Nos braços da suspensão dianteira (à esquerda), a Fiat usou coxins pequenos para
respostas mais precisas; já o eixo traseiro recorre a peças maiores pelo conforto
Uma vez suspenso o carro, a primeira coisa que Alberto verifica é o índice de carga dos pneus Bridgestone que equipam a Idea. Ele confirma sua suposição de que a Fiat optou por um fator mais elevado que o necessário para o peso da minivan, para evitar uma excessiva movimentação da carcaça em sentido transversal.
“O que alguns motoristas reclamaram, a sensibilidade da Idea aos ventos laterais, pode em parte ser atribuída aos pneus altos. O carro já tem como características uma grande distância livre do solo e um teto posicionado lá em cima. Rajadas de vento já o afetariam mesmo se ele usasse pneus de perfil baixo, série 60, por exemplo. Com esses, série 70, além do balanço da carroceria, haverá o pneu se mexendo em relação à roda. Um pneu de perfil mais baixo corrigiria algo disso, mas o carro ficaria mais áspero. Acredito que, para a proposta, a Fiat optou pelo correto, uma solução de compromisso entre acerto de suspensão, pneus e as características pretendidas por uma versão Adventure”, pondera o consultor.
“É um carro interessante, mas que necessitaria de intervenções pontuais, o que o melhoraria muito e lhe daria uma sobrevida, já que em termos estéticos não envelheceu”, opina o consultor
A análise segue e mira, agora, na suspensão dianteira. Alberto nota elementos elásticos — coxins, buchas e afins — de diâmetro menor que o usual e comenta: “Já que o pneu se encarrega de absorver parte das irregularidades, aqui puderam manter um padrão de menor flexibilidade, o que ajuda na precisão do trabalho de suspensões e direção”. Já na traseira o eixo de torção, “parente” do que equipa o Palio, mas bem mais reforçado, está ligado ao monobloco por elementos elásticos grandes, cuja movimentação lateral é contida por grandes arruelas: “É uma boa solução, pois filtra as irregularidades e não deixa a traseira ‘boba'”.
Bom cuidado construtivo, com escapamento e linhas de freio e de combustível protegidas e um sólido protetor de cárter, são apontados como naturais para um carro com as pretensões de trilhar caminhos mais difíceis do que o normal. “E a Idea é um carro que já está há sete anos em produção, o que significa bem aperfeiçoado, isento de problemas chatos típicos de projetos recentes. A idade de projeto elevada tem suas vantagens”, diz o colaborador, sorrindo.
Alberto encerra sua análise com uma constatação: “É um carro interessante, mas que necessitaria de intervenções pontuais, o que o melhoraria muito e lhe daria uma sobrevida, já que em termos estéticos não envelheceu. O controle de estabilidade seria bem-vindo, apesar do razoável comportamento. O motor mereceria uma intervenção: seria ideal um torque mais bem distribuído, mesmo que isso tolhesse alguns cavalos. Que tal uma variação do tempo de abertura das válvulas? Isso causaria melhor consumo e maior prazer ao conduzir na cidade. Quanto ao acabamento, é incoerente com os R$ 60 mil que custa essa versão. Ruim de verdade achei a posição de dirigir”.
As molas traseiras chamam atenção pelo longo curso, as semiárvores de transmissão
sugerem resistência e o estepe conta com fixação adequada para dificultar o furto;
nos bancos, o deslize da costura do encosto, que está torta da mesma forma nos dois
Alberto compraria? Não — aliás, não comprou. Preferiu, como dissemos, a Palio Adventure, segundo ele tão versátil quanto a Idea, mas com estabilidade e desempenho melhores e, como fez questão de frisar, “sem aquele inconveniente pneu pendurado”.
A análise de Trivellato é, coincidentemente, um excelente resumo das opiniões da quase totalidade de colaboradores que usaram a Idea nesses 4.448 km percorridos em 31 dias. Todos vislumbraram qualidades no modelo, mas ressaltaram falhas de várias entidades, algumas perdoáveis, outras inexplicáveis. Como sempre o preço foi apontado como impeditivo mas, tendo em vista a ainda excelente aceitação da minivan em seu segmento, percebe-se que as opções no mercado ou não custam muito menos ou não oferecem vantagens significativas.
