Se a versão do Giulia fosse produzida e viesse para o Brasil, seria insólita, mas não novidade com a marca
Automóvel luxuoso, refinado mecanicamente, retornando à tração traseira, com motor de base comum com os míticos Ferraris, o Alfa Romeo Giulia é identificado como sedã com desempenho liderado pelo motor V6 biturbo, 2,9 litros e 510 cv. Sedã esportivo para concorrer com versões temperadas como Mercedes-AMG C63, Audi S4 e BMW M3. Concederá ter, como exigência mundial, versão utilitária esporte, a SUV. Entretanto, picape, nunca.
Mas é o sugerido pelo designer húngaro identificado como X-Tomi, reconhecido como partidário destes veículos, por ter desenhado — ou cometido — propostas de picapes para Audi e Rolls-Royce. No caso não fez um projeto e ofereceu à marca, mas criou a proposta (ao lado) e espargiu em grupos sociais especializados, oferecendo traços gerais sobre as marcantes linhas.
Fosse australiano, seria fácil entender. Lá, picapes derivadas de plataformas de automóveis são chamadas ute e fizeram sucesso — recentemente a Ford retirou a sua de produção, no grande tremor ora atravessado por aquele mercado. A FCA, Fiat Chrysler Automobiles, controladora da marca Alfa Romeo, não se manifestou.
Já vi
Fosse produzida e viesse para o Brasil, seria insólita, mas não seria novidade com a marca. Já as tivemos. Início dos anos 70, Alfredo Migani, italiano, ágil e articulado revendedor carioca, encomendou ao mago petropolitano Renato Peixoto, o Peixotinho, conhecido por construir carros para corrida, picapes criadas a partir de sedãs FNM 2150, licença Alfa Romeo.
Missão interessante e corajosa: atender, onde estivessem, aos novos caminhões Fiat. Migani representava a recém-chegada Iveco e, para afastar o receio da falta de assistência mecânica em veículos em seu trabalho em local distante de socorro mecânico, usou as picapes FNM/Alfa em operação interessante: motorista do caminhão chamava a revenda e dizia onde estava o defeito — motor, câmbio, diferencial, direção?
A revenda despachava a refinada picape, e em sua caçamba, nada de peças avulsas, mas o grupo solicitado. Não tentaria consertar a caixa de marchas nas beiradas da Rodovia Transamazônica, levando uma transmissão nova para substituir a defeituosa. Coisas do tempo da coragem e do romantismo.
Roda a Roda
Multi – Louvado universalmente por sua versatilidade, Mercedes Unimog exibiu novas aplicações: versão ferroviária, capaz de tracionar até 1.000 toneladas (!) em trabalhos de reparos em estradas de ferro, e plataforma com grua. Imbatíveis em preço e operação em tais serviços brutos realizados por locomotivas.
Tecnologia – Nem cinco, nem seis, sete, oito ou nove marchas, como existem hoje, dependendo de produto, marca ou mercado. Honda melhorou tecnologia de duas embreagens e aumento do número de engrenagens no câmbio. Patenteou no Japão caixa com três conjuntos de embreagem e 11 marchas.
E? – Meta não é induzir velocidade. Com tantas combinações levando o movimento do motor às rodas, terá ganhos de aceleração e consumo, podendo reduzir tamanho e peso do motor, sem comprometer rendimento.
Quam multis? – Até quantas, indagariam pilotos de bigas na Roma antiga. Limite depende de custos ante caixas CVT de polias variáveis, e as automáticas. Para lembrar, Suzuki de motos obteve resultado fantástico na década de 70: 220 km/h com motor de baixíssima cilindrada. Segredo? Conjunto e caixa com 16 (!) marchas.
Refinamento – Ford lançou novo Lincoln, topo em luxo, refinamentos mecânicos e conteúdo, aplicando vigor à qualidade. Resultado, última pesquisa de satisfação do consumidor o tem líder, com 87 pontos em 100. Subiu cinco relativamente à série anterior frente a Honda, Toyota e BMW.
Chegando – Fiat em derradeiras providências para apresentar Uno 2017 em setembro. Como a Coluna decupou, dois motores novos, de 3 e 4 cilindros; 1,0 e 1,3 litro, ênfase no torque, maior conteúdo. Marca quer deslocá-lo da linha inferior do mercado, para urbano Mobi ocupar tal espaço.
Mais um – BMW iniciou dia 31 montagem nacional do modelo X4, misto de automóvel e utilitário esporte. Motor quatro-cilindros, 2,0 litros, 245 cv. Volume previsto para 2016 inverso ao preço: 45 unidades, R$ 299.950. Quinto produto da marca fábrica de Araquari, SC.
Na veia – Toyota aplicou-se, montou pista de 9.600 m² a interessados testar seus produtos. Levou à Expointer, em Esteio, RS, novas versões Flex de picape Hilux e SUV SW4, Corolla e Etios. Crê vender 100 unidades no evento.
Classinovidades – Harley-Davidson apresentou nos EUA novos motores. Mantém a arquitetura mecânica com dois cilindros em V a 45 graus e som; reduziu vibração primária em 75%; obteve melhores respostas; e as rotula como as HD mais confortáveis. Motores são os Milwakee-Eight 107 e 114. Eight indica sua oitava geração. H-D no Brasil não sabe quando virão.
