Faróis ousados, janelas com molduras e um CVT que simulava marchas:
algumas das novidades do Legacy e da Outback na quinta edição
“Olhar nervoso” e câmbio CVT
A quinta geração do Legacy, precedida por uma versão conceitual (leia quadro na página anterior), era revelada no Salão de Nova York em abril de 2009 com formas mais ousadas e medidas alongadas — comprimento de 4,73 m no sedã e 4,78 m na perua, entre-eixos de 2,75 m. O desenho imponente tinha como destaque o “olhar nervoso” transmitido pelos faróis. Pela primeira vez havia molduras nas janelas e, no caso da perua, os vidros deixavam de envolver as colunas traseiras.
A linha revisada de motores incluía unidades aspiradas de 2,0 litros (148 cv), 2,5 litros (170 cv) e H6 de 3,6 litros (256 cv), turbo a gasolina de 2,0 litros (296 cv, para o Japão) e 2,5 litros (265 cv, com torque superior, destinada a outros mercados) e turbodiesel de 2,0 litros (148 cv). Para a Outback havia escolha apenas entre o 2,5 aspirado e o H6, além do turbodiesel no caso europeu. Embora o seis-cilindros mantivesse a caixa automática de cinco marchas, as demais versões traziam o novo câmbio de variação contínua (CVT) Lineartronic, que usava corrente para transmissão e simulava mudanças de marcha quando desejado, em alternativa ao manual de seis marchas.
O motor turbo de 2,5 litros foi usado nas versões esportivas GT TS STI
japonesas (acima), mas o 2,0 turbo passaria a 300 cv pouco depois
Outra alteração técnica estava na suspensão traseira, agora com braços sobrepostos. Freio de estacionamento com comando elétrico, ar-condicionado automático de duas zonas de ajuste, sistema de áudio Harman Kardon opcional e navegador com tela de 8 pol, comandado por voz, eram outras novidades. Todo Legacy vinha com controle eletrônico de estabilidade e freios com assistência adicional em emergências. Nas versões japonesas era padrão o comando SI-Drive, que ajustava o comportamento do carro entre três padrões.
O motor turbo de 2,0 litros adotava injeção
direta e passava a 300 cv e 40,8 m.kgf,
índices mais altos já vistos em um Legacy
A Motor Trend elogiou no sedã a estabilidade: “Na classe, apenas o Hyundai Sonata alcança a aceleração lateral do Legacy 2.5, enquanto entre os seis-cilindros só o Nissan Altima supera o 3.6 R. A nova CVT impressiona pela suavidade e pronta resposta e faz um excelente trabalho de otimizar a potência. Ela até resulta em economia superior à do Legacy manual”. No teste da Car and Driver, a Outback 3,6 foi elogiada pelo motor silencioso e de alto torque, o conforto de rodagem e o interior atraente: “Enquanto fornece um nível respeitável de desempenho e consumo decente, os pontos altos da Outback são a operação silenciosa e o amplo espaço da cabine. Ela se sai bem em transições de curvas e é isenta de surpresas”. Uma crítica foi ao câmbio de apenas cinco marchas.
Versões esportivas mantiveram um importante papel na linha. O mercado nipônico recebia em 2010 o sedã e a perua 2.5 GT TS STI, com molas e amortecedores especiais, rodas de 18 pol e defletores. O interior trazia bancos revestidos de couro e camurça sintética, volante e instrumentos esportivos. O motor turbo de 2,0 litros adotava injeção direta em 2012 e passava a 300 cv com torque de 40,8 m.kgf, os índices mais altos já vistos em um Legacy de produção.
O mais novo Legacy, imponente e com versão de seis cilindros e 3,6
litros, foi lançado nos EUA antes mesmo do mercado japonês
Adesão às aventuras
O sedã médio-grande da Subaru chegava em fevereiro de 2014 à sexta geração, com estilo mais imponente, mas ainda lembrando os anteriores. A perua convencional deixava de existir em todos os mercados, restando a Outback — uma cessão à preferência da maioria pelo estilo “aventureiro”. Dessa vez, comprimento e entre-eixos eram mantidos. Entre os ganhos em conforto, o interior da versão Limited trazia aquecimento até para o banco traseiro, ajuste elétrico dos dianteiros e sistema de áudio Harman Kardon de 576 watts.
Sob o capô permaneciam o motor 2,5 aspirado de quatro cilindros (173 cv) e o H6 de 3,6 litros (256 cv), além do 2,0 turbodiesel de 148 cv para a Europa. No modelo produzido em Indiana, nos EUA, apenas o 2,5 e o 3,6 estavam disponíveis, sempre com câmbio CVT — o manual saía do catálogo por lá. Os bons resultados da Subaru entre os norte-americanos levaram a tal prioridade que a versão japonesa só aparecia em outubro, apenas em versão 2,5.
Avaliado pela Motor Trend, o sedã Limited 2,5 convenceu: “O câmbio é muito bom, silencioso, refinado e quase capaz de convencê-lo de que não é um CVT. O sistema Eye Sight foi aprimorado, com câmeras menores e alcance 40% maior, e está presente em versões mais baratas. E seus apliques de madeira falsa não ficam atrás dos de ninguém. A Subaru pretende dobrar sua participação no segmento, e o novo Legacy é forte o bastante para dar conta disso”.
A boa aceitação da Outback tornou-a a única perua na sexta geração,
agora com câmbio CVT para todos os motores, gasolina e diesel
A Outback também foi aprovada pela Auto Express: “Se não pressiona suas costas ao banco, o turbodiesel fornece potência de forma suave e progressiva. O CVT tem uma função que o faz atuar como um automático de sete marchas e está entre os melhores do tipo que já provamos. O Eye Sight monitora a estrada e pode identificar até luzes de freio. A Outback mostra grande aprimoramento sobre a anterior. Sim, os crossovers adversários têm mais estilo, mas se você quer uma prática perua com habilidades fora de estrada impressionantes, esta nova versão merece uma olhada”.
Em mais de um quarto de século, o Legacy manteve as tradições da Subaru de sofisticação técnica e soluções peculiares, ganhando em conforto, segurança e tecnologia a cada evolução.
Mais Carros do Passado |
Ficha técnica
Legacy RS (1989) |
Legacy S401 STI (2002) |
Legacy S402 STI (2008) |
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Motor |
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Posição e cilindros | longitudinal, 4 opostos | ||
Comando e válvulas por cilindro | duplo nos cabeçotes, 4 | ||
Diâmetro e curso | 92 x 75 mm | 99,5 x 79 mm | |
Cilindrada | 1.994 cm³ | 2.457 cm³ | |
Taxa de compressão | 8,5:1 | 9:1 | 8,6:1 |
Potência máxima | 220 cv a 6.400 rpm | 293 cv a 6.400 rpm | 285 cv a 5.600 rpm |
Torque máximo | 27,5 m.kgf a 4.000 rpm | 35 m.kgf a 4.400 rpm | 39,3 m.kgf a 2.000 rpm |
Alimentação | injeção multiponto, turbo, resfriador de ar | injeção multiponto, 2 turbos, resfriador de ar | |
Transmissão |
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Tipo de câmbio e marchas | manual, 5 | manual, 6 | |
Tração | integral | ||
Freios |
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Dianteiros | a disco ventilado | ||
Traseiros | a disco | a disco ventilado | |
Antitravamento (ABS) | sim | ||
Suspensão |
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Dianteira | independente, McPherson | ||
Traseira | ind., McPherson | independente, multibraço | |
Rodas |
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Pneus | 205/60 R 15 | 215/40 R 18 | 235/40 R 18 |
Dimensões |
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Comprimento | 4,51 m | 4,615 m | 4,635 m |
Entre-eixos | 2,58 m | 2,65 m | 2,67 m |
Peso | 1.290 kg | 1.520 kg | 1.490 kg |
Desempenho |
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Velocidade máxima | ND | ||
Aceleração de 0 a 100 km/h | ND | ||
ND = não disponível |