Ainda atraente no que diz respeito a estética, com bom espaço interno, boa “de loja” e capaz de trilhar caminhos difíceis, a Idea Adventure sofre mesmo é de um aparente descaso da Fiat para lapidá-la — o que indica que talvez, em breve, seja descontinuada em favor de algo mais moderno. Fiat 500L, a versão mais “cheinha” do pequeno Fiat recém-lançada na Europa? É o que tudo indica. E que aqui poderá ter, como tanto querem muitos consumidores, uma versão Adventure. Mas, enquanto isso, por que não melhorar a Idea?
| Atualização anterior | A opinião de quem tem |
Último período
7 dias |
2.101 km |
| Distância em cidade | 84 km |
| Distância em estrada | 2.017 km |
| Tempo ao volante | 41h 04min |
| Velocidade média | 51 km/h |
| Consumo médio (gasolina) | 9,9 km/l |
| Indicações do computador de bordo | |
Desde o início
31 dias |
4.448 km |
| Distância em cidade | 810 km |
| Distância em estrada | 3.638 km |
| Tempo ao volante | 101h 34min |
| Velocidade média | 44 km/h |
| Consumo médio (álcool) | 7,4 km/l |
| Melhor marca média (álcool) | 8,4 km/l |
| Pior marca média (álcool) | 5,6 km/l |
| Consumo médio (gasolina) | 10,0 km/l |
| Melhor marca média (gasolina) | 12,0 km/l |
| Pior marca média (gasolina) | 6,4 km/l |
| Combustível consumido | 502,9 litros |
| Álcool | 245,5 litros |
| Gasolina | 257,4 litros |
| Despesa com combustível | R$ 1.157,88 |
| Custo por km rodado | |
| Álcool | R$ 0,25 |
| Gasolina | R$ 0,27 |
| Preço médio | |
| Álcool | R$ 1,85 |
| Gasolina | R$ 2,73 |
| Consumo em percurso-padrão (43,2 km) | |
| Álcool | 10,9 km/l |
| Gasolina | 15,1 km/l |
| Indicações do computador de bordo, exceto despesas | |
Preço
| Sem opcionais | R$ 51.040 |
| Como avaliado | R$ 59.691 |
Ficha técnica
| Motor | |
| Posição | transversal |
| Cilindros | 4 em linha |
| Comando de válvulas | no cabeçote |
| Válvulas por cilindro | 4 |
| Diâmetro e curso | 80,5 x 85,8 mm |
| Cilindrada | 1.747 cm³ |
| Taxa de compressão | 11,2:1 |
| Alimentação | injeção multiponto sequencial |
| Potência máxima (gas./álc.) | 130/132 cv a 5.250 rpm |
| Torque máximo (gas./álc.) | 18,4/18,9 m.kgf a 4.250 rpm |
| Transmissão | |
| Tipo de câmbio e marchas | manual / 5 |
| Tração | dianteira |
| Freios | |
| Dianteiros | a disco ventilado |
| Traseiros | a tambor |
| Antitravamento (ABS) | sim |
| Direção | |
| Sistema | pinhão e cremalheira |
| Assistência | hidráulica |
| Suspensão | |
| Dianteira | independente, McPherson |
| Traseira | eixo de torção |
| Rodas | |
| Dimensões | 6 x 15 pol |
| Pneus | 205/70 R 15 |
| Dimensões | |
| Comprimento | 4,207 m |
| Largura | 1,753 m |
| Altura | 1,814 m |
| Entre-eixos | 2,511 m |
| Capacidades e peso | |
| Tanque de combustível | 48 l |
| Compartimento de bagagem | 380 l |
| Peso em ordem de marcha | 1.325 kg |
| Desempenho e consumo | |
| Velocidade máxima (gas./álc.) | 178/180 km/h |
| Aceleração de 0 a 100 km/h (gas./álc.) | 11,6/10,8 s |
| Consumo em cidade (gas./álc.) | 11,0/7,4 km/l |
| Consumo em rodovia (gas./álc.) | 14,6/9,8 km/l |
| Dados do fabricante | |


















