
Da frente à traseira, no todo ou em detalhes, vários carros fazem lembrar os de outros fabricantes
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação
Você já notou alguma semelhança entre a frente da Citroën C4 Picasso e a da Fiat Toro? E de perfil entre o Ford Fusion e o Jaguar XF? Carros parecidos, ou com detalhes em comum, não existem só dentro de cada marca. São vários os automóveis que se parecem com os de outros fabricantes, no conjunto ou em partes do desenho.
Você conheceu alguns deles no primeiro artigo da série e agora trazemos outros. Tem mais sugestões? Envie pelos comentários, e podemos aproveitar em uma terceira parte. Se preferir, assista ao vídeo com o mesmo conteúdo e mais imagens.
Os fãs da marca inglesa AC, que fez o famoso Cobra, devem ter gostado do modelo 428 (esquerda) lançado em 1966 com desenho Frua. Mas original ele não era: note a semelhança ao Maserati Mistral italiano de três anos antes, obra do mesmo projetista.
A Toyota não fez cerimônia ao desenhar o Celica Liftback de 1973 (em cima): apesar de ser um carro menor, era clara a inspiração no Ford Mustang Fastback de 1965.
Outro japonês com jeito de Mustang, só que este nasceu antes. O Mitsubishi Galant Lambda de 1978 (esquerda), vendido como Sapporo nos Estados Unidos, parece o modelo 1979 da Ford.
A traseira era a maior novidade de estilo do modelo 1980 do sedã Cadillac Seville (em cima), inspirado em antigos carros ingleses. Um ano depois, na linha 1981 da Chrysler, aparecia o cupê Imperial com um desenho semelhante na parte de trás.
Achou conhecidas as lanternas traseiras do Lancia Delta de 1979 (esquerda)? Sabemos o motivo. Um ano depois, a Volkswagen usava desenho quase igual no segundo Passat (do qual derivou o Santana), o que os deixou bem parecidos por trás. As mesmas peças serviram à perua Variant, que foi Quantum no Brasil.
São duas fotos do Lamborghini Diablo de 1990, certo? Errado. O de cima é o Cizeta Moroder V 16 T com motor de 16 cilindros, revelado em 1988. Ambos foram desenhados por Marcello Gandini. Diz a lenda que sua proposta de estilo foi tão alterada pela Lamborghini, que o original acabou sendo lançado antes por outra empresa. O Cizeta era mais potente e veloz que o Diablo, mas não teve sucesso. Só seis foram feitos.
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De onde a Ford tirou ideias para o desenho criativo do primeiro Focus, de 1998? Nosso palpite: pelo menos nas lanternas traseiras, foi do conceito Opel Slalom (direita) da arquirrival GM, desenhado por Bertone e mostrado em 1996.
É fácil pensar na primeira geração do Fiat Palio (embaixo) quando se vê o pequeno indiano Tata Indica, apresentado em 1998. Até a versão perua é a cara de nossa Weekend. A razão está na origem: ambos saíram das pranchetas do estúdio italiano Idea. Ironicamente, o Indica atual usa motores Fiat.
O Fiat Doblò (esquerda) lançado em 2000 parecia inaugurar a união da marca com a GM. A divisão da grade por uma barra, com luzes em cima e embaixo, era a mesma ideia da picape Chevrolet Silverado, que nos Estados Unidos saiu em 1988.
Se a imitação do Daewoo Matiz pelo Chery QQ ficou clara, não foi o único caso na marca chinesa. O primeiro Tiggo (em cima em cada foto), de 2005, parecia a fusão da frente do Honda CR-V com a traseira do Toyota RAV4 da época. Na aplicação de luz posterior de neblina, porém, a cópia superou o original.
Não há mil maneiras de desenhar um carro curto e alto, mas esses precisavam sair tão parecidos? O Tata Nano (esquerda) foi lançado em 2008 na Índia. O Mitsubishi i apareceu dois anos antes no Japão, mas chegou ao mercado quase junto.
O Ford Fusion de 2012 (esquerda) e o Jaguar XF do ano anterior têm tanto em comum que parecem ser do mesmo fabricante, embora a grade do Ford seja mais parecida com a da Aston Martin. Coincidência? Não: as duas empresas britânicas pertenciam à Ford na época.
Entre os chineses, a JAC até busca uma identidade própria, mas às vezes parece que fotos de carros de outra marca estavam na parede dos projetistas. No caso do utilitário esporte T6 (em cima), as fotos só podiam ser da traseira do Audi Q5 (esquerda) e da lateral do Hyundai IX35.
Quem disse que os faróis devem ser os principais elementos da frente? No mesmo ano, 2013, o Jeep Cherokee (acima à esquerda) e os Citroëns C4 Cactus e C4 Picasso mudavam a regra, fazendo os esguios leds diurnos no alto parecerem os “olhos” do carro. Três anos mais tarde, a Fiat Toro (embaixo à direita) trazia a solução a um modelo nacional.
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