Não só de Corolla e Civic vivem os sedãs médios: conheça os destaques e falhas de outra opção dos japoneses
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação
Quando se pensa em sedã médio no Brasil, o Toyota Corolla e o Honda Civic costumam ser os primeiros a vir à mente. Mas há boas alternativas no mercado, tanto de novos quanto de usados, como o Nissan Sentra.
A atual geração do Sentra, a sétima desde 1982, foi lançada para 2014 com um estilo mais refinado e aumento importante no espaço de bagagem, agora de 503 litros. O motor flexível de 2,0 litros e 16 válvulas com 140 cv era o mesmo do anterior, mas ganhava partida a frio com preaquecimento do álcool, que dispensava o tanque auxiliar. Havia escolha entre transmissão manual de seis marchas, apenas na versão S, e automática de variação contínua (CVT), de série nos acabamentos SV e SL.
Entre os equipamentos de série do Sentra S estavam alarme, ar-condicionado, banco traseiro bipartido, bolsas infláveis frontais, chave presencial para acesso e partida, faróis de neblina, fixação para cadeira infantil Isofix, freios antitravamento (ABS), rodas de alumínio de 16 pol, sistema de áudio com Bluetooth e volante com regulagem de altura e distância. O SV adicionava ar-condicionado automático de duas zonas, caixa CVT e controlador de velocidade, enquanto o SL vinha ainda com bancos de couro, bolsas infláveis laterais e de cortina, câmera traseira de manobras, faróis automáticos, navegador, retrovisor interno fotocrômico, rodas de 17 pol, sensores de estacionamento e teto solar com controle elétrico.
Na linha 2015 o SV trocava o tecido pelo couro nos bancos. Controle eletrônico de estabilidade e tração era novidade do Sentra 2016. O item equipava as versões SV, SL e a nova Unique, que vinha também com interior em tons bege e cinza. Outra mudança era o sistema Connect, apenas para SL e Unique, que permitia receber informações de redes sociais e passá-las ao navegador, como um endereço de evento.
O Sentra atual chegou para 2014 em três versões, das quais a SL (fotos) era a mais luxuosa; todas usavam motor de 2,0 litros com 140 cv
Para 2017 o sedã da Nissan recebia uma remodelação frontal que o deixava mais jovial e esportivo. Mudavam também as lanternas traseiras, agora com leds; o volante, o mostrador digital dos instrumentos e o sistema de áudio. Não havia mais o Unique. Novos conteúdos de segurança na versão SL eram alertas de veículo em ponto cego nas faixas laterais, de risco de colisão frontal e de tráfego cruzado atrás do carro. A mesma versão recebia banco do motorista com ajustes elétricos, quadro de instrumentos com tela de TFT e sistema de áudio Bose com alto-falantes de subgraves.
Na opinião dos proprietários, o espaço interno é o item mais elogiado do Sentra, seguido pelo conforto, a caixa CVT e o consumo de combustível
No Sentra S, a caixa CVT de série deixava no passado a opção manual. Novos itens para essa versão eram controle de estabilidade, faróis automáticos, retrovisor fotocrômico e sensores de estacionamento. O SV recebia navegador, sistema Connect e rodas de 17 pol. O teto solar, que vinha sendo opcional no SL, voltava a equipá-lo de série.
O que pensam os donos
Na opinião dos proprietários que participaram do Teste do Leitor, o espaço interno (citado por 71% deles) é o item mais elogiado do Sentra, seguido pelo conforto (57%). A caixa CVT e o consumo de combustível, em geral em rodovia, aparecem em terceiro lugar (33%). Na sequência vêm menções a estabilidade, estilo, nível de ruído e relação custo-benefício (cada um com 29%).
Controle de estabilidade e a versão Unique, com interior em bege e cinza, eram novidades para 2016; a caixa automática CVT só não vinha no S
“Estilo moderno, ótimo nível de equipamentos de fábrica. Melhor custo-benefício de sua categoria. Excelente espaço interno, tanto na frente como atrás. Surpreendeu-me o consumo na estrada com gasolina. Carro para os que apreciam conforto, segurança e equipamentos, inclusive teto solar”, destaca o leitor Cirilo Padovan, de São Paulo, SP, dono de Sentra SL 2015.
