O motor continuava à mostra no F430 Spider, que mantinha a mecânica
do modelo fechado e acelerava de 0 a 100 em apenas 0,1 s a mais
De acordo com a Motor Trend, o Spider ainda entusiasmava: “Brilhante também é o câmbio F1, com trocas rápidas e suaves — não surpreende que 80% dos compradores estejam abrindo mão do manual em seu favor. A suspensão é mágica, com um rodar firme, mas confortável. Mova rápido o volante em uma curva e a frente obedece de modo quase telepático, sem exigir musculatura. Em modo Sport o diferencial bloqueia mais agressivamente, produzindo subesterço. Altere para Race e o comportamento muda, dando mais meios para você se perder. Ainda assim, em vias públicas o Ferrari tem aderência demais para fazer a traseira sair”.
Pelo manettino no volante o motorista
ajustava os sistemas do F430 entre modos
Ice, Low Grip, Sport, Race e CST Off
A inglesa Evo comparou o Spider ao Lamborghini Gallardo Spyder: “É uma lâmina precisa, o F430. Seu equilíbrio de chassi permanece empolgante, explorável e ajustável em minutos. Em momentos que tiravam o fôlego o Ferrari estava sempre comigo, fechando a curva sem reclamar, com um mínimo subesterço como único sinal de meu mau julgamento. Para um carro de motor central tão ágil, é impressionante o quanto ele perdoa”. Embora decidir entre eles fosse “quase impossível”, a revista concluiu a favor do Gallardo por pequena margem.
Mais leve em 200 kg, mais potente e mais rápido nas trocas de marcha,
o F430 Scuderia vinha ainda com bancos especiais e outras rodas
Uma evolução do F430 aparecia em 2007: o Scuderia, nome pelo qual é conhecida a equipe de Fórmula 1 da Ferrari. Era uma variação com prioridade ao desempenho, mesmo que em detrimento do conforto — e capaz de encarar uma pista sem grandes alterações. Componentes mais leves e redução de acabamentos permitiram baixar o peso em 200 kg, para 1.250 kg, enquanto o motor V8 passava para 510 cv. O câmbio F1 Superfast mudava de marcha em 60 milésimos de segundo e, pela primeira vez, o diferencial E-Diff era associado ao controle de tração e estabilidade F1-Trac. De resto, novas rodas, defletores e faixas longitudinais, além dos bancos mais esportivos.
O Scuderia foi comparado pela Road & Track à versão básica: “Enquanto o F430 é um supercarro altamente civilizado que pode ser levado a extremos, o Scuderia já está no limite, apto a dar voltas na pista de Fiorano tão rápido quanto um Enzo. Mesmo assim, ele tem uma segunda natureza que não o impede de ser dirigido como seu gêmeo não tão diabólico”.
O conversível recebia o pacote Scuderia na edição especial Scuderia Spider 16M, que comemorava o 16°. título de Construtores da Ferrari na Fórmula 1. Lançada em 2008, tinha apenas 499 unidades com o número de série numa plaqueta no painel, o motor de 510 cv, controle de tração com E-Diff e peso reduzido a 1.440 kg (menos 80 kg). Os arcos de proteção atrás dos bancos tinham acabamento em fibra de carbono e o sistema de áudio era associado a um Ipod Touch Ferrari de 16 GB. A empresa anunciava máxima de 315 km/h e 0-100 em 3,7 segundos.
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Os especiais
Quem não considera suficiente o desempenho de um Ferrari também tem a quem recorrer, como se viu muitas vezes com os modelos V8.
A Emblem Sport Cars, concessionária do piloto Nigel Mansell em Dorset, Inglaterra, preparou um 308 GTS com motor V12. O proprietário do modelo azul de 1985 pediu a unidade de 4,0 litros do modelo 400, o que levou o GTS a mais de 320 km/h. Em regra a Ferrari não vende motores para esse fim, mas se acredita que Mansell, piloto da escuderia em 1989 e 1990, tenha obtido certos privilégios. A empresa fez também versões preparadas do GTB e do GTS Quattrovalvole e pacotes aerodinâmicos. A Zender alemã oferecia conjuntos com defletores dianteiro e traseiro para o 308 GTB.
