O acabamento do STS combinava-se em 1993 ao motor Northstar V8 de 4,6 litros
com 295 cv, além de controle de tração e suspensão com ajuste eletrônico
A linha 1996 vinha com novo desenho no painel, e o ano-modelo seguinte, com o controle eletrônico de estabilidade Stabilitrack e limpador de para-brisa automático. Foi também quando o STS ganhou uma evolução de sua suspensão, com variação contínua de amortecimento conforme as condições da estrada e o modo de dirigir, e surgiu o sistema OnStar.
Por meio de uma conexão de telefonia celular, o motorista de um Seville ou outro Cadillac podia contar com auxílio de uma central 24-horas para navegação, localização de pontos de interesse (como hotéis e postos de combustível), desbloqueio do carro caso o trancasse com a chave dentro e rastreamento em caso de roubo ou furto. Ainda, um sistema automático enviava mensagem de alerta à central no evento de disparo de uma bolsa inflável; caso o usuário não respondesse ao contato, uma equipe de socorro era encaminhada. O OnStar tornou-se disponível nos anos seguintes para outros produtos da GM.
A revista Motor Trend avaliava bem o SLS diante do Lexus LS 400 e do Mercedes-Benz E 420, todos com motores V8 de 4,0 litros ou mais, em 1995. “A Cadillac oferece um dos mais rápidos e tecnicamente avançados sedãs de luxo já feitos nos EUA. Com o maior torque em um carro de produção de tração dianteira, combinado à excelente caixa de quatro marchas, o motor permite aceleração que humilharia quase todos os ‘carros musculosos’ dos anos 60: de 0 a 96 km/h em 7,3 segundos e quarto de milha [0 a 402 metros] em 15,4 s. As primeiras manutenções no motor não vêm antes de 160.000 km e ele cruza as autoestradas com o silêncio de uma biblioteca. Isso é um grande trem de força, ou o quê?”, provocava.
Comparativos mostraram que o Seville dos anos 90 era competitivo em conforto
e desempenho a carros europeus renomados, com vantagem em preço
Ao fim da comparação, o veredito mostrou que a Cadillac estava em bom momento: “O SLS é um hot rod de rodar agradável e revestido com couro e madeira. Que um carro feito nos EUA possa se equivaler a dois líderes mundiais em luxo é uma conquista por si mesma. Considere os preços (o SLS custa cerca de 20% a menos que os outros), e o mote ‘A referência do mundo’ da marca volta a fazer sentido. O Cadillac SLS tem uma relação custo-benefício excelente na arena dos sedãs de luxo”.
Os objetivos da Cadillac estavam claros em medidas como as pesquisas prévias de público em três continentes, a apresentação no Salão de Frankfurt e os cinco idiomas do sistema de informações do painel
Dos EUA para o mundo
Com a saída de produção do enorme Fleetwood em 1996, o “compacto” Seville era enfim promovido a intermediário, abaixo apenas do DeVille. A última geração surgiu para 1998 com uma evolução discreta do estilo anterior, melhor aerodinâmica (Cx 0,30 contra 0,34 do antigo) e estrutura mais rígida e segura. A plataforma guardava muito em comum aos Buicks Riviera e Park Avenue e ao Oldsmobile Aurora e tinha maior distância entre eixos, mas com redução de 8 cm no comprimento total.
No interior, o banco do motorista trazia sensores em 10 pontos e um dispositivo que variava a pressão sobre o corpo, de tempos em tempos, para evitar o cansaço em longos trajetos. Os adeptos de música em alto e bom som podiam ter um sistema Bose com potência de 425 watts, subwoofer de 12 pol e toca-CDs multidisco no console. Seu Northstar de 32 válvulas chegava a 275 cv (SLS) e 300 cv (STS). A suspensão traseira adotava o conceito multibraço e, como a dianteira, usava braços de alumínio, mantendo o ajuste eletrônico de amortecimento. Bolsas infláveis laterais nos bancos dianteiros e os primeiros cintos com pretensionadores em um carro norte-americano ampliavam a segurança passiva.
