A novela sobre a obrigatoriedade de freios antitravamento (ABS) e bolsas infláveis frontais em todos os veículos fabricados a partir de 1º. de janeiro ganha mais um capítulo. O governo federal anunciou hoje (17) que a medida planejada desde 2009 será mantida, ou seja, não será possível licenciar um veículo fabricado em 2014 sem tais equipamentos, nem licenciar um produzido em 2013 após 31 de março, o prazo concedido para venda de modelos anteriores.
No entanto, de acordo com o ministro da Fazenda Guido Mantega, uma exceção à Volkswagen Kombi ainda está sendo estudada e será definida até o dia 23. O pedido foi feito pelo sindicato de metalúrgicos do ABC, região que inclui a fábrica de São Bernardo do Campo, SP, sob alegação de que a VW não teria recolocação para os 4.000 funcionários envolvidos em sua produção. O ministro garante não ter havido protestos de outros fabricantes sobre essa possível exceção, alegando que a Kombi “não tem concorrência; não é caminhonete, não é automóvel; não é veículo”. Não é veículo, ministro?!
A intenção do governo Dilma, na semana passada, era de estabelecer de última hora um menor percentual (como 80%) de veículos obrigados a ter os sistemas de segurança, com o objetivo de permitir a continuidade de modelos como a Kombi e a Fiat Mille. Não resta dúvida de que a oposição de órgãos de imprensa e de consumidores influiu para que a intenção fosse, ao menos em parte, revertida. Em sua notícia do dia 12 o Best Cars chegou a incentivar os leitores a assinar uma petição a esse respeito.
Texto: Fabrício Samahá – Foto: divulgação