Na década de 1980 a Koenig Specials — preparadora alemã de Munique — oferecia retrabalhos para modelos de diferentes calibres. Em 1991, com base no 348 TB, ela apresentou o F48 em alusão ao F40, lançado quatro anos antes pela Ferrari. Não só o nome era semelhante: das tomadas de ar ao vistoso aerofólio traseiro, o carro lembrava muito o F40.
O motor V8 de 3,4 litros recebia dois turbos, passando a 520 cv e 51 m.kgf. Com pneus dianteiros 245/40 e traseiros 335/35 em rodas de 17 pol, o Koenig prometia acelerar de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos e atingir 320 km/h, marcas próximas às do F40. Outra preparação sobre os 348, tanto cupê quanto Spider, foi a da Imola Racing.
O estúdio Zagato fez um 348 especial entre 1991 e 1992, o Elaborazione, com novos para-choques, laterais, tampa do motor, lanternas traseiras triplas e aerofólio móvel com acionamento elétrico. Não poderia faltar o teto em forma de dupla bolha, característico da empresa. O interior recebia acabamento com camurça sintética e tela de 3 pol para as imagens da câmera traseira, um requinte na época. A mecânica, salvo pelas rodas OZ, não tinha alterações.
Lançado o F355, a Koenig pôs as mãos no novo V8. Os dois turbos renderam desta vez 560 cv e 57 m.kgf, o bastante para alcançar 330 km/h, e o carro recebeu rodas de 18 e 19 pol, molas mais baixas, novos anexos aerodinâmicos, freios especiais e bancos do tipo concha. A Imola também teve sua interpretação para o modelo.
Da mesma Koenig vinha o KS 360, um Modena com 600 cv e 58,1 m.kgf obtidos com dois turbos e extensas alterações internas. De acordo com a empresa, ele chegava a 100 km/h em 3,6 segundos e atingia 330 km/h. O escapamento podia ter até seis saídas. Outras opções eram rodas de até 19 pol com pneus 295/30 na traseira, aerofólio, bancos mais esportivos e sistema de áudio, TV e telefone.
A Novitec fez em 2003 seu 360 Modena Super Sport, com dois turbos no V8 para alcançar 606 cv e 62,7 m.kgf, o bastante para máxima de 305 km/h e 0-100 em 3,7 segundos. Rodas de 18 pol, suspensão e freios revistos também eram oferecidos. Imola Racing e Hamann ofereceram seus trabalhos ao mesmo modelo.
A Hamann revelava em 2005 seu F430 com defletor dianteiro, saias laterais, aerofólio e extrator de ar traseiros, que podiam usar fibra de carbono. As rodas de 19 pol recebiam pneus 285/35 atrás e o interior ganhava bancos esportivos. Um escapamento refeito resultava em mais 48 cv (total de 538) e a suspensão recebia ajuste dos amortecedores com comando elétrico. Freios com discos de carbono-cerâmica fechavam o pacote.
Também sobre o F430, a Novitec Rosso fez o Bi-Compressor Evoluzione. Dois compressores levavam o V8 até 656 cv e 67,5 m.kgf, para máxima de 348 km/h e 0-100 em 3,7 s, desempenho próximo ao do supercarro Enzo. A preparação incluía freios Novitec Brembo, molas ajustáveis, rodas de 20 pol com pneus traseiros 345/20, conjunto aerodinâmico e cobertura do motor em fibra de carbono. Por dentro os bancos mais envolventes tinham revestimento em dois tons de camurça sintética.
Já a alemã Anderson Germany modificou a edição limitada Spider 16M do F430 com novos para-choques, aerofólio e elementos em fibra de carbono. As rodas passavam a 20 pol, a suspensão recebia controle eletrônico de amortecimento e, com novos catalisadores e cabeçotes, o motor chegava a 570 cv. A versão Hamann para o F430 Spider incluía portas que lembravam asas.
A mesma Novitec revelava em 2011 seu 458 Italia com mais 39 cv e silenciador cujo ronco podia ser alterado por um botão no volante. Com 609 cv e 58 m.kgf, superava 330 km/h. Além de anexos de fibra de carbono, ganhava teto, capô dianteiro e para-lamas do mesmo material. A suspensão era rebaixada e rodas de até 22 pol, com pneus 335/25 atrás, podiam ser aplicadas. DMC Milano, Edo Competition, Hamann, Hennessey Performance, Mansory e Vorsteiner, entre outras, também puseram as mãos no 458.
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