Ao começar o ano em que a Classe S completa 70 anos (de acordo com o modelo que se considerar o primeiro da série), a Mercedes-Benz relembra as principais inovações em técnica, conforto e segurança que seu sedã de topo introduziu ao mercado em 11 gerações durante sete décadas.
Classe S W187 (1951 a 1954)
Além do motor de seis cilindros com comando de válvulas no cabeçote, incomum na época, o primeiro Classe S adotava fechadura de portas com pino cônico, mais seguro que o sistema convencional contra a abertura acidental em colisão.
Classe S W105, W180 e W128 (1954 a 1959)
Apelidado de Ponton pelos para-lamas, o primeiro Mercedes com estrutura monobloco usava tambores de freio com aletas, para melhor dissipação de calor, e injeção de combustível de 1958 em diante.
Classe S W111 e W 112 (1959 a 1965)
Como avanços em segurança, o terceiro Classe S (conhecido como Fintail em alusão às “barbatanas” nos para-lamas traseiros) vinha com volante e superfícies internas previstos para evitar ferimentos em acidentes, célula de segurança com zonas de deformação na frente e na traseira (pela primeira vez em um carro de produção) e, de 1961 em diante, suspensão a ar.
Classe S W108 e W109 (1965 a 1972)
Toda a linha desse sedã tinha uma mola hidropneumática na suspensão traseira, para compensar a carga transportada e manter a altura de rodagem. O topo de linha 300 SEL 6.3, com motor V8 de 250 cv, oferecia o maior desempenho de sua categoria: máxima de 220 km/h.
Classe S W116 (1972 a 1980)
Primeiro Mercedes com a denominação oficial Classe S, o modelo dos anos 70 trouxe suspensão dianteira com efeito antimergulho em frenagens, tanque de combustível sobre o eixo traseiro (mais protegido em colisões), controlador de velocidade (em 1975), freios ABS e o primeiro motor turbodiesel em automóvel de série (ambos em 1978). A caixa automática de quatro marchas também era incomum na época. No 450 SEL 6.9, o motor V8 de 286 cv permitia 225 km/h.
Classe S W126 (1979 a 1991)
Além de importante redução de peso e ótima aerodinâmica para seu tempo (Cx 0,36), o modelo apresentava bolsa inflável para o motorista (em 1981) e o passageiro (1988), cintos com pretensionadores, controle de tração (1985), ajuste elétrico do volante e alerta para uso dos cintos.
Classe S W140 (1991 a 1998)
Enorme e com motor de 12 cilindros pela primeira vez na marca, esse Mercedes exagerava em confortos: fechamento motorizado de portas e tampa do porta-malas, vidros duplos nas janelas laterais para isolamento de ruídos, bancos com ajuste elétrico para moldar os apoios laterais. Teve ainda central elétrica integrada (multiplex), controle de estabilidade, navegador e sensores de estacionamento (em 1995), bolsas infláveis laterais, assistente adicional em frenagem de emergência, faróis de xenônio e controle de funções por voz (todos em 1996).
Classe S W220 (1998 a 2005)
Preparado para o novo século, esse Classe S vinha com melhor aerodinâmica (Cx 0,27), controlador de distância ao tráfego da frente, cortinas infláveis, chave presencial para acesso, bancos com ventilação e apoios que variavam de posição para reduzir o cansaço, fibra ótica em parte do sistema elétrico, desativação de cilindros e o sistema Pre-Safe, que preparava o carro para a iminência de uma colisão. Foi também o primeiro da linhagem a oferecer versões de alto desempenho AMG (S55 e S65) e tração integral.
Classe S W221 (2005 a 2013)
Avanços dessa geração incluíam controlador de distância com frenagem automática e assistentes de visão noturna e de manutenção na faixa. O S400 Hybrid de 2009 foi o primeiro da série com mecânica híbrida.
Classe S W222 (2013 a 2020)
Pela primeira vez o grande Mercedes usava alumínio em grande parte da carroceria, não tinha qualquer lâmpada (substituídas por quase 500 leds) e analisava a estrada adiante por meio de uma câmera, de modo a ajustar a suspensão antes mesmo de chegar a um buraco ou irregularidade.
Classe S W223 (2020 em diante)
Herdeiro de toda essa tradição de tecnologia, o novo Classe S traz mais telas do que nunca (uma delas com efeito tridimensional, que dispensa óculos 3D), rodas traseiras esterçantes e as primeiras bolsas infláveis frontais do mundo no banco traseiro. Em caso de colisão lateral iminente, a carroceria se ergue para maior proteção. Mais tarde o sistema Drive Pilot permitirá condução semiautônoma em rodovias previstas.
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação