Lançamento à imprensa é em abril, mas FCA já mostra o novo
utilitário compacto a seus concessionários em evento fora de estrada
Correndo com produção e instalação de rede de concessionários, a Jeep — uma das marcas sob a secular árvore da Fiat — dá providências no lançar seu produto de relevo, o Renegade.
Embora a distribuição seja prevista para março — após inauguração da fábrica, hoje dependente da confluência de agendas da presidente Dilma, do governador de Pernambuco e de Sergio Marchionne, o CEO da FCA, nova razão social da Fiat —, produção se afina e faz estoque para atender à rede.
No processo, superior a lançamento de produto, posto ser da marca, aliás uma segunda etapa — chegou ao Brasil em 1948 —, a apresentará o pequeno Jeep a revendedores, seus vendedores, pessoal de oficina. Negócio com destaque à feição dinâmica, item diferenciativo. Ênfase é mostrar, impressionar, encantar os vendedores para exibir aos clientes as diferenças entre o Renegade e seus concorrentes próximos, Ford Ecosport e Renault Duster.
O evento, a público interno, se realiza no Brasília Palace Hotel — pioneiro em Brasília —, onde foi reeditada pista de dificuldades às margens do Lago Paranoá — a Jeep lá apresentou o Wrangler quatro-portas. Querem mostrar que na versão 4×4 nenhum desses se aproxima das habilidades do Renegade, com o DNA do mítico Jeep.
Renegade quer liderar mercado com cinco versões e opções em decoração, motores de 1,75 litro flexível e 2,0 turbodiesel, tração em duas e quatro rodas, caixa manual de seis marchas e automática com nove, e preços imaginados entre R$ 68 mil e R$ 110 mil. Bem bolada data de lançamento oficial de todas as versões: quatro de abril, 4 de 4, dia mundial da tração 4×4.
Foto por colaborador da Coluna.
Motor melhora Audis A4 e A5
Alemã Audi em sua escalada no mercado brasileiro — cresceu 105% ano passado — tem novidades sob o capô. É o novo propulsor de 1,8 litro turbo com dois sistemas de injeção de combustível — um direto na cabeça do cilindro e outro no coletor de admissão. Caminho tecnológico da marca no cumprir regras europeias de consumo e emissões.
Na prática tomou o motor do A3, colocado na posição transversal, e aplicou-o longitudinalmente. Em relação ao motor de 2,0 litros usado até então, reduziu a potência de 180 para 170 cv, mas obteve referenciais 32,6 m.kgf de torque entre 1.400 e 3.700 rpm, capazes de levar o A4 de 0 a 100 km/h em 8,3 segundos.
Nada de particular ao mercado brasileiro, onde o A4 é para a Audi grata surpresa. Ano passado vendeu 1.700 unidades, empate técnico com 2013, apesar da concorrência do novidadoso A3 Sedan, de motor assemelhado e menor preço. Analisa a Audi, o A4 tem boa relação com os clientes de mais idade, valorizando o maior espaço interno.
A linha tecnofilosófica deste fabricante é de ativa geração de tecnologia para a marca e o grupo VW, onde é estrela geradora de lucros. O uso dos dois sistemas de alimentação garante capacidade de aceleração e retomada, assim como redução no consumo em velocidade constante. Com bem escalonado câmbio CVT — de polias variáveis — que simula oito marchas, A4 e A5 ainda contam com outro auxílio, o sistema Start-Stop, desligando o carro nos sinais e paradas no trânsito.
Mercedes aumenta segurança
No processo onde está metida na recuperação de mercado, a Mercedes-Benz aplica-se a desenvolver e aplicar tecnologia local aos seus produtos. Em 2014 fez mudança corajosa ao mudar os cubos traseiros dos eixos dos caminhões Axxor por semieixos, obtendo ganho de consumo. Neste, aproveitou a demanda nacional por produtos capazes de aumentar a segurança patrimonial, e com a empresa Zatix desenvolveu a tecnologia materializada com o nome de Fleet Board. Criação nacional a ser oferecida à matriz para incorporação em produtos para outros países.
É sistema eletrônico de telemetria, monitoramento e transmissão de dados por ondas celulares, capaz de informar em tempo real — ou ao momento de existência de sinal… — como está a operação do caminhão: uso da transmissão, rotações do motor, frenagens. Segundo a Mercedes, experiências indicaram, com o mapeamento operadores melhoraram seu padrão de condução com economia referencial, de até 15%.
A outra dotação do sistema permite monitorar a rota, paradas, abertura do baú fora dos locais programados — um indicativo de assalto, dos maiores receios dos transportadores. Neste caso, por equipe de gerenciamento de risco, comanda queda da velocidade, inicialmente a 40 km/h e logo após para 10 km/h, tornando impossível continuar a viagem e permitindo mobilização para intervenção.
