Inserções em vermelho diferenciam o STI por dentro; sem injeção direta, o motor de 2,5 litros fornece 310 cv e torque em regime mais alto
Recurso comum a ambos é o Active Torque Vectoring, vetorização ativa de torque, que atua nos freios de modo a enviar mais torque para a roda dianteira externa à curva que à interna, o que aumenta a estabilidade e reduz o risco de patinação desta última. O controle de estabilidade também admite seleção entre os modos Normal, Tração e desativado; nesta posição a vetorização de torque não atua. De resto, o STI vem com freios Brembo e sua direção usa assistência hidráulica e relação baixíssima de 13:1 — das mais diretas já vistas. No WRX a relação é mais alta, 14,5:1, com assistência elétrica.
Ao volante
Tivemos a oportunidade de avaliar ambas as versões em um rápido — literalmente — contato na pista da Capuava, em Vinhedo, interior de São Paulo. Começamos pelo WRX. No interior relativamente luxuoso, mais que em gerações passadas, quase não se percebe que o motor já está ligado em função dos baixos níveis de ruído e vibração.
Com o câmbio na posição M, manual, usam-se os comandos no volante para as trocas das marchas “virtuais”: para quem pensa em esportividade é a melhor escolha. No modo Intelligent o câmbio proporciona apenas seis relações — já nas posições Sport e Sport Sharp são oito, para um escalonamento mais fechado. Em duas voltas na pista de pouco mais de 2.000 metros, os atributos que conseguimos avaliar foram a eficiente tração integral permanente, a rápida aceleração e a estabilidade em curvas, com um acerto de suspensão pensado para trajetos sinuosos.
Tração integral do STI envia maior parte do torque para a traseira; painel indica pressão do turbo e abertura de acelerador; no console, comandos do seletor de modos de direção (giratório) e do diferencial central
Deixamos o WRX STI para a segunda saída, de modo a avaliar o quanto os 30 cv trariam de diferença. Oferecido apenas com câmbio manual, o esportivo busca consumidores puristas que exigem o pleno controle das marchas e da embreagem — espécie em extinção no Brasil, onde poucos se interessam em gastar sola de sapato apertando o pedal da esquerda no trânsito em um carro de R$ 200 mil.
O ronco do escapamento de quatro saídas é quase um canto de sereia, que aguça o lado “perverso” de qualquer apaixonado por carro
Em comparação ao WRX, nota-se grande diferença não só na aceleração, mas sobretudo na frenagem, mais progressiva, rápida e equilibrada mesmo em alta velocidade. Como a pista é muito travada, com 16 curvas, foi um exercício de concentração trocar tanta marcha até que decidimos deixar a maior parte do tempo em terceira e só aproveitar a quarta e a quinta na reta — a sexta ficou esquecida, embora seja com ela que o STI atinge sua velocidade máxima.
O destaque ficou por conta de uma curva bem fechada, em forma de grampo, feita em segunda marcha. A reaceleração faz o motorista praticamente grudar no banco. O sedã se comporta de forma neutra nas curvas e a direção mostra grande precisão. Para alívio do motorista e seu passageiro nas curvas, o adequado desenho dos bancos em formato de concha efetivamente segura as costas sem obrigar a se prender pelo apoio no piso.
O STI (à direita) e o WRX mostraram grande estabilidade e ótima aceleração na pista da Capuava; suspensão traseira é por braços sobrepostos
O ronco do escapamento de quatro saídas é quase um canto de sereia, que aguça o lado “perverso” de qualquer apaixonado por carro. Rodar devagar é praticamente uma heresia — e isso nos pegou de surpresa porque, ao começarmos alguns testes de retomada, já era hora de parar nos boxes e devolver o brinquedo.
Testes em autódromo não permitem avaliar dados como conforto de rodagem, mas é claro que esses Subarus não são sedãs familiares — no caso do STI, parece que o porta-malas só está lá por uma questão de estilo, para abrigar o enorme aerofólio típico de carro de rali. Não dá para imaginar um pacato papai levando os filhos para a escola em um deles, até porque o espaço do banco traseiro é comprometido pelo túnel central de transmissão. São sedãs para solteiros ou casais sem filhos, que em geral terão mais de um automóvel na garagem, deixando-os mesmo como objetos de curtição.
Desde que a Caoa decidiu reerguer a Subaru no Brasil a marca praticamente dobrou em número de vendas, devendo chegar ao fim de 2015 com 2.200 unidades de toda a gama. Por serem produtos de nicho, porém, a previsão é de vender 40 unidades ao mês dos modelos WRX até dezembro.
Mais Avaliações |
Ficha técnica
WRX |
WRX STI |
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Motor |
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Posição | longitudinal | |
Cilindros | 4 contrapostos | |
Comando de válvulas | duplo nos cabeçotes | |
Válvulas por cilindro | 4, variação de tempo | |
Diâmetro e curso | 86 x 86 mm | 99,5 x 79 mm |
Cilindrada | 1.998 cm³ | 2.457 cm³ |
Taxa de compressão | 10,6:1 | 8,2:1 |
Alimentação | injeção direta, turbocompressor, resfriador de ar | injeção multiponto sequencial, turbocompressor, resfriador de ar |
Potência máxima | 270 cv a 5.600 rpm | 310 cv a 6.000 rpm |
Torque máximo | 35,7 m.kgf de 2.000 a 5.200 rpm | 40 m.kgf a 4.000 rpm |
Transmissão |
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Tipo de câmbio e marchas | automático de variação contínua / simulação de 8 | manual / 6 |
Tração | integral permanente | |
Freios |
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Dianteiros | a disco ventilado | |
Traseiros | a disco ventilado | |
Antitravamento (ABS) | sim | |
Direção |
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Sistema | pinhão e cremalheira | |
Assistência | elétrica | hidráulica |
Suspensão |
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Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal | |
Traseira | independente, braços sobrepostos, mola helicoidal | |
Rodas |
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Dimensões | 8,5 x 18 pol | |
Pneus | 245/40 R 18 | |
Dimensões |
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Comprimento | 4,595 m | |
Largura | 1,795 m | |
Altura | 1,475 m | |
Entre-eixos | 2,65 m | |
Capacidades e peso |
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Tanque de combustível | 60 l | |
Compartimento de bagagem | 460 l | |
Peso em ordem de marcha | 1.529 kg | 1.516 kg |
Desempenho |
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Velocidade máxima | 240 km/h | 255 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 6,0/6,3 s* | 5,2 s |
Dados do fabricante; consumo não disponível; *câmbios manual e CVT, na ordem |