Um detalhe, a falta de iluminação nos controles elétricos de vidros, é de longe o ponto negativo mais apontado (48%). Depois vêm o consumo, quase sempre na cidade (33%), e os faróis insatisfatórios (29%). Citações a baixa autonomia, suspensão ruidosa e facilidade de raspar a frente em obstáculos aparecem empatadas em seguida (19%), à frente da falta de controle de estabilidade (14%), já corrigida pela Nissan.
“Suspensão barulhenta. Descanso de braço central muito recuado. Falta de iluminação nos botões de acionamento dos vidros elétricos. Marcador de combustível impreciso. Farol pouco eficiente. Os pneus Bridgestone de 16 pol transmitem muito ruído”, descreve Artur Martins, do Rio de Janeiro, RJ, que tem um Sentra SV 2014.
Frente, lanternas traseiras e volante mudavam no Sentra 2017; o painel tinha mostrador colorido e havia novas assistências ao motorista
Entre os defeitos mais frequentes, os amortecedores e ruídos na suspensão surgem com destaque (24% dos donos). Menos comuns são ruídos internos (14%) e problemas nos freios (10%). Fabiano S. Brito, de São Paulo, SP, dono de Sentra SL 2015, relatou: “A ventoinha quebrou. Estou sem carro há mais de 30 dias sem a peça. Escutei que é um problema recorrente a troca dos amortecedores dianteiros, que fiz com 10 mil km, e agora dos traseiros com 50 mil, não mais coberta pela garantia”.
Como opinião geral, 62% dos proprietários de Sentra disseram-se muito satisfeitos na pesquisa, um resultado abaixo da média da categoria. Em relação à rede de concessionárias da Nissan, esse índice foi de 48% (confira a tabela abaixo).
Mais Guias de Compra
Satisfação com o carro
Muito satisfeitos | 62% |
Parcialmente satisfeitos | 29% |
Insatisfeitos | 9% |
Pesquisa com 21 donos |
Satisfação com a rede de concessionárias
Muito satisfeitos | 48% |
Parcialmente satisfeitos | 33% |
Insatisfeitos | 14% |
Não usam | 5% |
Pesquisa com 21 donos |
Ficha técnica
Motor | |
Posição | transversal |
Cilindros | 4 em linha |
Comando de válvulas | duplo no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 4, variação de tempo |
Diâmetro e curso | 84 x 90,1 mm |
Cilindrada | 1.997 cm³ |
Taxa de compressão | 9,7:1 |
Alimentação | injeção multiponto sequencial |
Potência máxima | 140 cv a 5.100 rpm |
Torque máximo | 20 m.kgf a 4.800 rpm |
Transmissão | |
Tipo de caixa e marchas | variação contínua |
Tração | dianteira |
Freios | |
Dianteiros | a disco ventilado |
Traseiros | a disco |
Antitravamento (ABS) | sim |
Direção | |
Sistema | pinhão e cremalheira |
Assistência | elétrica |
Suspensão | |
Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal |
Traseira | eixo de torção, mola helicoidal |
Rodas | |
Dimensões | 17 pol |
Pneus | 205/50 R 17 |
Dimensões | |
Comprimento | 4,625 m |
Largura | 1,761 m |
Altura | 1,500 m |
Entre-eixos | 2,700 m |
Capacidades e peso | |
Tanque de combustível | 52 l |
Compartimento de bagagem | 503 l |
Peso em ordem de marcha | 1.337 kg |
Desempenho e consumo | |
Velocidade máxima | 186 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 10,1 s |
Consumo em cidade | 10,2/6,9 km/l |
Consumo em rodovia | 12,9/9,1 km/l |
Dados do fabricante para versão SL 2017; consumo pelos padrões do Inmetro/Conpet |