Merchandising – Assumiu mídia corajosa: novela das 18h na Rede Globo. Colocou 7 motos na história, envolvendo oficinas H-D. Merchandising global é caro. Tanto, após duas décadas, Kia saiu da novela das 21h.
Objetivo – Para vender, vale tudo, incluindo adaptar o produto para mercados com outras exigências. Caso da MAN Latin America exportando 10 chassis de ônibus para Moçambique. Mudanças? Volante do lado direito, chassi e direção reforçados, maior capacidade de carga sobre os eixos para fazer diferença.
Avanço – Tratores, sempre vistos como máquinas brutas, surpreendem quando se informa terem grande aporte de tecnologia. Fabricante Valtra informa novas capacidades para seus modelos. Piloto automático evitando sair da trilha; monitoramento externo, enviando mensagem de texto a celular se o equipamento sair fora das especificações do trabalho; mapeamento da produtividade; capacidade de transmitir dados a dispositivo móvel de agrônomos ou chefes de colheita.
Mais – CNH, marca Fiat, exibiu ponto superior no Farm Progress Show, EUA: trator autônomo, para trabalhar sem operador. Base mecânica são modelos Magnum, da Case IH, e T8 New Holland, marcas do grupo, e operação se faz por telemática e GPS via computador ou tablet, permitindo operação ultra precisa. Sem operador design mudou, dispensando a cabine.
Pneus – Levorin, empresa familiar de pneus para motocicletas e bicicletas, com fábricas em Guarulhos, SP e Manaus, AM, adquirida pela Michelin. Forma de expansão e complementariedade de partes e sinergias em pneus para estes veículos, e rapidez de entrada no segmento de motos de alta performance. Negócio precisa aval do CADE.
Menos – Crise não é ruim para todos. Para quem capitalizado, hora de adquirir empresas menores, como no caso. A cada dia se reduzem as nacionais ligadas ao segmento de fornecedores no setor de transporte.
Igual – Heliar em 85º. aniversário coloca no mercado de reposição baterias idênticas às fornecidas às montadoras. Garante por 18 meses maior resistência à corrosão, forte corrente para arranque a frio. Tem cor preta, como nos 0Km.
Festa – Fábrica de pneus e câmaras de ar para bicicletas, motos, carroças, gaúcha Rinaldi comemora 47 anos com exportações ao Mercosul e Europa, abertura do mercado norte-americano. Na parede os Certificados de Gestão de Qualidade ISO 9001:2008 e de Destruição Térmica ao destinar todos os seus resíduos a cimenteira para geração de energia.
Negócio – Atraído pelos negócios com veículos o poderoso portal Amazon ingressa no setor pelo óbvio www.amazonvehicles.com. Quer entrar na área de anúncios para vendas de veículos e partes, novos e antigos.
A jato – Audi realiza operação no Estacionamento VIP do Aeroporto de Congonhas: faz revisões pós-venda – garantia e revisões previstas por quilometragem – durante viagem do cliente. Operação tocada pelo revendedor Eurobike, das 6 às 23h. A fim? Agendamento: 0800 077 7000.
Já vi – Final anos 90, Robson Romagnolli, vice diretor comercial da Audi, foi cooptado pela Fiat para empurrar as vendas dos automóveis Alfa Romeo. Uma das promoções para valorizar a propriedade da marca era estacionamento gracioso no mesmo aeroporto, e lavagem grátis. Outra, baixar em 30% os preços de peças e mão de obra para Alfas.
Justiça – Dono de Kombi Last Edition ganhou processo contra a Volkswagen. Alegou ter comprado o carro, anunciado em série final de 600 unidades, mas desvalorizada pelo aumento de produção a 1.200. Justiça reconheceu o prejuízo: condenou VW a devolver o valor recebido mais correções, recebendo a Kombi de volta.
Expectativa – Revenda Plaza Honda em Brasília projeta, entre nacionais e importados, 200 lançamentos no exercício, e seu diretor João Batista entende, investir na promoção pode aquecer o mercado. No tema Honda inova em test-drive para o novo Civic em 10ª. geração: óculos de realidade virtual permitem ângulo de 360 graus para perceber características do produto.
Gente – Antoine Gaston-Breton, francês, 40, promoção. Diretor de Marketing na Peugeot. Intimidade com a marca, onde está há 23 anos, e com a América do Sul: foi chefe de produto da Peugeot Argentina. Ocupa lugar deixado por Frederico Battaglia, promovido a Diretor Comercial. Peugeot desfruta curiosa situação no mercado: mantém-se, sem participar dos 24% de queda geral das vendas; os artífices de sua nova postura mercadológica já deixaram a empresa. / Carlos Zarlenga, 42, financista, promovido. Novo presidente da GM no Brasil, substituindo Santiago Chamorro. Zarlenga era presidente da GM Argentina, suprindo saída da brasileira Isela Costatini, desafiada pelo governo Macri a tentar salvar a Aerolineas Argentinas. Acumulava o cargo com a chefia geral de finanças para a América do Sul. Chamorro deixa a GM na liderança de vendas e tema para trabalho universitário: jornalista especializado atrapalha vendas. Ele fez enorme contração no relacionamento entre GM e profissionais do ramo.
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