Auto Livraria Best Cars
  • Catálogos
    • Alfa Romeo e FNM
    • BMW
    • Chevrolet / GM
    • DKW-Vemag
    • Chrysler, Dodge e Jeep
    • Ferrari
    • Fiat
    • Ford
    • Mercedes-Benz
    • Mitsubishi
    • Porsche
    • Scania
    • Simca
    • Toyota
    • Volkswagen
    • Volvo
    • Outras marcas
  • Livros
  • Manuais
  • Quadros
    • Alfa Romeo e FNM
    • Audi
    • BMW
    • Chevrolet
    • Chrysler, Dodge e Jeep
    • DKW-Vemag
    • Ferrari
    • Fiat
    • Ford
    • Honda (automóveis)
    • Honda (motos)
    • Land Rover
    • Mercedes-Benz
    • Mitsubishi
    • Porsche
    • Scania
    • Simca
    • Toyota
    • Volkswagen
    • Volvo
    • Willys-Overland
    • Yamaha
    • Outras marcas
    • Outras motos
    • Outros caminhões
  • Revistas
    • Auto Esporte
    • Motor 3
    • Oficina Mecânica
    • Quatro Rodas
    • Outras revistas nacionais
    • Revistas importadas
  • Avaliações
    • Avaliações
    • Comparativos
    • Guias de Compra
    • Os melhores nos testes
  • Passado
  • Arquivo
    • Colunas
    • Consultório Técnico
    • Curiosidades
    • Notícias
    • Supercarros
    • Técnica
    • Teste do Leitor – carros
    • Teste do Leitor – motos
  • Escreva-nos
No Result
View All Result
Auto Livraria Best Cars
No Result
View All Result
Home Informe-se Colunas Carro, Micro & Macro

Xi! Meu carro virou abóbora!

04/04/2017
in Carro, Micro & Macro

Carro Micro e Macro

Quer a indústria queira ou não, os acessórios banalizam-se — e isso afeta a percepção de valor pelo consumidor

 

Vinte anos atrás, eu trabalhava numa multinacional e recebemos um funcionário da matriz para gerente comercial. Um dia fomos, ele e eu, no Ford Mondeo novinho da empresa visitar um parceiro. Ao entrar no carro, ele comentou: “Vocês brasileiros são muito estranhos mesmo. Esse carro tem ar-condicionado, vidros elétricos e um monte de acessórios, mas o câmbio é manual. Em qualquer lugar do mundo ele viria antes dos vidros elétricos”.

Ele explicou que a transmissão é usada o tempo todo, enquanto os comandos de vidros, só de vez em quando. Pode-se dizer que é uma idiossincrasia de nosso povo, mas será que essa explicação satisfaz? Será que não existe algo a mais que molda o comportamento do consumidor?

A teoria econômica separa os consumidores em empresariais e finais, de acordo com a forma com que encaram um negócio: B2B (business to business) ou B2C (business to consumer). Pode-se fechar negócios com a mesma pessoa nos dois âmbitos. João pode ser o comprador de uma grande empresa, com verba para adquirir um automóvel para a frota, e procurará agir o mais racionalmente possível. O mesmo João pode estar interessado em comprar um carro para seu uso pessoal, caso em que seu comportamento será bem diferente perante a aquisição de um bem da mesma categoria.

 

Como comprador, João tentará maximizar o retorno sobre o investimento: desvalorização, consumo, garantia, etc. contra o que o veículo pode produzir

 

A indústria automobilística compreende com perfeição esse fenômeno. Suas versões e pacotes de opcionais são compostos a fim de obter a maior vantagem possível nos dois tipos de operação comercial. Como exemplos, rodas de maior diâmetro podem ser vinculadas a bancos de couro (é assim no Jeep Renegade Longitude), assim como a conveniente chave presencial pode estar restrita a uma versão com teto solar (caso do Ford Focus Titanium), mesmo que a utilidade de um item nada tenha em comum com a do outro.

Caixa automática: para o comprador racional, significa produtividade e não conforto
Caixa automática: para o comprador racional, significa produtividade e não conforto

Como comprador, João tentará maximizar o retorno sobre o investimento, como se diz, o ROI (return on investment). Ele fará contas, considerará a desvalorização, o consumo, a garantia, o custo das peças, o seguro e tudo o mais no que se chama de TCO (total cost of ownership, custo total de propriedade) e jogará contra o que aquele veículo é capaz de produzir.

Digamos que esse carro destine-se a um vendedor; consideremos que o departamento comercial o informe quanto vale uma visita a um cliente e quantos quilômetros ele precisa percorrer, em média, para fazer seu trabalho. Grosso modo, João tem todos os elementos para montar um projeto-padrão, colocar os dados carro a carro e obter o resultado econômico daquele investimento. O vendedor do fabricante tentará antecipar os cálculos e procurará mostrar que seu carro tem o menor TCO do mercado: não importa qual será a atividade, ele sempre será o melhor negócio possível.