Se o desenho do modelo 1998 lembrava bastante o do anterior, havia avanços técnicos,
como a suspensão traseira multibraço, e em conforto, caso da massagem no banco
Os objetivos da Cadillac de ganhar o mundo, com exportação do modelo prevista para 40 países, estavam claros em medidas como as pesquisas prévias de público com 4.000 potenciais clientes em três continentes, o local de sua apresentação — o Salão de Frankfurt, na Alemanha —, a produção em volume expressivo de versões com volante do lado direito, a prioridade ao mercado japonês nas primeiras entregas, os cinco idiomas do sistema de informações do painel e a versão com para-choques menos salientes para que, com cerca de 12 cm a menos de comprimento, coubesse dentro do padrão máximo de cinco metros das vagas de estacionamento europeias.
As novidades impressionaram a Motor Trend, que escreveu: “O Seville é facilmente o carro de tecnologia mais avançada já produzido pela GM — talvez pelos EUA — e pode, com segurança, ser chamado de melhor sedã esportivo de luxo da América. Ficamos surpresos com seus níveis de desempenho, controle, luxo e conveniência que, sim, são dignos de intenções de classe mundial. A concorrência é árdua, incluindo Mercedes Classe E, BMW Série 5, Lexus LS 400 e o novo GS, Infiniti Q45 e Acura RL. Com um preço abaixo dos competidores e sem muitos dos antigos compromissos, o Seville pode significar o melhor negócio na terra do luxo”.
A linha 2000 trazia sensores de estacionamento na traseira; dois anos mais tarde vinha o navegador por satélite com dados armazenados em DVD e comandos por voz e, em 2003, comando elétrico para ajustar o volante em altura e distância. No ano seguinte o STS deixava a linha, abrindo caminho para a chegada do sucessor.
A última geração desse Cadillac foi definida para competir com os europeus
lá mesmo, no Velho Mundo; o modelo 2003 foi o último para a versão STS
O nome Seville passava à história em abril de 2004, quando a Cadillac apresentava o novo STS. O grande sedã de tração traseira — com opção por integral — adotava a plataforma Sigma do CTS, mas com maiores dimensões, e seu padrão de estilo com faróis e lanternas verticais e formas angulosas. Estava disponível com motor V6 de 3,6 litros e 255 cv e com um V8 de 4,6 litros e 320 cv, sempre com câmbio automático de cinco marchas.
O primeiro compacto ao estilo Cadillac se manteve o mais prestigiado carro da linha, desde seu lançamento, e saiu de cena ainda em grande forma. O Seville mostrou que as menores caixas podem mesmo conter os melhores presentes.
Ficha técnica
Seville (1979) | Seville (1983) | Seville STS (2000) | |
MOTOR | |||
Posição e cilindros | longitudinal, 8 em V | transversal, 8 em V | |
Comando e válvulas por cilindro | no bloco, 2 | duplo no cabeçote, 4 | |
Diâmetro e curso | 103 x 85,8 mm | 88 x 84 mm | 93 x 84 mm |
Cilindrada | 5.736 cm³ | 4.097 cm³ | 4.565 cm³ |
Taxa de compressão | 8:1 | 8,5:1 | 10:1 |
Potência máxima | 170 cv a 4.200 rpm | 135 cv a 4.400 rpm | 305 cv a 6.000 rpm |
Torque máximo | 37,2 m.kgf a 2.000 rpm | 26,3 m.kgf a 2.400 rpm | 40,8 m.kgf a 4.400 rpm |
Alimentação | injeção | injeção multiponto | |
TRANSMISSÃO | |||
Tipo de câmbio e marchas | automático, 3 | automático, 4 | |
Tração | traseira | dianteira | |
FREIOS | |||
Dianteiros | a disco | a disco ventilado | |
Traseiros | a disco | ||
Antitravamento (ABS) | não | sim | |
SUSPENSÃO | |||
Dianteira | independente, braços sobrepostos | independente, McPherson | |
Traseira | eixo rígido | ind., braço arrastado | ind., multibraço |
RODAS | |||
Pneus | GR78-15 | 205/75 R 15 | 235/60 R 16 |
DIMENSÕES | |||
Comprimento | 5,18 m | 5,20 m | 4,995 m |
Entre-eixos | 2,90 m | 2,89 m | 2,85 m |
Peso | 1.925 kg | 1.730 kg | 1.815 kg |
DESEMPENHO | |||
Velocidade máxima | 185 km/h | 165 km/h | 241 km/h |
Aceleração de 0 a 96 km/h | ND | 6,7 s | |
Dados do fabricante; ND = não disponível |