Elas variam pelo mundo em formato, cor e padrão — e seus elementos podem dizer muito sobre o automóvel que as leva
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação
Elas estão em todos os carros, mundo afora. Podem ter combinações variadas de letras e números, cores e formatos diferentes. Só não podem ser iguais em dois ou mais carros. Falamos das placas de licença, que estão para os veículos como a carteira de identidade está para os humanos. Vamos conhecer curiosidades sobre as placas no Brasil e em outros países. Se preferir, assista ao mesmo conteúdo com mais imagens no vídeo.
• Entre 1957 e 1969, as placas usadas no Brasil tinham seis números e nenhuma letra.
• Em 1968 foram lançadas as placas amarelas com duas letras e quatro números, com cidade e estado inscritos em cima. Se o carro mudava de cidade, ganhava uma placa diferente. Mas o sistema permitia que a mesma placa existisse em mais de um estado.
• Isso mudou em 1989 com as placas cinza de três letras, que ainda estão em uso. Ao trocar de cidade, o carro só recebia uma nova tarja na parte superior. Assim, a placa acompanha o veículo da concessionária até o ferro-velho.
• A nova placa brasileira, padronizada para o Mercosul, ainda está vigente em poucos estados. Não consta mais a cidade do veículo, mas continua a regra de distribuição pelo país: cada estado tem direito a certas combinações de letras. Por exemplo, a inicial A pertence ao Paraná, enquanto São Paulo recebe boa parte das placas começadas de B até G, mas não todas elas.
• A placa preta com dígitos em cinza, para carros antigos, foi instituída no Brasil em 1998. Eles devem ter mais de 30 anos de fabricação e estar em alto grau de originalidade ou restauração. Para sua emissão, o veículo deve ser vistoriado por um clube ou entidade reconhecida.
• Existem placas com cores específicas. A vermelha sempre indicou um táxi ou veículo de aluguel, como vans de transporte, ônibus e caminhões. E placa verde, você já viu? Elas são usadas por fabricantes, em carros que estão em testes, e pelas concessionárias, que as colocam por cima da placa cinza para um teste na rua. A placa verde não está vinculada ao veículo, podendo ser reaplicada a outros.
• Em alguns estados brasileiros, por um custo extra, você pode escolher letras e números na placa de um carro novo, conforme as letras de cada estado. A Honda registrou Fit com as letras FIT e Civic com CIV em São Paulo, em carros de imprensa, mas não poderia fazer o mesmo com o HR-V.
• Na Alemanha, as letras iniciais da placa indicam a cidade. As maiores usam uma letra, como B para Berlim, F para Frankfurt, M para Munique e S para Stuttgart. As menores têm até três letras. Algumas combinações são evitadas, como SS, por causa da organização paramilitar do governo nazista, e KZ, que lembra campo de concentração em alemão.
• A letra E no fim indica um carro elétrico, ou um hibrido com autonomia mínima de 40 km em modo elétrico, que tem alguns privilégios. Já H no fim significa histórico, um carro antigo original, como a placa preta no Brasil.
• Nos Estados Unidos, cada estado tem um padrão de placas e decide se o veículo precisa ter duas delas. Dos 50 estados, 21 dispensam a placa dianteira. O país permite a chamada “placa de vaidade”, a custo extra, com grande liberdade de letras e números. Alguns estados aceitam até símbolos como corações e pontuações (foto Tony Alter).
• A placa dos Estados Unidos, assim como o antigo modelo da Argentina, é mais estreita e alta que as da Europa e do Brasil. Isso às vezes traz problemas: carros norte-americanos podem não ter espaço para nossa placa. Nos anos 90, ao importar o Golf do México para o Brasil, a Volkswagen usou a tampa traseira da versão alemã (foto maior), com espaço mais longo e baixo que na norte-americana (no destaque).
• No Japão as placas são diferentes para os carros “K”, que são limitados em tamanho, cilindrada e potência. Elas têm fundo amarelo em vez de branco. Como o país tem sistema de escrita próprio, um japonês precisa alterar a placa para sair do país com seu carro.
• O Reino Unido usa placas brancas na frente e amarelas na traseira. A placa pode ficar com o dono e passar de um carro para outro. Aquelas com combinações interessantes são leiloadas e algumas valem muito. Consta que a placa só com o número 1 mudou de mãos por mais de 7 milhões de libras, cerca de 37 milhões de reais.
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