Ele vai dizer que a transmissão automática pode evitar uma LER (lesão por esforço repetitivo), que o risco de acidentes será menor, que o motor durará mais e assim por diante — tudo para mostrar que seu uso será mais produtivo do que com caixa manual. Caberá a João verificar que os números que o vendedor apresenta são ou não reais para tomar suas decisões.

 


Auto Livraria

 

Percepções de valor

João consumidor é outra pessoa, por mais que sua experiência profissional possa impregnar suas decisões. Os benefícios que o carro trará não se podem transformar em números; então, por mais que ele faça cálculos de custo, não terá com o que comparar. Ele se vai comportar por percepções de valor. Quanto vale o ar-condicionado? Vale, além de não passar calor e não chegar suado, a pretensa integridade dele e de seus familiares porque poderá andar de vidro fechado.

Quanto vale para João consumidor a caixa automática? Vale a redução de barbeiragens dele ou de sua esposa, visto que não é possível deixar o motor morrer, por exemplo, o que se reflete em conforto e segurança. Quanto vale a câmera traseira de manobras? Se ele morar num prédio com vagas apertadas na garagem ou estacionar com frequência um grande sedã em locais de onde saírem carros pequenos, muito; caso contrário, quase nada. Esse questionário se alastra acessório a acessório até o fim da lista daquele modelo, mas nunca se refletindo em cifras.

 

Diz-se que o consumidor está satisfeito quando acha que obteve o esperado perante o valor pago; se ele sentir ter obtido mais, estará encantado

 

Isso explica o comportamento da indústria automobilística na febre dos opcionais dos anos 70 e 80. Naquele tempo quase tudo era considerado opcional e cobrado à parte, mesmo que ninguém conseguisse comprar o carro sem uma coisa e outra. Nos anos 90 e 2000, introduziu-se outra escala de conceitos: satisfazer e encantar.

Um detalhe como faróis automáticos pode encantar quando descoberto, mas o efeito dura pouco
Um detalhe como faróis automáticos pode encantar quando descoberto, mas o efeito dura pouco

Qual a diferença? Diz-se que o consumidor está satisfeito quando acha que obteve o esperado perante o valor pago. Se ele sentir ter obtido mais do que imaginava pelo valor, ele se sentirá encantado. É nisso que a indústria se baseia para montar os pacotes e versões, além de poder padronizar a linha de produção. A ideia é sempre deixar alguma coisinha lá, sem fazer parte da lista, para que o consumidor se surpreenda e se sinta encantado. Quando comprei meu carro atual, minha esposa só percebeu que ele tinha faróis automáticos porque a iluminação do painel ficou azul numa passagem de nível — então ela viu que os faróis estavam acesos. Ficou encantada. Mas, por quanto tempo?

Ocorre que essas estratégias de marketing são muito mais efetivas na prestação de serviços do que na venda de bens duráveis. Se você vai a um restaurante e lhe dão uma dose de licor depois da sobremesa como cortesia, fosse ficará encantado, mas somente da primeira vez. Da segunda, não importa quanto tempo tenha passado, se o garçom não vier com os copinhos na bandeja, você ficará decepcionado. Se você espera por algo, encantamento não há de ser.

Com o carro não há de ser diferente, visto que — não importando qual a renda — não se compram automóveis todos os dias. É até pior, porque o consumidor olha para ele o tempo todo e observa sua deterioração, ou mesmo a banalização daquilo que o encantou.

Um amigo mecânico possui um Chevrolet Vectra 1996 em perfeito estado. Roubaram-lhe o rádio. Quando ele comprou um novo, observou no manual que aceitava câmera de manobras. Mandou instalar uma por um décimo do que se cobraria numa concessionária. Agora, ele tem um carro de 20 anos com câmera de ré. Queiramos ou não, banalizou-se o dispositivo. O mesmo acontece com sensores de estacionamento e inúmeros outros. Não há como evitar — e a indústria tem plena consciência disso. O remédio mercadológico é diluir o valor dos acessórios em pacotes ou versões, tal que a percepção de valor permaneça correlacionada a um conjunto, não a um gadget, como está na moda dizer.

Assim, se a nossos olhos nossas carruagens vão se transformando em abóboras todos os dias, cabe à indústria transformar as abóboras do futuro em carruagens de hoje para que continuemos comprando.