O Fleet Board vem aplicado de fábrica ou pode ser colocado nos concessionários, e é à prova de intervenções externas. Faz parte dos serviços oferecidos pela fabricante — usados com garantia, renovação de peças usadas. E, segundo Roberto Leoncini, Vice-Presidente de Vendas e Marketing, é um simplificador ao oferecer pacote completo. Para outros sistemas o comprador adquire o caminhão num lugar, o aparelho em outro, e o monitoramento em terceiro endereço. No caso do Fleet Board resume tudo com a Mercedes-Benz.
Pelo sistema de gerenciamento de conduzir, R$ 99/mês. Com Gestão de Risco, acompanhamento e capacidade de intervenção, dependerá da demanda de cada cliente.
Roda a Roda
Adeus – Imprensa europeia noticia três séries especiais para o Land Rover Defender. Quantidade restrita, 360 unidades de Heritage, Autobiography e Adventure. Acredita-se marquem o final do marcante produto.
Mudou – Incorrosível carroceria de alumínio moldada em ferramentas simples, e grande disposição de vencer terrenos ruins, bem arrumado pacote criado pelos irmãos Maurice e Spencer Wilks como evolução do Jeep Willys, prova já não se exigem veículos com habilidades extremas. Estrangeiras, nenhuma deve vir ao Brasil.
Cruza – Após Volkswagen assumir a Ducati e Mercedes se associar à MV Agusta, Peugeot/Citroën ligou-se a outra fábrica de motos, a também italiana Bimota.
Negócio – Busca absorver tecnologia em motores feitos em liga leve, com elevadas relação entre cilindrada e potência, como objetivam VW e Mercedes, mas primeiro entendimento elevou a cavalagem do esportivo RCZ R a 304 cv, 34 a mais arrancados do motor 1,6 THP. Projeto é dito PB 104, iniciais das marcas e indicação de ser primeiro projeto e para veículo de qautro rodas.
Trinca – GM do Brasil anunciou no Salão em Detroit, produzir novo motor 1,0-litro com três cilindros. Tendência mundial, e no Brasil irá atrás de VW e Ford. Hyundai o utiliza, mas é importado. Para a nova geração de compactos, o Projeto Phoenix.
Tempero – Aos saudosos de automóveis pequenos e com temperamento forte, agrado. Neste ano o mercado nacional verá três marcas e modelos diferentes com agradável performance adicional.
Quem é Quem – Peugeot estenderá seu motor 1,6 turbo, injeção direta, 173 cv ao bem acertado 208; Renault, como Coluna antecipou, terá Sandero com motor 2,0 aspirado na versão RS; VW aquecerá o coração do Up com pequeno turbo, elevando a potência a 100 cv. Será o Up GT ou GT Up.
Fim – MMCB, a Mitsubishi no Brasil, findou produção do modelo Pajero TR4 — na origem Pajero iO, projeto Pininfarina. Em 12 anos quase 100 mil unidades.
Diferença – Razões, veículo encerrou ciclo; mercado desconhece diferença entre a real dotação do TR4 para obstáculos fora de estrada e a apenas aparente disposição dos utilitários enfeitados — cuja simplificação permite menor preço; e necessidade de espaço para expansão industrial.
Pesado – Scania a partir de 2015 tem garantia de dois anos para trem de força e peças banhadas a óleo, se as revisões forem feitas em concessionário da marca. Demais partes, apenas um ano.
Perda – Após vender-se à chilena LAN e transformar-se em investimento no exterior, foi-se o charme e a relação de confiança com a TAM. Cartaz do balcão de atendimento mostra a origem da gestão: a “Prioridade por Lei” foi vertida ao chileno e traduzida virou o curioso “Prioridade Legislatória”…
Operacional – Voo 3723 de Brasília a São Paulo na manhã de segunda, 26, não permitiu check-in antecipado por internet; no aeroporto, dos oito balcões, moroso atendimento por único atendente; a bordo, alimentação limitada a sofrível sanduíche. Foram-se imagem e atenções, restaram preços altos.
Retífica RN – Coluna passada disse ter sido de 80% a queda das vendas da Kia. Errou. Nos últimos quatro anos caíram em torno de 70%. Principal motivo, criação de adicional de 30 pontos percentuais no IPI para veículos importados. Previsão de vendas em 2015 é de 24.800 unidades, 4,2% superior a 2014.
Alfa – Colecionadores de Alfa Romeo inscrevem-se a encontro da marca na estância hidrotermal Caxambu, MG, 18 a 21 de abril. Organização pelo Alfa Romeo Club/MG, autor da primeira edição com muito sucesso. Nacionais e importados, palestras técnicas e de vivência, muita camaradagem.
Gente – Jason Vogel, o melhor jornalista especializado em automóveis de sua geração, mudança. Repórter de economia do jornal O Globo, após transferência do caderno Carro Etc., de sua edição, à área comercial. Transferência significa emprego, prêmio em meio à razia em redação e comercial.
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A coluna expressa as opiniões do colunista e não as do Best Cars