Chrysler PT Cruiser, opção de hatch para sair do trivial

 
Câmbio automático, alto peso e aerodinâmica antiquada não ajudavam o PT Cruiser
em desempenho, mas o motor de 2,4 litros melhorou bastante em baixa rotação 

 

Cassio Luiz Wollmann Meyer, de Lages, SC, dono de um PT Cruiser Classic 2,4 2008, relata: “Desde seu lançamento já era um sonho de consumo e, agora que consegui ter um, estou com todas as minhas expectativas correspondidas. É um carro fantástico. Acabamento, parte mecânica, conforto… Enfim, em quase todos os quesitos apresenta um nível bastante superior ao que estamos acostumados nos carros nacionais. A única ressalva é realmente o consumo”.

Quem também elogia é Henrique Farina, de São Paulo, SP: “Não sabia o quanto era bom até dirigir um. Itens como câmbio automático com opção de manual, bancos elétricos, desembaçador do espelho retrovisor, airbags laterais, piloto automático e todo o conforto que só um Chrysler pode oferecer. O visual? Nem precisa falar… O carro é a estrela, aonde chegar. Apaga o brilho de máquinas bem superiores”. Ele tem um Classic 2,4 2007.

O PT Cruiser também tem seus problemas, e os principais relatados por seus proprietários se referem a consumo, ruídos internos, desempenho, alta desvalorização e a calibração da suspensão. O já citado André Stinglin aponta: “O acabamento, apesar de bem superior para a faixa de preço do veículo, possui alguns ‘grilos’. A suspensão passa um pouco de insegurança nas curvas de alta, mas é só impressão. Já tinha lido que o consumo era alto, e é mesmo (6,5 km/l de média na cidade, sem usar o ar-condicionado). Na estrada faz 10 km/l, o que para mim é razoável”.

 

 
Com capota de lona e duas portas, a versão conversível era ainda mais charmosa;
foi vendida aqui só entre 2006 e 2007, seguindo as especificações do Limited 

 

Quanto à desvalorização, Marcello Branchini, de São Paulo, SP, comenta: “É um carro para mulher, pela delicadeza com que precisa ser tratado. Não é ‘pau pra toda obra’. Além disso, a Chrysler deveria ser processada por crime contra a economia popular, pois não há o que justifique venderem em 2006 um carro por R$ 87.000 e dois anos depois o carro custar R$ 56.000, zero-quilômetro. Em dezembro de 2009 meu carro valia R$ 37.000, uma depreciação de 60%. O carro vem com bancos de tecido e você só pode pôr o couro na concessionária, para não perder a garantia das bolsas infláveis: R$ 4.000. A Chrysler não é uma empresa séria e confiável”, desabafa. Ele tem um Classic 2,4 2006.

 

“O visual? O carro é a estrela, aonde chegar. Apaga o brilho de máquinas bem superiores”, destaca um dos proprietários

 

Daniel Rugieri, de Brasília, DF, tem um PT Cruiser Limited 2,4 2008 e engrossa o coro dos proprietários insatisfeitos com o consumo: “Não é um carro para se usar no trânsito pesado, pois você vai gastar bastante com gasolina e manutenção. Em viagens o consumo gira entre 9 e 12 km/l. Se pensa em revenda rápida, opte por um usado, pois a desvalorização é menor”.

Entre os defeitos apresentados, destacam-se ruídos mecânicos (em geral provenientes dos terminais de direção, que se desgastam de forma prematura), erros do computador de bordo (anuncia necessidade de manutenções que não são encontradas depois pelo analisador), desgaste excessivo dos pneus, ruídos de vento nas portas e vidros das portas dianteiras que podem sair dos trilhos. Apesar disso, a maior parte dos proprietários participantes do Teste do Leitor relata nunca ter sofrido problemas, o que pode explicar em parte o alto índice de satisfação do PT Cruiser entre eles.

 

A série limitada Decade, de 2010, comemorava seus 10 anos e anunciava o
fim do modelo; tinha rodas exclusivas e um certificado de autenticidade

 

Dos 16 donos, 87,5% declaram-se muito satisfeitos com o carro, resultado dos melhores entre os hatches médios: perde apenas para o Hyundai I30 (90,9%), empata com o Nissan Tiida (87,5%) e supera Citroën C4 (86,%), Ford Focus (76,6%, incluindo sedã), Fiat Bravo (67,5%) e Chevrolet Vectra (62,8%). É também alto o percentual de donos muito satisfeitos com a rede de concessionárias Chrysler (56,3%), melhor que os de Ford e GM (50%), Fiat (40%), Citroën (32,5%) e Hyundai (31,8%), perdendo só para o da Nissan (58%). Vale notar que os índices foram computados para cada Guia de Compra, desde 2011, e podem não refletir a situação atual.

 

 

Se você se interessou por um PT Cruiser, vale a indicação das versões do modelo 2006 em diante, pois são equipadas com o mais adequado motor 2,4 e, no caso da versão Limited, teto solar. Apesar da baixa incidência de defeitos, tenha em mente que se trata de um carro importado, com custos de manutenção e de seguro elevados (observe nas tabelas abaixo). Mas se sua intenção for sair da “mesmice”, sem se importar muito com esses fatores, o simpático Chrysler inspirado no passado pode ser a opção certa.

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