Coluna anterior

Fotos: Fabrício Samahá

A coluna expressa as opiniões do colunista e não as do Best Cars

 

Tags: Carro Micro e Macrocolunasmercado

Related Posts

The End of Detroit: onde as Três Grandes americanas erraram
Livros multimarca

The End of Detroit: onde as Três Grandes americanas erraram

10/04/2022
O Nobel de Economia e a indústria de automóveis
Carro, Micro & Macro

Brasil sem fabricantes de automóveis, doce ilusão

28/05/2021
O Nobel de Economia e a indústria de automóveis
Carro, Micro & Macro

Indústria de automóveis e aporte de capital, uma luz no fim do túnel

14/05/2021
O Nobel de Economia e a indústria de automóveis
Carro, Micro & Macro

Álcool: da fazenda aos postos, a saga continua

30/04/2021
O Nobel de Economia e a indústria de automóveis
Carro, Micro & Macro

Fábricas ou montadoras: afinal, o que faz a indústria de automóveis?

16/04/2021

Novidades da Auto Livraria

Scania: livro com 80 anos de ônibus, também no Brasil
Auto Livraria - Scania

Scania: livro com 80 anos de ônibus, também no Brasil

A trajetória da empresa sueca em ônibus desde 1911, incluindo a produção no Brasil - R$ 149

04/07/2025
Ford Galaxie e Landau: espaço e maciez nunca superados
Auto Livraria

Ford Galaxie e Landau: espaço e maciez nunca superados

Que carro nacional representou o máximo em conforto em todos os tempos? Conheça a história no vídeo

04/07/2025

Quadros decorativos

VW Kombi: quadros da “corujinha” aos modelos recentes
Auto Livraria - Volkswagen

VW Kombi: quadros da “corujinha” aos modelos recentes

Quadros decorativos das décadas de 1960 a 2000 com matérias e propagandas - a partir de R$ 59

03/07/2025
Caminhões e picapes Chevrolet: 3100, C-60 e outros em quadros
Auto Livraria - Chevrolet

Caminhões e picapes Chevrolet: 3100, C-60 e outros em quadros

Quadros decorativos com propagandas originais de utilitários e caminhões antigos - a partir de R$ 59

01/07/2025

Destaques em revistas

Quatro Rodas de 1975 a 1979: Opala, Landau, Dodge, 147 e mais
Revista Quatro Rodas

Quatro Rodas de 1975 a 1979: Opala, Landau, Dodge, 147 e mais

Grandes carros e motos em testes, corridas e edições especiais dos anos 1970 - a partir de R$ 19

01/07/2025
Quatro Rodas de 1970 a 1974: “Bizorrão”, SP2, Opala, Charger e mais
Revista Quatro Rodas

Quatro Rodas de 1970 a 1974: “Bizorrão”, SP2, Opala, Charger e mais

Revistas Quatro Rodas com testes, turismo, corridas e carros marcantes dos anos 70 - a partir de R$ 19

26/06/2025
  • Canal no Whatsapp
  • Instagram
  • Política de privacidade
No Result
View All Result
  • Catálogos
    • Alfa Romeo e FNM
    • BMW
    • Chevrolet / GM
    • DKW-Vemag
    • Chrysler, Dodge e Jeep
    • Ferrari
    • Fiat
    • Ford
    • Mercedes-Benz
    • Mitsubishi
    • Porsche
    • Scania
    • Simca
    • Toyota
    • Volkswagen
    • Volvo
    • Outras marcas
  • Livros
  • Manuais
  • Quadros
    • Alfa Romeo e FNM
    • Audi
    • BMW
    • Chevrolet
    • Chrysler, Dodge e Jeep
    • DKW-Vemag
    • Ferrari
    • Fiat
    • Ford
    • Honda (automóveis)
    • Honda (motos)
    • Land Rover
    • Mercedes-Benz
    • Mitsubishi
    • Porsche
    • Scania
    • Simca
    • Toyota
    • Volkswagen
    • Volvo
    • Willys-Overland
    • Yamaha
    • Outras marcas
    • Outras motos
    • Outros caminhões
  • Revistas
    • Auto Esporte
    • Motor 3
    • Oficina Mecânica
    • Quatro Rodas
    • Outras revistas nacionais
    • Revistas importadas
  • Avaliações
    • Avaliações
    • Comparativos
    • Guias de Compra
    • Os melhores nos testes
  • Passado
  • Arquivo
    • Colunas
    • Consultório Técnico
    • Curiosidades
    • Notícias
    • Supercarros
    • Técnica
    • Teste do Leitor – carros
    • Teste do Leitor – motos
  • Escreva-nos

Consentimento de cookies

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade. Clique em Aceitar para concordar com as condições ou Negar para não aceitar.

Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Gerenciar opções Gerenciar serviços Manage {vendor_count} vendors Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
{title} {title} {title}
Compre pelo Whatsapp