Desempenho entusiasma com o motor THP, mas é bom também no
aspirado; câmbio, direção e conforto da suspensão agradam
Por que um carro com controle de tração precisaria desse sistema? Ocorre que tal sistema eletrônico, em geral, busca evitar a patinação das rodas motrizes por meio de frenagem (para perda de tração individual) e redução de potência (quando ambas patinam). Essa atuação pode criar dificuldade ao motorista em pisos menos aderentes: na lama, alguma patinação ajuda a “cavar” o terreno e encontrar terreno firme; na areia, certa patinação se torna necessária para não atolar. O Grip Control então ajusta o sistema para cada condição de uso.
Em obstáculo fora de estrada, o
Grip Control trouxe uma desenvoltura
inesperada para um tração-dianteira
Na apresentação do 2008 à imprensa, entre Porto Seguro e Santo André, na Bahia, o Best Cars dirigiu por cerca de 80 quilômetros as versões Griffe aspirada e turbo, ambas de câmbio manual (não havia carros com caixa automática suficientes), em trajeto variado que incluiu cidade, rodovia e trechos de terra, além de uma demonstração do Grip Control.
Começamos pelo aspirado, que deixou boas impressões. O peso moderado do carro (1.205 kg) deixa o 1,6-litro ágil, com respostas satisfatórias mesmo em rotações moderadas e com ar-condicionado a pleno. Suave e silencioso, o motor pode ser bem explorado sem causar desconforto. O comando de câmbio e a direção em manobras são levíssimos, muito agradáveis, e o volante ganha peso adequado em velocidades de rodovia. A suspensão mostra calibração mais voltada ao conforto, mas com estabilidade que inspira confiança nas curvas. Em pisos irregulares e lombadas é macia, mas em estrada de terra notamos transmissão de impactos maior que a ideal — seria o caso de redimensionar as buchas.
Prova na lama comprovou a eficácia do sistema Grip Control;
em rodovia, os amortecedores do THP podem melhorar
Ao passar ao THP, a potência e o torque adicionais só poderiam mesmo agradar. A resposta ao acelerador vem sempre intensa, catapultando o 2008 para onde se aponta de uma forma ainda desconhecida entre os modelos flexíveis da categoria. O câmbio mantém os engates leves e precisos, embora a marcha à ré seja menos prática (requer uso de anel-trava e colocação à esquerda, por haver a sexta marcha no lugar que ela ocupa na versão aspirada). No entanto, talvez por alguma variação de produção entre os carros avaliados, seu comportamento decepcionou.
O chassi dessa versão não parece apto a lidar com tudo o que o motor lhe fornece. Com amortecedores macios demais, a frente levanta-se ao acelerar — percebido mesmo a 120 km/h! — e a sensação é de que o carro não terá a estabilidade necessária para o desempenho que possui. É apenas impressão, pois ao tomar uma curva de alta seu comportamento foi estável, mas uma recalibração faria bem para deixar seus motoristas mais confiantes e para manter a fama da Peugeot de carros que sobressaem em comportamento.
Analisamos o THP também em um obstáculo fora de estrada que colocava à prova o Grip Control: uma valeta com lama, que recebia mais água de tempos em tempos. Passamos duas vezes ao volante e, com piso mais molhado, foi possível notar a atuação eficiente do sistema (indicada por luz piscando no painel) enquanto o carro vencia a subida enlameada com desenvoltura inesperada para um modelo de tração dianteira. Mais tarde, andando junto a um colega, vimos o 2008 sair de uma situação bastante agravada por algum tempo de chuva intensa. Longe de substituir uma tração integral, o sistema é realmente útil para se ir um pouco mais longe — ou voltar de lá — que em carros similares sem o dispositivo.
As versões Allure (à esquerda) e Griffe aspiradas oferecem câmbio
automático, mas de apenas quatro marchas: ponto a aprimorar
Neste primeiro contato o 2008 agradou bastante, tanto pelo ambiente interno quanto pelo desempenho e o conforto para motorista e passageiros — guardadas as limitações de espaço no banco traseiro. Ficam por ser avaliados o câmbio automático e um segundo THP, para confirmar ou afastar a má impressão acerca do comportamento dinâmico, mas no conjunto o novo Peugeot se mostra uma interessante opção.
Os preços estão bem situados na categoria em vista dos equipamentos de série de cada versão — como exemplo, o Griffe aspirado e automático sai na mesma faixa do espartano Honda HR-V LX, versão de entrada com câmbio CVT. Contudo, a Peugeot poderia ter aplicado como padrão o controle eletrônico de estabilidade, uma tendência no segmento, assim como não deveria abrir mão de fixações Isofix para cadeiras infantis. Ainda, a insistência em uma caixa automática de apenas quatro marchas em pleno 2015, assim como a oferta do THP só com câmbio manual, pode representar obstáculo ao êxito de um carro tão importante para a marca.
Mais Avaliações |
Ficha técnica
Griffe |
Griffe THP |
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Motor |
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Posição | transversal | |
Cilindros | 4 em linha | |
Comando de válvulas | duplo no cabeçote | |
Válvulas por cilindro | 4, variação de tempo | 4 |
Diâmetro e curso | 78,5 x 82 mm | 77 x 85,8 mm |
Cilindrada | 1.587 cm³ | 1.598 cm³ |
Taxa de compressão | 12,5:1 | 10,2:1 |
Alimentação | injeção multiponto sequencial | injeção direta, turbocompressor, resfriador de ar |
Potência máxima (gas./álc.) | 115 cv a 6.000 rpm/ 122 cv a 5.800 rpm | 165/173 cv a 6.000 rpm |
Torque máximo (gas./álc.) | 15,5/16,4 m.kgf a 4.000 rpm | 24,5 m.kgf a 1.750 rpm |
Transmissão |
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Tipo de câmbio e marchas | manual, 5, ou automático, 4 | manual, 6 |
Tração | dianteira | |
Freios |
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Dianteiros | a disco ventilado | |
Traseiros | a disco | |
Antitravamento (ABS) | sim | |
Direção |
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Sistema | pinhão e cremalheira | |
Assistência | elétrica | |
Suspensão |
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Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal | |
Traseira | eixo de torção, mola helicoidal | |
Rodas |
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Dimensões | 16 pol | |
Pneus | 205/60 R 16 | |
Dimensões |
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Comprimento | 4,159 m | |
Largura | 1,739 m | |
Altura | 1,583 m | |
Entre-eixos | 2,542 m | |
Capacidades e peso |
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Tanque de combustível | 55 l | |
Compartimento de bagagem | 355 l | |
Peso em ordem de marcha | 1.205 kg (manual), 1.236 kg (aut.) | 1.231 kg |
Desempenho |
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Velocidade máxima (gas./álc.) | 183/190 km/h (man.), 171/177 km/h (aut.) | 206/209 km/h |
Acel. de 0 a 100 km/h (gas./álc.) | 11,4/10,2 s (man.), 13,2/11,9 s (aut.) | 8,3/8,1 s |
Dados do fabricante; consumo não disponível |