Para todos os gostos e bolsos: Fiat Topolino em 1937, Mercedes 540K
no ano seguinte e Triumph TR2 em 1953, após intervalo pela guerra
Mais um Fiat — o 600, sucessor do Topolino, desta vez com motor traseiro — chamava atenção no evento de 1955, enquanto os grandes 1800 e 2100 da marca italiana apareciam quatro anos depois. Em 1956 a Renault debutava o Dauphine, que seria brasileiro mais tarde, e em 1959 chamava atenção o Amphicar, interessante carro anfíbio alemão com motor da inglesa Triumph e duas hélices propulsoras na traseira.
No ano seguinte brilhava o Lancia Flaminia GT Cabriolet, um conversível com carroceria de alumínio do construtor Touring e motor V6 com 140 cv. Mas não se comparava ao impacto do Jaguar E-type em 1961: o cupê ou conversível de linhas sensuais, um digno sucessor para a linha XK, é tido por muitos como um dos carros mais belos de todos os tempos.
O esportivo Simca Abarth aparecia em 1962. No ano seguinte o Mercedes 230 SL, um cupê que podia ter removido o teto “pagoda” — inspirado no telhado dessas construções asiáticas —, sucedia ao marcante SL de “asas de gaivota” de 1954. Outras aparições em contraste eram a do diminuto Honda N500, versão de maior cilindrada do N360 voltada a exportação, e a do esportivo italiano ATS 2500 GT, desenhado por Giotto Bizzarrini e Carlo Chiti, com um V8 de 2,5 litros e 250 cv atrás da cabine.
Classe e desempenho: o 166 Inter, primeiro Ferrari de rua em 1949; o
8V da Fiat em 1952 e o Jaguar E-type que brilhou no evento de 1961
Em 1964, não distante do Lancia Fulvia (que em versões posteriores seria um sucesso em ralis), estava o Fiat 2300 Lausanne do estúdio Pininfarina, um cupê esporte de linhas afiladas feito em exemplar único para homenagear a Confederação Suíça. Um ano depois o Renault 16 aparecia com o formato de dois volumes, que se tornaria tendência mais tarde, e a também francesa Matra revelava o 530A, pequeno esportivo com motor Ford V4 de 1,7 litro.
O estonteante Lamborghini P400 Miura,
com apenas 1,05 metro de altura e motor V12 de
4,0 litros e 350 cv, fazia sua estreia em 1966
Pininfarina levava outro projeto a esse salão: o Ferrari Dino Berlinetta Speciale, que antecipou grande parte do desenho do Dino de produção. O estonteante Lamborghini P400 Miura, com apenas 1,05 metro de altura e motor V12 central-traseiro de 4,0 litros e 350 cv; o Alfa Romeo Spider, que seria produzido por 28 anos sem grandes alterações de estilo; o Ferrari 330 GTC e outro Dino — o Spider da Fiat, com desenho de Pininfarina e motor V6 da Ferrari — surgiam no salão de 1966.
O cupê de mesmo nome da Fiat, elaborado por Bertone, era atração no ano seguinte, assim como o conceito Lamborghini Marzal com portas “asas de gaivota” e motor V6 de 2,0 litros. Foi novamente Pininfarina quem fez duas das estrelas do evento de 1968: o Ferrari P6, com motor V12 de 3,0 litros de corridas montado atrás de uma cabine arredondada, com inspiração em aviões; e o Alfa Stradale P33, um roadster com grande aerofólio e o motor V8 central-traseiro do modelo 33 de competição.
O ousado conceito Lamborghini Marzal de 1967, o Mercedes SL com
teto “Pagoda” e o duradouro Alfa Spider (28 anos em produção)
A Lamborghini revelava o Espada, seu único quatro-lugares, e o Islero, ambos com motor V12 de 4,0 litros. Um ano depois a Peugeot aproveitava para lançar as versões Coupe e Cabriolet do modelo médio 504; a Ferrari, o Dino 246 GT, em que o motor V6 crescia de 2,0 para 2,4 litros; a Maserati, o cupê Indy com um V8 de 4,2 litros e 260 cv; e a Porsche, o 914 projetado em conjunto com a VW, que usava propulsores de ambas as marcas.
Em 1970 era a vez de muitos esportivos: o suíço Monteverdi Hai 450 SS, com desenho de Fissore e motor V8 central-traseiro da Chrysler com 450 cv; o Alfa Romeo Montreal, que três anos antes aparecera como conceito; o cupê grã-turismo Citroën SM, de linhas fluidas, motor Maserati V6 de 2,7 litros e suspensão hidropneumática; e o conceito Ferrari Modulo, com um V12 de 5,0 litros e teto integrado ao para-brisa, conjunto que era deslocado para frente para dar acesso ao interior.
Mais exemplares de alto desempenho apareciam em Genebra em 1971: o Maserati Bora, cupê de dois lugares com desenho de Giorgetto Giugiaro e motor V8 de 4,8 litros e 300 cv; e o conceito Lamborghini Countach LP 500, com estilo de Marcello Gandini e um V12 central-traseiro de 5,0 litros, que seria colocado em produção em 1974 para se tornar um mito.
Um conceito um tanto estranho, o Alfa Stradale P33 do salão de 1968;
o Porsche 914 de motor VW e o Citroën SM com V6 da Maserati
A Ford lançava em 1972 o modelo de luxo Granada, com opção entre cupê, sedã e perua, mesmo ano em que o conceito Maserati Boomerang era revelado por Giugiaro com sua forma ousada, altura de apenas 1,07 metro e o motor do Bora. No estande da Lotus estava outra obra do projetista italiano: o conceito Esprit, que levaria quatro anos para chegar às ruas. E a Audi estreava o 80, mesmo carro que — com formato fastback em vez de três volumes — mudaria os rumos da Volkswagen após ser lançado, um ano mais tarde, com o nome Passat.
Atingida pela primeira crise do petróleo em 1973, a indústria voltava-se a carros menores e mais econômicos, como o Peugeot 104, o esportivo VW Scirocco e o Toyota Scarlet, todos lançados no evento. Mas isso não representava o fim do requinte, como mostravam em 1975 a Peugeot com o 604 e a Renault com o R30 — ambos sedãs luxuosos e dotados do mesmo motor V6, desenvolvido em conjunto entre elas e a Volvo — ou em 1976 a Lancia com o Gamma.
Nem do desempenho, demonstrado pela Lamborghini com o Silhouette V8 de 260 cv, também em 1976, e pela Porsche no ano seguinte. Um grande cupê tomava a cena: o 928, com quatro lugares e um V8 dianteiro de 4,5 litros e 240 cv, que almejava um segmento superior ao do clássico 911. O mais bem-sucedido esportivo de tração integral — o Audi Quattro — estreava junto de Ferrari Mondial e Rolls-Royce Silver Spirit em Genebra em 1980.
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